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CRÓNICAS
CONTINUAÇÃO
órgãos de reduzida audiência. A Internet resta assim como único meio A falência até hoje de todas as ideologias e sistemas políticos – por
para encontrar informação alternativa sobre os eventos mais significa- omissão ou convicção – em prosseguir estes objectivos, está a matar
tivos da humanidade – presentes e passados – bem como toda a infor- toda a ESPERANÇA de um futuro melhor para a humanidade. É tempo
mação importante sobre qualquer área do conhecimento. Informações, portanto de reabilitar a UTOPIA e incentivar a sua gestação. Fazem
reportagens, debates e intervenções que nunca chegam a nossas casas falta Propostas estruturadas de novos modelos de sociedade, vacinados
pelas dezenas de canais da TV e que a pesquisa fácil de CVs na Inter- de raiz contra os “valores” perversos do capitalismo selvagem que
net permite confirmar da credibilidade dos seus autores – onde abundam campeia no mundo inteiro. Há que ter, no entanto, a coragem de aban-
cidadãos americanos laureados com o prémio Nobel, reputados cien- donar o Logro impossível do crescimento económico permanente de
tistas, jornalistas e outros. Não se justifica portanto nos dias de hoje todas as economias e do consumismo suicidário decorrente deste mito.
deficits de informação em matéria de tanta responsabilidade. Cabe a Programas ambiciosos de implementação – sem os erros fatídicos do
cada um, pois, a opção de se informar e/ou esclarecer. Caberá a cada passado – seriam requisito obrigatório para recuperar os VALORES
um exercer (ou não) o direito de Cidadania. E do Patriotismo! perdidos desta civilização moribunda. Só possível com um Homem
Depois da República de Platão e da obra de Thomas More no séc. Novo, métodos novos e novas organizações. Organizações Humanas!
XVI, tornou-se lugar-comum classificar como “UTOPIA” qualquer Termino com o estado de Portugal nesta 5ª avaliação da execução
projecto de sociedade ideal por se afastar demasiado do status quo e do Memorando assinado com a Troika pelos 3 partidos “coveiros” do
paradigmas em vigor. Ambição e perfeccionismo conceptual parecem país. Embora destinado a “recuperar a confiança dos mercados e saldar
contudo obrigação indeclinável em matéria com tanto impacto no a dívida e o deficit” os resultados da austeridade foram nefastos: au-
Futuro e bem-estar da pessoa humana. E também na pesquisa de mento do desemprego para 16%; aumento da Dívida para 120%
soluções para o magno problema da preservação de um planeta em rota do PIB; aumento do deficit para 6,2%; e 90% da soberania aliena-
de extinção, do qual todas as gerações dispõem apenas de contrato de da com aumento exponencial do fosso entre portugueses ricos e
arrendamento. Mormente, quando é evidente a necessidade imperiosa pobres... Todos sabemos– e os credores também – que o montante de
de um novo modelo de sociedade baseado na abolição dos sistemas tal dívida é impossível de pagar e que mais de 60% é dívida ilegítima
monetaristas escravizantes e numa economia de recursos renováveis e odiosa, contraída em conluio entre as partes contratantes, com cor-
para satisfação das verdadeiras necessidades da humanidade. Uma rupção e traição nacional à mistura. Daí que a única alternativa justa e
UTOPIA capaz de enformar finalmente a (des)construção do “admirável patriótica para honrar a dívida legítima (40%?), nunca poderá ser mais,
mundo novo” da premonição clarividente de Aldous Huxley. Através da da mesma Austeridade (!), mas antes a sua Reestruturação imediata pelo
construção de um Novo Homem e da desmontagem radical do modelo prazo mínimo de 10 anos. Com ou sem ameaça de represálias!
com Alfas e Betas já em serviço…
Uma UTOPIA centrada na equidade da distribuição da riqueza e na “Artigo de opinião datado de 30.Set.2012 publicado pelo Autor em O Referencial – 107
construção colectiva da felicidade individual. da nossa congénere Associação 25 de Abril».
10 BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO DOS PUPILOS DO EXÉRCITO