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POESIA


           QUietUde… e a vida                                                  vamos


                                                                               Lá
           antónio boavida pinheiro | 19460033

                                                                               CantaR


           Devagar, devagarinho…             Devagar, devagarinho…
           Vão-se os pais apaixonar,         Vêm os netos p’ra animar          a maRCha
           E vem depois, mais um filho       O avô que é amiguinho
           Para vida continuar...            Tem seus olhos as brilhar...      Joaquim Cabo verde | 19490309

           Devagar, devagarinho…             Devagar, devagarinho…
           O soninho vai chegar,             Com os seus pés arrastar,                Vamos para a rua cantar
           Vão-se fechar os olhinhos         Vai andando o velhinho,                Com um sonho em cada mão
           E a criança a dormitar...         Para ao jardim descansar...               Uma janela para o mar
                                                                                   E tanto luar que aperta o coração
           Devagar, devagarinho…             Devagar, devagarinho…
           A criança vai brincar,            Duas lágrimas a rolar                    Via a marcha ia a passar
           Vai procurar um joguinho:         Pela face vai direitinho,                 Pendurada num balão
           E à matraca vai jogar...          P’ra saudade mitigar...                  Entrei nela e fui dançar
                                                                                          Senti-me voar
           Devagar, devagarinho…             Devagar, devagarinho…                    Nos mares doutra canção
           Cresce, cresce que é um ar,       Que a morte está a filar,
           Tem cuidado, cuidadinho,          Mas um Anjo, com carinho,                      Refrão
           Para na vida singrar...           Minha alma vai amparar...
                                                                                      Vamos lá cantar a marcha
                                                                                       Que Lisboa é uma só
           Devagar, devagarinho…             Devagar, devagarinho…
           Vai a roca a deslizar,            Que ao Céu vai arribar,               Cada rua tem sempre a mesma lua
           Para fiar esse linho              Junto a Deus, por fim sozinho,          Cada bairro o mesmo sólidó
           P’ro bragal acrescentar...        Para eternidade habitar...               Vamos lá cantar a marcha
                                                                                      Que Lisboa vem também
           Devagar, devagarinho…             Devagar, devagarinho…                   Com a graça de quem passa
           Os sinos a repicar,               O leitor vai perdoar,                    Passa a Graça e a marcha
           Flores silvestres um raminho,     Que este verso tão “quietinho”            De Marvila até Belém
           E Ave-Maria a rezar...            Começou…, tem que acabar…
                                                                                       O tempo passa a voar
                                                                                      E a saudade vem depois
                                                                                       Lisboa vive num beijo
                                                                                          Abraça o Tejo
           paRa aLÉm da Rima                                                         E dormem sempre os dois
                                                                                       De manhã ao acordar
           antónio barradas barroso (tiago) | 19460120                                 Procuram de lés a lés
                                                                                      Todas as estrelas do mar
                                                                                        Que à noite o luar
                                                                                     Lhes trouxe com as marés

                   Às lindas amendoeiras em flôr da bela província portuguesa do Algarve
                                                                                            Refrão
             Mostrando, muito leve, um tom de rosas,  E enquanto tronco e ramos, sem mais nada,  Vamos lá cantar a marcha
              Todas brancas, algumas mais lilases,  A amendoeira só vive esperançada   Que Lisboa é uma só
              Ondulam, com a brisa, tão formosas,  Na rima das flores que não se queixam;  Cada rua tem sempre a mesma lua
           Que os olhos, de as deixar, não são capazes.                              Cada bairro o mesmo solidó
                                                Que nascem por amor, com alegria,     Vamos lá cantar a marcha
              Essas flores que brotam, tão vivazes,  E que, ao morrer, dão lições de poesia  Que Lisboa vem também
               Tão belas, tão puras, tão vistosas,  Nos frutos que, afinal, elas nos deixam!  Com a graça de quem passa
               Em momentos de vida tão fugazes,                                       Passa a Graça e a marcha
              São só belezas de alma, milagrosas!                                      De Marvila até Belém


                                                                                                          67
               BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO DOS PUPILOS DO EXÉRCITO
               BOLETIM D A AS SOCIA ÇÃ O DOS PUPIL OS DO EXÉRCIT O                                        67
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