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1911 - Querer é Poder - 2011



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                                                                                                         1947.0332
        “A república, O Instituto, As tutelas & Os tutelados …( I )”




            o ano e período institucional das celebrações do 1º Cente-  proprietários, rendeiros ou de jornaleiros, bem como e ainda, da
            nário do “Pilão”, não poderia deixar passar esta oportuni-  conformidade dos diferentes escalões. Havia um número limitado
       Ndade, sem “respigar” e dar conta, do que já outros disseram,  de  grandes  proprietários,  sendo  a  grande  maioria  da  população
       fazendo alusão (escrever, sem qualquer pretensão) a algo que terá  rural constituída por pequenos proprietários e pequenos rendeiros,
       sido determinante na sua fundação (criação) e a que nossa Casa  que trabalhavam terras próprias ou de outrem mediante contrato
       Mãe está ligada – ao espírito e à luta do Cidadão anónimo - na  de arrendamento ou aforamento. Os jornaleiros sem terras e assa-
       implantação da República.                              lariados eram o grupo mais numeroso, e que em piores condições
          Procurarei, nos vários textos, que integrarão o nosso Boletim, no  vivia.
       período em causa – Out2010 - Dez2011 – fazer salientar factos,   A estrutura da propriedade em Portugal foi também um dos
       fazeres individuais, publicações e normativos jurídicos que concor-  condicionalismos ao desenvolvimento da agricultura. Aquando da
       reram para a criação de novos desideratos formais e ou utópicos,  desafectação dos baldios e dos bens do clero e da extinção dos vín-
       consolidadores que foram do “Instituto Profissional dos Pupi-  culos familiares, proporcionaram um maior acesso à propriedade;
       los dos Exércitos de Terra e Mar”   e do “carácter” dos seus  contudo, ela não se distribuiu pelos vários estratos sociais rurais,
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       educandos.                                             mas concentrou-se sim e, sobretudo, nas mãos de novos senho-
          Como estruturação, quanto aos “rebuscos” atinentes que pre-  res  (terratenentes),  nomeadamente  a  nova  nobreza  e  a  grande
       tendo corporalizar, quer históricos, sociais e comportamentais dos  burguesia.
       vários interveniente / actores, no que concerne à realidade política
       das  épocas,  das  implicações  corporativas  e,  ou  de  grupos,  bem
       como das idiossincrasias próprias na “diáspora pilónica”, e ainda
       considerando  o  seu  faseamento  analítico  e  expositivo  em  que
       nos empenhámos (muito sucintamente), leva-me a subdividir os
       “acontecimentos” referenciados em cinco períodos temporais:
       I - “25 Anos para a República” (-1910);
       II - “A República - Fundação e Consolidação do Instituto,
       Carácter & Mística” (1911-1926 …1936);
       III - O Estado Novo – Reorganização do Instituto - (1937-
       1961);
       IV - A Guerra Colonial - A Democracia e o “Novo Instituto”
       - (1962-1986)
        V - O Instituto e a APE- Visão do futuro (1987-2011).
          Em cada um destes itens, para além da sua caracterização polí-
       tico-social (muito superficial das épocas), procuraremos separada-
       mente reflectir e dar relevo:
       1. Prováveis “efeitos imediatos” das mudanças de regime
       sobre o Instituto;                                     D. Manuel II no Parlamento (1908)
       2. Alterações “curriculares” e do “universo escolar” no Ins-
       tituto;                                                   A maioria da população, concentrava-se no Norte litoral e no
       3. As “reestruturações” da Escola e das acções da “Diáspo-  Centro. A propriedade estava dividida em parcelas muito peque-
       ra Pilónica”.                                          nas, que mal garantiam a subsistência da família, enquanto no Sul
       Nota: As fontes a que recorreremos estarão expressas no final de  (Alentejo e Ribatejo), onde a população era mais escassa, predo-
       cada um dos tópicos abordados.                         minava a grande propriedade subaproveitada.
                                                                 O sobrepovoamento do Norte (Além Douro) a partir da década
          I - 25 Anos... para a República ( …  1910).         de 80, conduziu às migrações sazonais para o Sul do País e, os
                                                              pequenos proprietários arruinados e os desempregados jornaleiros
       As lutas Liberais… já tinham passado…. ,   O Republicanis-  procuraram uma resposta na emigração. O Brasil…era o “Eldora-
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       mo e o Socialismo em Portugal, acabavam de chegar…  ,  do”.
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                                                                 A burguesia capitalista preferia, no entanto, aplicar o seu dinhei-
          Esta nova ideologia - ao mesmo tempo - republicana e socialis-  ro em grandes negócios, na agiotagem e na compra de imóveis
       ta, inspirava-se nas teorias do socialismo utópico e gozava da sim-  (terras) a investi-lo na indústria e na agricultura, condicionando as-
       patia da pequena burguesia e do proletariado urbanos, sobretudo  sim, com tal procedimento, o desenvolvimento do País e, nos faz
       de Lisboa e Porto. Procurava a descentralização administrativa com  assim, compreender a razão porque sectores essenciais da econo-
       base na organização do município, a criação de associações com  mia portuguesa estavam nas mãos de estrangeiros.
       vista à implantação do cooperativismo e da federação dos povos   O poder económico desta burguesia abriu-lhe as portas do po-
       peninsulares previamente convertidos em Repúblicas assentes na  der político, ganhando, numa primeira fase, prestígio social, para
       descentralização municipal: Republicanismo, municipalismo, fede-  de  seguida,  adquirirem  títulos  nobiliárquicos  e  fazendo  alianças
       ralismo e associativismo eram as ideias-força desta nova ideologia.  matrimoniais com a nobreza tradicional arruinada. Posteriormente,
          A população portuguesa nos finais do século XIX, na sua gran-  adquirindo consciência do seu valor e lugar na sociedade e, em vez
       de maioria (cerca de 80%), vivia nos meios rurais e a população  de títulos de nobreza, preferiram o acesso à Câmara dos Pares (ac-
       activa (60% a 70%) ocupava-se na agricultura, situação que se foi  tuação na politica), a um lugar de conselheiro ou a um dos graus
       modificando muito lentamente.                          das ordens honoríficas.
          A sua estratificação social era reflectida pela sua situação de   O comum dos cidadãos sentia-se defraudado com a organiza-


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