Page 60 - Boletim APE_222
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Notas... rapidissimas
"nosso" Manuel Espírito Santo, de exemplar devoção muito popular “Narigueta” (Óscar Gonçalves de
O à APE, talvez para se lembrar melhor de que já pas- O Brito, o 225 de há mais de 70 anos) tem sido um dos
sou a barreira dos 90 anos, anda agora de bengalinha, toda mais velhos ex-alunos a participar nos eventos fes-
estilizada, a dar-lhe um ar afidalgado, ele que é um repu- tivos da APE. Tem sido muito satisfatório registar as
blicano convicto. Fica-lhe bem e permite que se metam emotivas presenças do muito comunicativo “Narigueta”
com ele, amigavelmente. que se orgulha da sua carreira técnica cumprida em Mo-
A propósito da sua condição, o Manel relembrou que çambique em mais de 3 décadas bem distribuídas por
nos já tão distantes anos 20, passou pelo Instituto um perto de uma dezena de cidades, com relevo para Tete,
aluno, de seu nome António Adelino Freitas da Silva nos anos 60.
(1917.0203) que era coxo, utilizava uma bengala de apoio, Em Agosto de 1969 já veterano nas suas andanças de
beneficiava de tolerâncias especiais e era "fera" em alemão, técnico conceituado, o Óscar Brito foi louvado pelo Go-
no Curso de Comércio. Como entrou para o Instituto não verno Provincial, qualificado como “um elemento de
se sabe bem. Mas que marcou boa presença disso bem se muito alta valia dentro do Serviço Publico (SIC)”, ressal-
recorda o magnífico nonagenário Manel. tando as facetas de coragem e dinamismo as mesmas que
António Adelino foi "pilão" por um pouco mais de 10 demonstrava como “pilão”, remador de 1ª categoria, à
anos (Fev. 1917 a Agosto de 1927) e conseguiu a sua Li- escala nacional.
cenciatura, nos 30, Faleceu em 1972 e ainda é recordado Ah grande “Narigueta”! Todos nos orgulhamos de ti.
os irmãos Baptista ribeiro De belíssima figura, um ar de intelectual que não
enganava ninguém, o Dr. Hugo foi dos mais cotados ex-
-alunos da sua geração ombreando com Fernando Pimen-
uando fui aluno novo, em 1943, o chefe dos Serviços ta, José Serra, Aníbal de Sousa Marques, Luizélio Saraiva,
QAdministrativos era o “nosso” Capitão Mário Baptis- Alfredo Esperança e Augusto Dias.
ta Ribeiro, figura muito respeitada pela valia de si mesmo Da Europa para os “States”, essa malta fixe de sua
e também por ser Pai de dois muito cotados ex-alunos, o geração nunca esqueceu o 396 de tanta qualidade.
Hugo e o Óscar, repetidas vezes elogiados, dos melhores ***
dos já longínquos anos 20. O Óscar ficou por cá, apesar da similitude das suas
Enquanto a memória dos tempos idos não se apaga e ideias relativamente às do Hugo. Mais comunicativo e
com a preciosa ajuda do “Manel” (Espírito Santo) que foi talvez menos brilhante completou em 1933 o curso médio
seu contemporâneo, nos primórdios dos anos 30, evocamos de Engenharia e encetou, de seguida, a sua carreira pro-
hoje, com confessado apreço, os irmãos Baptista Ribeiro fissional, destacando-se como Examinador muito respei-
– Hugo (19250396) e Óscar (19250397). Foram dois tado da Direcção Geral de Viação em Lisboa.
“pilões” que dignificaram o Instituto e daí a justiça plena Também teve alguns convites para emigrar mas mante-
desta lembrança. ve-se pela sua Lisboa, onde nasceu em 12/XII/1911. Era
O Hugo de inteligência superior, um pouco introver- só uns meses mais novo do que o nosso Instituto e comple-
tido, de notável cultura geral (sociopolítica essencialmen- taria o seu centésimo ano de vida daqui por escasso tempo.
te) atendendo à sua condição de “teenager”, por volta de Fez-se sócio da APE em 1943 e, dentro do possível,
1930/31, saiu do Instituto para se formar na área da Ma- prestando homenagem à memória de seu Pai, acompanhou
temática Aplicada e, inconformado com as recentes orien- a vida inicial da Associação dando notícias dos rotundos
tações do Estado Novo, decidiu emigrar para os Estados sucessos de seu Irmão nos Estados Unidos.
Unidos onde se afirmou como professor Universitário de É bom que não nos esqueçamos dos irmãos Baptista
muita categoria. Ribeiro. Por isso este breve apontamento que tentaremos
Foi aluno até 29/VII/1930, após 5 anos lectivos em fazer chegar às mãos dos seus descendentes.
plena evidência. David Sequerra (1943.033)
O que é é bom
58 Boletim da associação dos PuPilos do exército