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AssOCIAÇÃO DOs PuPILOs DO EXÉRCITO
tação à compra de material escolar, são pagas com as Nacional e actual Ministro dos Negócios Estrangeiros,
receitas provenientes das mensalidades, pagas pelos En- durante a última campanha eleitoral.
carregados de Educação. O esforço do Estado correspon- – A atribuição do nome do Instituto a uma Praça de
de, a cada Português, contribuir com 32 cêntimos por ano, Lisboa, numa cerimónia pública presidida pelo Pre-
o que equivale a um “café” de dois em dois anos. sidente da Câmara Municipal de Lisboa, que na al-
Por esta “minudência” os Portugueses, deixarão de ter tura efectuou um discurso enaltecendo o IPE.
esta mais-valia. Para quê tanta obstinação com este valor, Os Pupilos do Exército foram criados pela República
quando o Responsável sabe que a grande Reforma de que num momento particularmente difícil. O seu Fundador
o País carece (entre outras) e, em termos do seu ministé- foi um grande Português e um grande militar, para além
rio é transforma-lo, em Secretaria de Estado e integra-la de um químico reconhecido internacionalmente. Foi uma
no Ministério dos Negócios Estrangeiros – não será? Não mente superior que criou um sistema de ensino e de
haverá menos custos? O MDN sabe das duplicações que educação dos jovens que ainda hoje, passados mais de 100
se evitavam e da eficácia que se ganhava no alinhamento anos, constitui uma valiosa obra do nosso ensino.
da «política» das Forças Armadas com a política externa Todos reconhecemos que mesmo as boas obras de arte
do Estado, como agora se diz, e evitaria, o atirar para o precisam periodicamente de serem retocadas ou de bene-
desemprego mais umas dezenas de profissionais do Estado ficiação, mas carecem de pessoal capaz e sensível. Não é
(professores e funcionários civis). com o voluntarismo de boas ou más intenções que se
Será que se justificam os valores atribuídos ao Gabi- retoca uma obra desta importância e envergadura. Pode
nete do Ministério e Órgão de Apoio (O.E.2013), que são acontecer que a obra fique irreconhecível e uma carica-
superiores ao Orçamento da Força Aérea? tura do que era, como a obra – do Ecce Homo – Borja –
O «custo mensal» de um aluno do IPE para o próximo “reestruturada” – por qualquer “artista espontâneo”.
ano lectivo é de 1041 €; a despesa do Estado com a Edu- Também, faremos “fila” para vermos, a obra agora
cação de um jovem delinquente é de 7950 €; com um projectada?
Cidadão, em Estabelecimento Penal é de 1200 €. Infeliz- Igualmente, os receios se redobram com o aparecer no
mente, no estudo do MDN comparam-se realidades não pretérito “Verão de São Martinho” de mais um grupo, de
comparáveis ao indicar o custo do aluno por turma, numa acompanhantes e controladores, criado para – por de pé –
escola pública que não tem internato e que não funciona aquela duvidosa obra.
24/24 horas, 7 dias por semana. Será que educar o filho Não estão a ser criados mais “custos” para o País? Os
de um elemento das FA e, ou das FS do Estado que dia- benefícios para as Instituições melhoram?
riamente corre os riscos, consideramo-los excessivos e, que Não é isso que queremos para a nossa Casa e não é
gastar os valores acima referidos já são aceitáveis? disso que os Portugueses precisam.
Saberemos quanto custa ao Estado, um aluno / ano na Relembramos, o que – por um excelso Português – há
Escola Pública? Quem estará interessado em o esclarecer? dias, foi proferido: Nós… estamos num Tempo Social… em
Ontem, foi a desarticulação do nosso tecido industrial confrontação com o Tempo Politico, com o Tempo Internacio-
que provocou a eliminação e a deslocalização das nossas nal e Económico, na Europa, com a “diminuição da capaci-
fábricas, com os resultados conhecidos na nossa riqueza, dade da Classe Média” retirando-lhe intervenção e valores…
no emprego e prejudicando o nosso futuro. Os Pupilos do E, quanto aos EMEs, interrogando-se, deixou, para
Exército são um «outro tipo de fábrica», uma fábrica social ouvir a resposta: no Ensino militar… o quanto à formação
que produziu uma “comunidade pilónica” que é necessá- e investigação (aprender a fazer) é uma questão de “sobre-
ria ao crescimento do País e à mobilidade social das suas vivência” e não uma questão de “mercado” ?
gentes. O que respondemos?!
Acreditamos, por educação e por convicção, que o Se esses (alguns), quiserem trilhar estes caminhos que
Estado é uma “pessoa de bem” e que apesar da indepen- assumam os riscos e as responsabilidades inerentes.
dência dos seus vários poderes institucionais mantém a Desejamos-lhes uma boa viagem.
coerência necessária de uma Nação. Os sinais que o Ins- Não haverá retorno? Duvidamos. Temos que ser resi-
tituto recebeu ao longo do último ano e meio validaram lientes.
o seu projecto e alicerçaram o futuro da Instituição: Nós ficamos à espera de um “arquitecto” de nomeada,
– A presença de S. Exª o Presidente da Republica nas de um “Correia Barreto”, dito, de outra forma, de um Sisa
comemorações do centenário do IPE, as palavras que Vieira. Em 22Nov2012/ Revisto. APE
proferiu durante a cerimónia e que exarou no Livro
de Honra e a imposição da condecoração no seu (1) Cecília – Artista espontânea – Restauração d´arte – Espanhola. A autora da
Estandarte Nacional. “restauração”, Cecília Giménez, uma idosa de 81 anos que todos têm como
– As palavras de louvor, ao Instituto e da sua continui- “pessoa muito boa” que fez a intervenção na pintura “com a melhor intenção
do mundo”.
dade, proferidas pelo antigo Ministro da Defesa (2) João Vasconcelos Costa (2002) – As reformas estruturais do prof. EMG
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