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CuLTuRA E CONhECImENTO
O Cristianismo ultrapassa as
fronteiras de Israel.
JOSÉ PEREIRA A acção de São Paulo
19510211
Paulinismo é considerado a segunda grande orientação Larissa; na Grécia vai a Tebas, Atenas e Corinto, e regressa
O do Cristianismo Saul, natural de Tarso, na Ásia Menor, por Jerusalém, o que desta vez ser-lhe-á fatal.
era filho de um judeu abastado, helenizado que se expres- Esteve cativo em Cesareia, e, como prisioneiro, fez uma
sava em grego e mandara o filho, aos quinze anos, estudar viagem a Roma onde ficou cativo.
no escola do Templo em Jerusalém onde o reitor era o rabi Nos anos 63-66 fez viagens pelo Oriente, uma missão
Gamaliel “de reverência para todo o povo”. . em Creta e uma viagem à Península Hispânica.
Os judeus da Diáspora eram muito diferentes dos judeus O ano de 67 foi o do seu segundo cativeiro em Roma,
da Palestina e mais numerosos já nessa época. Ocupavam onde conseguiu escrever a Epístola a Timóteo mas veio a
cargos de Estado em Roma e no Egipto, tendo obtido ga- sofrer o martírio.
rantias de religião lícita e pagavam tributo. Ele dizia:” A letra da lei mata, o espírito da lei dá vida”.
Nos finais dos anos 30, é lapidado em Jerusalém o pri- Os Cristãos, representam o novo Israel de S. Paulo, que
meiro mártir cristão, o diácono Estêvão, que tinha sido es- reivindicava a qualidade de Apóstolo. Será cognominado o
colhido pelos apóstolos juntamente com Filipe. Eram os Apóstolo dos gentios.
diáconos, auxiliares dos apóstolos em tarefas de ordem S. Paulo trouxe três ideias principais:
material e espiritual, pois cuidavam dos pobres, distribuíam – A ideia de liberdade
as esmolas e pregavam e administravam o baptismo. Para ele o cristão é antes de tudo chamado à liberdade
Estêvão foi acusado de haver blasfemado contra Moisés, (Leia-se a Epístola aos Gálatas).
sendo um dos acusadores um tal doutor Saul. Estêvão, le- No entanto, para ele, só há liberdade quando há um
vado perante o Sinédrio de Jerusalém, confessou energica- conhecimento interno da lei que nos leve a cumpri-la pela
mente a sua fé cristã e foi condenado à morte por lapidação, nossa inclinação interior.
mas a sua execução não teria sido sancionada pelas autori- – A ideia de que toda a vida cristã tem de assentar na
dades romanas. memória do que aconteceu a Cristo (a ceia, a morte e a
No ano de 42 d.C. morre Filon de Alexandria, deixando ressurreição), mas sem preconceitos rituais. Ele insiste na
recomendações aos judeus da Diáspora de que não devem Ceia, não como ritual mas como sinal de fraternidade para
ser fechados, e que a interpretação mais conveniente dos unir os corações dos homens.
textos é a alegórica. – Deus é só um. O Cristianismo é um monoteísmo, no
Entretanto, cerca do ano 32, Saul – o fariseu exímio na qual é exigido ao homem um determinado conhecimento
Lei – ao longo da estrada para Damasco converte-se ao e uma mudança de comportamento.
Cristianismo. Adopta o nome de Paulo. Havia tolerância no Mediterrâneo. Era a Pax Romana,
Logo começa a sua acção missionária na Arábia e cerca que permitia que os primeiros cristãos se espalhassem con-
do ano 35 visita Jerusalém e encontra-se com Pedro. fundidos com os judeus.
Nos anos de 36 a 42 faz deslocações à Cilícia e norte Em Corinto nascem as primeiras igrejas. É lá que se
da Síria, sempre em missão pelo Cristianismo. começa a observar o Domingo pois os cristãos reuniam
No ano 45 começam as principais viagens missionárias nesse dia de manhã.
de Paulo de Tarso, que começava a escrever. Na primeira, Os gregos e os romanos valorizavam a retórica e Paulo
em 45-46, levou Barnabé e estiveram em Antioquia, Atalia, segue o método. A musicalidade grega iria passar à liturgia
Icónio, Chipre e Selêucia. cristã nas celebrações de Corinto.
Em 48 ou 49 reúne-se a Assembleia de Jerusalém (alguns No século II aparece o altar.
denominaram-na concílio). Pedro toma o partido dos judeo- A liturgia cristã vai-se formando nestas comunidades
cristãos. Paulo toma o dos heleno-cristãos. Chegou-se a um cristãs onde também começa a ser estruturado o uso da
compromisso: Não continuar com o que no judaísmo é autoridade.
secundário. Mas não abandonar o judaísmo. Porém, com o tempo, serão acusados pelos judeus em
Na 2.ª viagem, em 49-52, leva Silas e regressa por Jeru- Roma e Antioquia de não serem uma religião lícita.
salém. Estiveram em Tarso, Listra, Icónio, Antioquia, Tróiade;
na Macedónia em Filipos e Tessalónica; na Grécia em Atenas Bibliografia
e Corinto, regressando pelas ilhas de Samos, Cnido e Rodes. Anacleto de Oliveira, Bispo auxiliar de Lisboa, Um ano a caminhar
Na 3ª viagem, em 53-58, faz um percurso inicial seme- com S. Paulo, Coimbra, s.n., 2008.
lhante ao da precedente, e na Macedónia vai a Atalia, Bereia, Josef Holzner, Paulo de Tarso, Lisboa, Editorial Aster, 1958.
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