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AssOCIAÇÃO DOs PuPILOs DO EXÉRCITO




                                             As nossas Cecílias              (1)



                Tardámos a escrever este texto. Serenamente aguardá-  modelo ainda não estará definido e poderá oscilar entre a
             mos que o tempo e o bom senso imperassem.          privatização do Colégio (CMR) até a um género de PPP
                Infelizmente, nas últimas semanas voltou, de novo, a   (Parceria Publico Privada) – os riscos ficam com o Estado
             mediatização  dos  Estabelecimentos  Militares  de  Ensino   e os proveitos para os do costume –. Apesar de esta ideia
             (EME´s).  Deixámos  passar  alguns  dias  até  o  turbilhão   ter suscitado muito debate interno no seio da sua Asso-
             rolar e soltar a incomodidade que diariamente trazíamos   ciação/Colégio, a ideia avançou.
             no peito, perante aquele objectivo – o seu desprestígio.   Objectivamente, tornou-se pertinente, reflectirem sobre
                Este processo nasceu mal, com consequências pertur-  o assunto. Definiram uma estratégia e rapidamente con-
             badoras e outras estratégias camufladas que urge denunciar.  cluíram que para a nova instituição refundada, (o CMR)
                O primeiro grande ataque ao Instituto dos Pupilos do   ser sustentável não poderia continuar a ter a concorrência
             Exército (IPE) chegou no tempo do XIVº Governo Cons-  quer do IPE, quer do Instituto de Odivelas (IO).
             titucional, estávamos em 2001, quando os ilustres respon-  Para implementação desta estratégia e consecução dos
             sáveis que exerciam a sua Tutela – MDN e EMEx. – Can-  respectivos objectivos, era necessário nomear antigos alu-
             celaram  as  admissões  e  preparavam-se  para  encerrar  a   nos para dentro do sistema e conseguir uma relação pri-
             Instituição. Ideia, talvez reflectindo, a “estatutária sanha”   vilegiada no seio do Órgão Tutor.
             de 1975, não esquecida para aquela Instituição, reactivan-  Os  ventos  correram,  de  maré.  Foi  constituída  uma
             do-a.                                              Equipe Técnica, com o objectivo de apresentar um Plano
                Em boa hora, o Governo caiu (Abril/2002) salvando-   de Acção para os EMEs. O “despacho” como soi dizer-se,
             -se o IPE da morte anunciada.                      «caiu como mosca no mel» bem ao favor da corrente, bem
                Hoje  como  ontem,  a  esta  campanha  violenta  contra    controlada (o único elemento que propôs uma alternativa
             os EME´s e onde os “Pupilos do Exército” são a Institui-   foi  transferido  para  uma  posição  de  relevo  na ANQ)  e
             ção destacada, juntam-se agora (de novo?) jurídicos repre-  mais tarde, o estudo foi validado pelo seu responsável e,
             sentantes dos herdeiros patrimoniais, que existem, recla-  agora, assumido tutelarmente.
             mando  a  desanexação,  querendo  alienar  a  sua  pequena   Parece maquiavélico, mas é assim.
             parcela, em Monsanto – São Domingos de Benfica – cons-  A Individualidade tutora, num dos seus discursos falou-
             tituída pela Capela dos Castros (Monumento Nacional);   -nos de Aljubarrota.
             a Casa do Bispo e um pequeno terreno, existentes na 1.ª   Erradamente concluímos, que conhecia a idiossincrasia
             Secção do Instituto.                               da Nação e sabia dos seus valores e do carácter da “arraia-
                Os Herdeiros aceitariam, estamos convictos, uma per-  miúda”, tão bem descrita por Fernão Lopes.
             muta com o Estado ou uma indemnização mas … (como    A “Comunidade pilónica” é serena, filha da tal “arraia-
             hoje, se diz) o Estado está falido.                -miúda” e habituou-se a ser maltratada, mas não vencida,
                Até aqui nada de extraordinário, se não se esclarecer   por «uma pretensa nobreza» falida de ideias e arrogante,
             que, o que aqueles pretendem alienar, tem pouco interes-  nos preconceitos. Em boa verdade, por gente snobe (sem
             se comercial, caso o Estado não se desfaça de toda a área   nobreza)  endinheirada,  que  sobe  muitas  vezes  na  vida
             do Prédio Militar. A 1.ª Secção.                   pelos títulos que compra, seja um emblema na lapela ou
                Ao que consta, já haveria um comprador… deste “Chão   um título universitário de equivalências.
             Sagrado”, que foi da Igreja e posteriormente do Estado,   Estamos habituados. Mas não admitimos que nos tra-
             desde  o  Século  XIV  e  pisado,  que  foi  por  D.  João  das   tem com menos respeito ou consideração, que nos tratem
             Regras, D. João de Castro e Frei Luís de Sousa, torna-se   como criançolas. É o que temos sentido e por isso viemos
             e é um obstáculo ao hipotético negócio.            a  terreiro,  apresentando  o  nosso  contributo  para  uma
                Por outro lado, desde há alguns anos (inicio da politi-  «deliberação» válida, assumindo-a e subscrevendo-a. Que-
             ca de alienação de infra-estruturas militares) que existe   remos “reformar” sim, mas não casuisticamente, de forma
             um grupo (atento) que pretende apoderar-se do Colégio   avulsa ou de forma enviesada.
             Militar, após a reestruturação/refundação (como agora, se   Somos filhos de uma Escola que canta a dignificação
             diz) dos EME´s. Mais alento criou, aquando das “perspec-  do  trabalho,  que  rejeita  a  escravidão  e  que  promove  a
             tivas  desenhadas”  em  2001,  em  relação  aos  EME´s.  e   mobilidade  social.  Dezenas  de  milhares  de  Portugueses
             agora, mais ainda.                                 têm hoje uma vida melhor porque o Pai ou o Avô passa-
                O «ciclo» iniciar-se-ia com uma tentativa de gerir uma   ram por esta Instituição centenária. Fomos para a Escola
             Escola Primária nas suas instalações, evoluindo rapidamen-  para progredir na nossa formação de Cidadãos, aprovei-
             te,  com  a  ideia  subjacente  para  a  gestão  ou,  parte  da   tando uma oportunidade que a República nos deu e não
             gestão,  ficar  entregue  a  uma  Fundação.  Cremos  que  o   para  manter  o  estatuto  menor  dos  nossos  progenitores.


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