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CRÓNICAS


           ConsideRaÇÕes



           Rui santos vargas | 19810132







              s notícias que durante as últimas semanas de Março apareceram   fica de alunos internos e semi-internos são uma mais-valia compro-
           Anos jornais e nos canais de televisão sobre a reestruturação dos   vada,  que  se  tem  reflectido  no  número  de  candidatos  nos  últimos
           estabelecimentos militares de ensino mereceram-me algumas consi-  concursos de admissão.
           derações que gostava de partilhar.                    Parte do caminho que o CM vai agora tentar trilhar com alunas e
              A tão propalada fusão entre o CM e o IO está a revelar os seus   semi-internato,  já  o  IPE  começou  a  trilhar  há  muitos  anos  com  o
           contornos. Como já se adivinhava, de fusão nada vai ter.   sucesso conhecido. O Exército quererá aplicar no CM a lição apren-
              O IO extingue-se.                               dida  com  a  experiência  do  IPE.  Num  passado  recente  do  CM,  já
              O CM aumenta a sua oferta formativa ao 1º. Ciclo, abre as portas   houve uma tentativa de integrar alunos semi-internos, mas por razões
           a raparigas e estende o regime de frequência ao semi-internato.   que não vêm agora ao caso, a experiência não passou disso mesmo.
              Do IO restarão memórias.                        E desta vez, como irá correr?
              O CM basicamente continuará na mesma, mas mais polivalente.  Verificámos que as notícias que têm sido publicadas são mui-
              A decisão de não incluir o IPE na “fusão” anterior é uma decisão   tas vezes inquinadas com números sobre os custos por aluno nes-
           com bom senso. O IPE tem especificidades e utilidades para o Exér-  tes estabelecimentos. Periodicamente é um assunto que vem à bai-
           cito únicas, pelo que essa “fusão” era impossível. A vertente técnico-   la, ao qual se seguem um conjunto de desmentidos públicos sobre
           -profissional do IPE, que o Exército sabiamente aproveita para também   a  natureza  falsa  e  distorcida  dessas  informações.  Passados  uns
           formar sargentos de Transmissões e do Serviço de Material, a inte-  dias, voltam os números iniciais, manipuladores duma verdade que
           gração com sucesso de raparigas no Instituto e a coexistência pací-  se procura espelhada na comunicação social, mas que se não encon-
                                                              tra.
                                                                 Que maneira é esta de fazer jornalismo?
                                                                 Quem estará por trás da publicação recorrente de números que
                                                              levam a opinião pública a retirar conclusões falsas?
                                                                 A quem interessa a mentira?
                                                                 O projecto educativo que há vários anos – em boa hora, diria – foi
                                                              idealizado pela Direcção do IPE, focando-se numa vertente técnico-
                                                              -profissional na área das tecnologias, permitiu a conquista, ou a re-
                                                              conquista, de um espaço próprio que agora se afigura vital.
                                                                 A aposta da Comissão que está encarregue desta reestruturação
                                                              dos estabelecimentos militares de ensino nesse projecto educativo é
                                                              o reconhecimento, por parte de técnicos e não de políticos, da bon-
                                                              dade, estabilidade e actualidade do mesmo.
                                                                 A actual e as anteriores Direcções do IPE, estão de parabéns pelo
                                                              trabalho que fizeram. Mas a história não acaba aqui. Não, há ainda
                                                              muito caminho por percorrer.
                                                                 Estão também de parabéns os Alunos, e os seus Encarregados de
                                                              Educação, que acreditam e confiam apesar de tudo que, pela educa-
                                                              ção no IPE, poderão desenvolver características pessoais e compe-
                                                              tências profissionais que lhes permitirão encarar o futuro com mais
                                                              optimismo.
                                                                 Uma última palavra para os elementos da APE mais envolvidos
                                                              neste processo. Agradecemos o vosso empenho na defesa do projec-
                                                              to educativo traçado para o IPE: apoiando discreta mas eficazmente;
                                                              divulgando em Portugal e no estrangeiro; sensibilizando sem alarde,
                                                              mas estrategicamente, as entidades com responsabilidades no dossier;
                                                              utilizando argumentos técnicos e tentando minimizar a componente
                                                              sentimental que a todos o Pilões assalta.

                                                                 Obrigado!
                                                                 Bom trabalho!


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