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CRóNICAs (cont.)
vezes com tristeza, por se verem afastados do seu país, das – É importante ensinarmos os mais jovens a saberem
suas famílias, no fundo das suas raízes. E o Estado portu- gerir o seu dinheiro, e atribuir-lhes responsabilidades
guês, que investiu neles, vê a sua partida como “menos relativas às suas despesas. É uma forma de os prepa-
um problema a resolver”, sem ver (ou fingindo não ver) rarmos para as dificuldades.
o mais profundo da questão: investiu sem retorno, ou seja – Como a vida não pode ser só trabalho e problemas,
“deitou pérolas a porcos”. devemos privilegiar momentos de lazer, a baixo
Como disse no princípio, ao nível das decisões políticas, custo, para combater o stress associado à crise e às
que nos ultrapassam, nada podemos fazer, mas há peque- suas consequências nas nossas vidas.
nas coisas que estão nas nossas mãos fazer e que poderão, – O Natal está à porta, por isso, porque não substituir
pelo menos, representar uma pequena diferença nas nos- prendas compradas por prendas artesanais, feitas em
sas vidas e no nosso orçamento familiar: casa e personalizadas?
– Para aqueles que estão desempregados, ou à procura – Aproveite a nova tendência ecológica e de reciclagem
de primeiro emprego, que esta procura seja feita para reciclar e reutilizar produtos, combinando teci-
duma forma activa, recorrendo a novas formas de dos e texturas, e redecore ou decore a sua casa.
marketing pessoal em que a componente criativida- – Não desperdice comida (aproveite todas as sobras).
de apareça realçada. Lembre-se que cerca de 14% da população mundial
– Se o seu trabalho não é muito longe de casa, apro- morre à fome.
veite e vá lá almoçar. Poupará certamente dinheiro. – Aprenda a gerir o novo orçamento familiar, resultan-
– Já todos temos ouvido falar na nova moda das “mar- te das medidas aplicadas para resolução das múltiplas
mitas”, para quem apesar de estar longe de casa pode asneiras políticas.
querer levar almoço home-made. Eu aderi a esta moda. Em jeito de conclusão, é claro que sei que a crise re-
– Há tempos atrás, era relativamente fácil combinar almente existe. Mas a verdadeira Crise é a enorme desi-
um almoço ou um jantar fora, com amigos e família, gualdade social que sempre existiu, existe e continuará a
mas hoje esta prática é incomportável (para muitos). existir, perante a indiferença e hipocrisia do mundo que
Substituir a ida ao restaurante, por almoços e janta- a ela assiste, tomando, supostamente, as melhores decisões
res convívio, em casa, em que todos os amigos ou para a corrigir.
familiares colaboram, é uma possível opção/solução.
Boletim da Associação dos Pupilos do Exército | 49