Page 25 - Boletim APE_227
P. 25

AssOCIAÇÃO DOs PuPILOs DO EXÉRCITO




             Subimos  a  vida  a  pulso  e  agradecemos  ao  Estado  e  de
             forma particular ao Exército.
                Sabemos o que representou a mobilidade social para
             nós e o que representa para a sociedade em que nos in-
             serimos: somos «Cidadãos Úteis à Pátria».
                A falta de mobilidade social estagna as sociedades e
             faz depender o futuro de cada um, do património da fa-
             mília.  É  o  regresso  ao  feudalismo  e  ao  servilismo.  Não
             queremos isso para os nossos filhos, nem para as crianças
             que estão como nós estávamos. Por isso aqui estamos.
                Como Cidadãos conscientes, conhecemos bem o que
             é  a  propaganda,  a  acção  psicológica,  as  campanhas  de
             comunicação ou de desinformação. A forma como o Exér-
             cito  foi  mais  uma  vez  humilhado  na  praça  pública  ao   É tempo, para que, como já afirmou – “Nos “actos” a
             longo dos últimos dias e o desprezo com que foram tra-  assumir deve estar presente um “esforço e espírito de partilha”
             tados Oficiais responsáveis pelos EME´s deixou-nos tristes   com os variados pares… equacionando os meios humanos e
             com a forma como se faz política em Portugal; a libertação   materiais, para obtenção dos “objectivos” a que nos propomos
             calendarizada de notícias pelos OCS preparando a opinião   e pelos quais… somos responsáveis…
             publica  para  um  despacho  do  Sr.  Ministro  foi  de  gente   Tudo isto esqueceu….
             primária que pensa que os ex-alunos, daqueles Estabele-  Relativamente  à  forte  procura  dos  alunos  PALOP´s,
             cimentos  em  particular  e,  os  Portugueses,  em  geral,  são   estranha-se a demora da tutela em aprovar um projecto
             ingénuos e pouco maduros.                          de  cooperação  proposto  pelas  autoridades  de  um  dos
                São  gente  sem  alma  que  nos  vem  conduzindo  para   Países Lusófonos, para a implementação de um Instituto
             uma sociedade amorfa e insensível. Embora trabalhem no   de cariz Técnico – profissional, em tudo semelhante ao
             Estado, não conhecem o que é a República, e em vez de   dos Pupilos do Exército. O projecto está aprovado, o ter-
             usarem a comunicação para informar os Cidadãos, mani-  reno está cativo e estruturado, existe financiamento e vai
             pulam. O decoro não faz parte do léxico, nem da atitude.  haver necessidade de um número considerável de Docen-
                A  individualidade  nomeada  para  coordenar  aquela   tes Portugueses. Contudo, há meses que se aguarda uma
             Equipa (ex-Ministro da Educação), conseguiu que os seus   orientação da tutela para poder ser comunicada aos auto-
             pares, sem que tivessem disso consciência, desenvolvessem,   res do proposto no estudo.
             “sequestrando-os”,  um “sindroma”  de  dependência,  per-  Informalmente, também sabemos que outro País, ago-
             dendo “a  visão  clara  da  realidade”  quanto  à  análise  e  à   ra, da costa do Índico, também se prepara para apresentar
             proposição de medidas como pressupostos válidos, para a   uma proposta, aguardando-se a vinda de uma delegação.
             reestruturação dos EMEs, a aprovar. Situação só entendí-  Estranha-se o silêncio e a ausência de decisão ou divulga-
             vel, numa lógica, mais uma vez, de manipulação. Preten-  ção destas propostas.
             deu-se  que  uma  figura  pública  de  outra  área  politica,   Nesta  hora  grave  para  o  País  e  dos  tempos  que  se
             validasse uma solução que a Tutela já tinha anunciado o   adivinham é importante os Portugueses conhecerem mais
             ano passado, num dos Estabelecimentos, antes mesmo de   alguns  detalhes,  do  que  está  proposto,  contrariando  os
             se fazer o estudo.                                 Princípios da Escola Pública, constitucionalmente definidos:
                Não é assim que se faz em Democracia nem que se   –  O ensino básico é universal, obrigatório e gratuito e
             respeita o Estado de Direito ou se faz politica, sobretudo   compreende três ciclos sequenciais, sendo o primeiro
             “politica de educação”.                                de quatro anos, o segundo de dois e o terceiro de três;
                O tempo é de agregarmos sinergias, para ultrapassar   –  O ensino secundário é obrigatório e compreende um
             os problemas que os «Diplomados Senhores» nos deixaram   ciclo de três anos (10.º, 11.º e 12.º anos de escola-
             ou não foram capazes de os resolver. Precisamos de solu-  ridade).
             ções e não dar continuidade a mais esta situação criada,   Assumindo, que para os EME´s, após a sua reestrutu-
             pelas superdotadas pessoas de sempre, estancando o acto.  ração:
                Também pensámos, que a Tutela, ao legislar, tivesse em   “os custos do externato seriam inteiramente suportados
             consideração nas suas decisões, a calamidade social (po-  pela propina a pagar pelos alunos no que se refere ao pro-
             breza extrema, no dizer de alguns) que se avizinha e é   grama curricular, representando as ofertas extracurriculares
             inevitável. Saberá, também, que não poderá decidir para   abertas aos Encarregados de Educação, cada uma delas com
             um Portugal que existia há 3 ou 4 anos, mas para o futu-  o respectivo encargo adicional”.
             ro, atendendo e tendo em mente, no imediato, a turbu-  “caberá ao poder politico definir (…), os apoios a atribuir
             lência social interna que se avizinha.             aos filhos de militares e de outras forças de segurança, bem


                                                                                                             23
                                                                              Boletim da Associação dos Pupilos do Exército  |  23
                                                                                                            |

                                                                              Boletim da Associação dos P
                                                                                                upilos do Exército
   20   21   22   23   24   25   26   27   28   29   30