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EVOcAÇÕEs
A Plêiade dos N. 11
os
DAVID SEQUERRA
19430333
ladas competitivas desde 1943, fazendo asa com o Arman-
do Nabais (o 100, de 1936).
Rápido, arguto, pendular, o “Chejá” foi um bom nº11,
ao estilo do Rogério de Carvalho, do Benfica, então mui-
to em destaque ao mais alto nível do futebol lusitano.
***
epois do Hermínio d’Almeida, em 1947, notabilizou-
D-se o “moçambicano” Rui Gonçalo Carmo Moura
S NOSSOS EXTREMOS ESQUERDOS, (ao mo- (1941-0368), bem conhecido por “Beni”, em referência
Odelo do “pips” e do Albano). ao pugilista Beni Levi, vindo de Moçambique para a ri-
Reportamo-nos às tão características décadas de 40 e balta da modalidade, em Portugal.
50 no âmbito do futebol. O “Beni” era um estilista nato, de rara inteligência em
Depois de termos evocado os “craques” que se notabi- tudo o que fazia, tendo sido o n.º 11 da tal equipa dos
lizaram como “keepers”, “center forways” e “stoppers” (tudo 7-0 ao Colégio Militarem 1948, aos 17 anos de idade. Foi
very british à época...) vamos hoje relembrar alguns “ases” Comandante de Batalhão, em 1949/50, aluno de elevadas
como extremos esquerdos, os n. 11 seguidores das classificações, formando-se depois em Engenharia Electro-
os
proezas de Rogério, o Pip”, do Benfica, e de Albano, o técnico no I.S.T., sem tempo de sobra para o futebol. Mas
“Puto do Seixal”, do Sporting, figura de proa dos diabos lá que foi, no “Pilão”, um belíssimo extremo esquerdo,
vermelhos” e dos “violinos”, entre 1945 e 1955. ninguém duvide.
Vamos a isso... ***
*** inalmente, façamos referência ao Fradique, o 311 de
a primeira metade da década de 40 o melhor extre- F1945, alentejano de boa cepa, esquerdino nato, fina-
Nmo esquerdo “pilónico” era o Tristão (1937-0175), lista do seu Curso Técnico de Radio montador, em novos
originário de Santo André – Estremoz, aluno aplicado até moldes “pilónicos”, em 1952, tinha ele uns promissores
Agosto de 1944. 17 anos de idade.
Atingido pelas exigências do limite dos 21 anos, com- O Fradique era um habilidoso, um tanto frágil mas
pletados em Julho de 1944, o Tristão teve de sair a meio intuitivo no seu labor de extremo esquerdo.
do seu Curso de Construções. Entretanto já se afirmara Lembramo-lo neste desfile com muita saudade, visto
como um belíssimo futebolista, nas equipas do IPE e do que nos deixou há bastante tempo, muito novo ainda, com
Marvilense, um dos clubes típicos que viria a dar vida ao muito para nos satisfazer em amizade e nos acompanhar
popular Oriental alfacinha. pilónicamente.
Era um n.º 11 pujante, muito voluntarioso, de remate No Livro de Finalistas editado em Junho de 1952
fácil e grande espírito de camaradagem, à “pilão”. Jogaria coube-me fazer-lhe os versos referindo a sua alcunha de
ainda no Sacavenense, sempre a bom nível. «Rebeca» e elogiando a sua propensão para a prática des-
O Tristão deixou-nos cedo, em Setembro 1969, com portiva. Assim:
46 anos, mas os que ainda restam do seu tempo não Que queixo proeminente
esquecem como bom futebolista que foi. Que envergonhado que é
*** Joga à bola, firmemente
eguiu-se-lhe, em 1943/44, o bem lembrado “Chejá”, Com a mão e com o pé.
So 316 de 1933 finalista do Curso de Contabilistas em O Eduardo Fradique Nunes (1945-0311) foi um bom
Julho de 1945, após 12 anos no Instituto. n.º 11, adepto convicto do “violino” Albano, afirmando-se
O Hermínio Martins d’Almeida, natural de Torres sempre como o protótipo de um “gajo porreiro”.
Novas, foi “pilão” desde a instrução primária e marcou E é com ele que finalizamos mais este desfile saudosista,
presença pela sua lhaneza de trato e jeito para os futebo- agora dos extremos esquerdos de há muitos e muitos anos.
Boletim da Associação dos Pupilos do Exército | 17