Page 56 - Boletim APE_222
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poesia
ANTóNio BoAViDA PiNHeiro ANA DUArTe
19460033 ex-aluna do io
As Rugas… Quando
(de uma sénior de 84 anos…)
Vem ver-me
Estas rugas que aqui vedes quando meu corpo adormecido
sonhar contigo
Não significam velhice.
quando a chuva bater na vidraça
Porque será que não credes?
Não as há na meninice!!! quando sair à rua
e tentar apanhar as gotas
que me fogem por entre os dedos
Que aquilo que não sofrerdes,
quando o pôr do sol
Sem decénios que afligisse, deixar uma cama de luz no mar
Sem lágrimas que verterdes,
quando as ondas mansamente
E a pobreza repartisse… se deitarem na areia
vem ver-me
Minhas rugas testemunham quando a minha saudade
Tantas noites acordada, fizer doer
Até chegar…,a alvorada,
quando o meu sorriso se apagar
E as insónias que se impunham vem
Dum sofrer…, sem ganha-pão… vem ver-me
Rugas sim! Tristezas não!!! devagarinho, quando estiver
com pressa
quando…
Bate ainda o coração…
se quando vieres
Rezo a Deus uma oração…
se vieres
(Sonetilho+ dístico, em redondilha maior) vem ver-me.
54 Boletim da associação dos PuPilos do exército
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