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EVOCAÇÕEs (cont.)
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chegou a vez de vos falar de um “amigo do peito”,
E colega de 9 anos do IPE, o “Zeca” Junça (1943.0183).
Originário do tão típico Alentejo (Avis e Évora), be-
líssimo aluno e óptimo companheiro, o José Matos Junça
terminou em 1952 o seu Curso de Construções (Obras
Públicas e Minas, assim designado) e desde há 3 anos se
distinguia como futebolista de bom nível. Já como
ex-aluno, a trabalhar na sua especialidade, o “Zeca” inte-
grou-se no futebol competitivo da A.F. Setúbal, jogando
no G.D. Sesimbra e no Almada A.C., em 1953/54. Era
médio-ala, sobre o lado esquerdo, de particular “genica” e
Durão de Matos, treinador, anos 50
estilo que o fazia notado. No “Pilão”, em 1950/51 integrou
numa boa equipa com o Medina Carreira como guarda-
Nos finais de 2011 soubemos que o Diabinho de débil
saúde e já perto dos 90 anos, não estava bem. -redes e Carlitos Monteiro a dar um “ar de graça” no
Mas espero e desejo que nos possa ler e sorrir de quinteto atacante.
satisfação. Ainda muito jovem, por mor das suas engenharias foi
viver para Estremoz e a “febre” do futebol passou para 2.º
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plano embora ainda tivesse recebido convites para dar uns
“toques”, à sua maneira, de muita fibra e muito fôlego. No
s Durão de Matos eram três, todos eles de boa apti-
Odão desportiva. Todavia, por diversas razões, o Antó- seu tempo o “Zeca” Junça foi um bom futebolista que bem
nio (19350163) foi quem mais se distinguiu nos primórdios merece esta amigável lembrança.
da década de 40, jogando pelo IPE e também, episodica-
mente, pela equipa de Reservas do muito “seu” Belenenses. ***
Já ex-aluno, lançado na roda-viva da vida profissional, foi
ele o treinador da tal equipa “pilónica” dos 7-0 ao Colégio inalizando a série, falemos do magnífico praticante da
Militar, em 1948. F“bola” que foi o Jorge Vieira (19360037), para muitos
Bastante devotado à APE veio a integrar o Conselho de nós do seu tempo ou aproximado, o melhor de todos
Geral nos anos 90, evidenciando sempre elogiável amor ao os “pilões” que praticavam futebol.
Instituto. Isso mesmo me dizia, há bem pouco tempo, o nosso
Como futebolista, entre 1942 e 1944, o António Durão tão estimado Eugénio Coelho que enquanto adolescente,
de Matos, na posição de defesa ou médio esquerdo, botou nos primórdios da década de 40, torcia fervorosamente
figura e adquiriu experiência suficiente para vir a ser um pelas actuações do Jorge, no Instituto e nas “saltadas” ao
bom treinador de jovens praticantes. Tinha estilo, inteligên- exterior para onde era muito solicitado.
cia de jogo e uma peculiar destreza de movimentos. Mui- No ainda muito incipiente profissionalismo do fute-
ta saudade pelo “pilão” Durão de Matos II. bol, o Jorge Vieira marcou presença de realce em vários
clubes – Belenenses, O Elvas, Guimarães, quase sempre
como extremo direito, de remates certeiros e muita codí-
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cia de posicionamento em campo. Ainda o vi a actuar, com
sucesso, na década de 50. E mal parecia que neste “desfi-
ecordamos também, com especial e confessada emoção,
Ro talentoso e “sui-generis” Germano Fernandes, o 20 le” saudosista não falássemos de Jorge Vieira.
de 1936, da mesma equipa que o Diabinho e o Durão de
Matos, um artista do “association” na linha do “violino”
Manuel Vasques.
Aluno do Comércio, irmão mais novo do Augusto Car-
mo (19360106), o Germano exibia a sua muita habilidade
como interior direito, aos 17 anos de idade, lado a lado com
o seu colega de Curso, Manuel Andrade.
Recordo-me, como simples caloiro que eu era, como
gostava de ver jogar o “20”. Saiu cedo do Instituto e morreu
cedo, quando tinha pouco mais de 20 anos. É bom poder
evocar neste saudoso desfile o muito hábil Germano. E
creio que ainda há-de haver ex-alunos a recordarem-se dele. Estádio Nacional, anos 60
Boletim da Associação dos Pupilos do Exército | 13