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1911 - Querer é Poder - 2011
dAvid PASCoAl RoSAdo
1985.0253
Fundador do Instituto dos Pupilos do ExérCItO:
Patrono dos novos cursos de entrada do exército e da GNr
na Academia Militar no Ano Lectivo 2010/2011
o dia 03 de Novembro de 2010, decorreu no Aquarte- do Corpo de Estado-Maior, Alfredo Pereira da Conceição, defen-
lamento da Academia Militar na Amadora, a cerimónia dia que um Patrono deveria representar, ao ser uma personali-
Nde apresentação do Patrono dos novos cursos de en- dade “onde o grandioso se junta ao humano, onde o amor da
trada do Exército e da GNR. Para o ano lectivo 2010/2011, a terra se junta ao amor das gentes, onde a paixão de servir uma
personalidade histórica escolhida superiormente para Patrono causa nobre se junta ao ardor duma inteligência rara”.
foi o General António Xavier Correia Barreto, Fundador do Nascido em Lisboa a 5 de Fevereiro de 1853 e falecido em
Instituto dos Pupilos do Exército. Trata-se de uma escolha que
muito prestigia o nosso Instituto e que dignifica, ainda mais, as
comemorações do seu Centenário.
Neste Boletim, dá-se oportuno conhecimento do discurso
então proferido na cerimónia aos novos Cadetes-Alunos, pelo
MAJOR ADMIL (DOUTOR) DAVID MIGUEL PASCOAL ROSADO.
“Exmo. Senhor Tenente-General Comandante da Academia
Militar
Exmo. Senhor Major-General 2.º Comandante da Academia
Militar
Exmo. Senhor (…)
Exmos. Senhores Oficiais, Professores, Sargentos, Praças e
Civis da Academia Militar
Exmos. Convidados
Caros Cadetes-Alunos dos Cursos de Entrada na Academia
Militar neste Ano lectivo 2010/2011, Patrono “General
António Xavier Correia Barreto” O Estandarte Nacional com Escolta de Honra composta por um Alferes-Aluno e
por três Cadetes-Alunos da Academia Militar.
Comemorando-se no corrente ano de 2010 o Centenário da
República Portuguesa, foi com grande oportunidade que para o Sintra a 15 de Agosto de 1939, o General Correia Barreto foi um
ano lectivo 2010/2011, a Academia Militar escolheu para Patro- dos mais insignes militares que este País teve e, acima de tudo,
no dos seus cursos de entrada, o General António Xavier Correia tornou-se um símbolo pela defesa constante da Democracia e da
Barreto. A escolha des- própria República. Sendo uma das figuras mais proeminentes do
te militar para Patrono, novo regime político implantado em 5 de Outubro de 1910, Cor-
que teve um papel tão reia Barreto foi quase tudo o que um cidadão poderia ter sido na
relevante nos primeiros Primeira República e combateu todos os regimes não democráti-
anos da República Por- cos que emergiram entre 1910 e 1926. Nesse ensejo, granjeou
tuguesa, exalta não só um capital de imenso prestígio enquanto normalizador e garante
a efeméride do Cente- da vida democrática, que o fez alcançar um dos principais lugares
nário da República Por- da dignidade nacional - a Presidência do Senado e do Congresso
tuguesa, mas defende - sendo sempre eleito por quase unanimidade dos votos.
também a tradição da Ilustre militar, Correia Barreto aliou permanentemente a ver-
Academia Militar e a co- tente castrense com a vertente académica e científica. Tendo-se
esão de todos aqueles matriculado em Outubro de 1874 na Escola do Exército para fre-
que escolheram volunta- quência do Curso de Artilharia, logo enquanto Alferes-Aluno deu
riamente seguir a carreira ao prelo a sua primeira publicação no campo da Química, uma
das armas, exortando-os obra que viria a ter seis edições, a última das quais em 1889.
a desenvolver atributos O seu interesse pela pedagogia e pela ciência, levou-o ainda a
de carácter, honra, le- integrar a comissão que estava destinada a elaborar e indicar os
aldade e o culto da or- livros que deveriam ser usados nas Escolas Regimentais, funções
dem e da disciplina. O em que foi louvado pelo seu extraordinário “zelo, inteligência e
General António Xavier dedicação”.
O Fundador do IPE foi nomeado, desde muito Correia Barreto encerra Em 1885, com o posto de Capitão, foi incumbido de estudar
cedo, para exercer funções de grande enverga- exactamente aquilo que um novo tipo de pólvora, uma pólvora sem fumo, no sentido de
dura técnica. o então Tenente-Coronel acabar com a dependência que o nosso país tinha da pólvora in-
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