Page 27 - Boletim APE_227
P. 27

AssOCIAÇÃO DOs PuPILOs DO EXÉRCITO




             tação  à  compra  de  material  escolar,  são  pagas  com  as    Nacional e actual Ministro dos Negócios Estrangeiros,
             receitas provenientes das mensalidades, pagas pelos En-  durante a última campanha eleitoral.
             carregados de Educação. O esforço do Estado correspon-  –  A atribuição do nome do Instituto a uma Praça de
             de, a cada Português, contribuir com 32 cêntimos por ano,   Lisboa, numa cerimónia pública presidida pelo Pre-
             o que equivale a um “café” de dois em dois anos.       sidente da Câmara Municipal de Lisboa, que na al-
                Por esta “minudência” os Portugueses, deixarão de ter   tura efectuou um discurso enaltecendo o IPE.
             esta mais-valia. Para quê tanta obstinação com este valor,   Os Pupilos do Exército foram criados pela República
             quando o Responsável sabe que a grande Reforma de que   num momento particularmente difícil. O seu Fundador
             o País carece (entre outras) e, em termos do seu ministé-  foi um grande Português e um grande militar, para além
             rio é transforma-lo, em Secretaria de Estado e integra-la   de um químico reconhecido internacionalmente. Foi uma
             no Ministério dos Negócios Estrangeiros – não será? Não   mente  superior  que  criou  um  sistema  de  ensino  e  de
             haverá menos custos? O MDN sabe das duplicações que   educação dos jovens que ainda hoje, passados mais de 100
             se evitavam e da eficácia que se ganhava no alinhamento   anos, constitui uma valiosa obra do nosso ensino.
             da «política» das Forças Armadas com a política externa   Todos reconhecemos que mesmo as boas obras de arte
             do Estado, como agora se diz, e evitaria, o atirar para o   precisam periodicamente de serem retocadas ou de bene-
             desemprego mais umas dezenas de profissionais do Estado   ficiação, mas carecem de pessoal capaz e sensível. Não é
             (professores e funcionários civis).                com  o  voluntarismo  de  boas  ou  más  intenções  que  se
                Será que se justificam os valores atribuídos ao Gabi-  retoca uma obra desta importância e envergadura. Pode
             nete do Ministério e Órgão de Apoio (O.E.2013), que são   acontecer que a obra fique irreconhecível e uma carica-
             superiores ao Orçamento da Força Aérea?            tura do que era, como a obra – do Ecce Homo – Borja –
                O «custo mensal» de um aluno do IPE para o próximo   “reestruturada” – por qualquer “artista espontâneo”.
             ano lectivo é de 1041 €; a despesa do Estado com a Edu-  Também,  faremos  “fila”  para  vermos,  a  obra  agora
             cação de um jovem delinquente é de 7950  €; com um   projectada?
             Cidadão, em Estabelecimento Penal é de 1200 €. Infeliz-  Igualmente, os receios se redobram com o aparecer no
             mente, no estudo do MDN comparam-se realidades não   pretérito “Verão de São Martinho” de mais um grupo, de
             comparáveis ao indicar o custo do aluno por turma, numa   acompanhantes e controladores, criado para – por de pé –
             escola pública que não tem internato e que não funciona   aquela duvidosa obra.
             24/24 horas, 7 dias por semana. Será que educar o filho   Não estão a ser criados mais “custos” para o País? Os
             de um elemento das FA e, ou das FS do Estado que dia-  benefícios para as Instituições melhoram?
             riamente corre os riscos, consideramo-los excessivos e, que   Não é isso que queremos para a nossa Casa e não é
             gastar os valores acima referidos já são aceitáveis?  disso que os Portugueses precisam.
                Saberemos quanto custa ao Estado, um aluno / ano na   Relembramos, o que – por um excelso Português – há
             Escola Pública? Quem estará interessado em o esclarecer?  dias, foi proferido: Nós… estamos num Tempo Social… em
                Ontem, foi a desarticulação do nosso tecido industrial   confrontação com o Tempo Politico, com o Tempo Internacio-
             que provocou a eliminação e a deslocalização das nossas   nal e Económico, na Europa, com a “diminuição da capaci-
             fábricas, com os resultados conhecidos na nossa riqueza,   dade da Classe Média” retirando-lhe intervenção e valores…
             no emprego e prejudicando o nosso futuro. Os Pupilos do   E,  quanto  aos  EMEs,  interrogando-se,  deixou,  para
             Exército são um «outro tipo de fábrica», uma fábrica social   ouvir a resposta: no Ensino militar… o quanto à formação
             que produziu uma “comunidade pilónica” que é necessá-  e investigação (aprender a fazer) é uma questão de “sobre-
             ria ao crescimento do País e à mobilidade social das suas   vivência” e não uma questão de “mercado” ?
             gentes.                                               O que respondemos?!
                Acreditamos,  por  educação  e  por  convicção,  que  o   Se esses (alguns), quiserem trilhar estes caminhos que
             Estado é uma “pessoa de bem” e que apesar da indepen-  assumam os riscos e as responsabilidades inerentes.
             dência  dos  seus  vários  poderes  institucionais  mantém  a   Desejamos-lhes uma boa viagem.
             coerência necessária de uma Nação. Os sinais que o Ins-  Não haverá retorno? Duvidamos. Temos que ser resi-
             tituto recebeu ao longo do último ano e meio validaram   lientes.
             o seu projecto e alicerçaram o futuro da Instituição:  Nós ficamos à espera de um “arquitecto” de nomeada,
                –  A presença de S. Exª o Presidente da Republica nas   de um “Correia Barreto”, dito, de outra forma, de um Sisa
                 comemorações do centenário do IPE, as palavras que   Vieira.         Em 22Nov2012/ Revisto. APE
                 proferiu durante a cerimónia e que exarou no Livro
                 de  Honra  e  a  imposição  da  condecoração  no  seu   (1)    Cecília – Artista espontânea – Restauração d´arte – Espanhola. A autora da
                 Estandarte Nacional.                            “restauração”, Cecília Giménez, uma idosa de 81 anos que todos têm como
                –  As palavras de louvor, ao Instituto e da sua continui-  “pessoa muito boa” que fez a intervenção na pintura “com a melhor intenção
                                                                 do mundo”.
                 dade,  proferidas  pelo  antigo  Ministro  da  Defesa   (2) João Vasconcelos Costa (2002) – As reformas estruturais do prof. EMG


                                                                                                             25
                                                                              Boletim da Associação dos Pupilos do Exército  |  25

                                                                                                            |
                                                                              Boletim da Associação dos P
                                                                                                upilos do Exército
   22   23   24   25   26   27   28   29   30   31   32