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1911 - Querer é Poder - 2011
Somam-se, num passado recente, os cursos superiores politécni-
cos (já com uma formação mista e constituídos não só por pilões,
como por alunos do Colégio, alunas de Odivelas e civis).
Deve sublinhar-se, sobre esta matéria, que os Pupilos sempre
tiveram um enorme sucesso no mercado de emprego e elevada
credibilidade profissional, fruto não só das excelentes condições
de aprendizagem, como do aprofundado grau de especialização
técnica, que sempre foram uma das suas maiores bandeiras for-
mativas.
Acrescenta-se a informação relativa à Instrução Pré-Militar e às
equiparações aos cursos de sargentos milicianos e aos cursos de
oficiais milicianos, designadamente para efeitos de ingresso nas
academias militares. lões. Neste contexto, faz-se uma abordagem ao Brasão de Armas,
Referem-se depois os nomes dos seus 27 diretores, portado- lembra-se o Guião do Batalhão Escolar, sublinha-se o lema e divisa
res de altas patentes militares (Coronel, Brigadeiro ou General e, de honra, o hino, o estandarte e as condecorações, o Código de
atualmente, Major General). Honra, a Barretina, o Busto da República, as Placas de Saudade, o
A exposição pública do Instituto é também abordada em inú- poema “Ser Pupilo”, os vários uniformes (de serviço, de combate,
meros contextos: nos desfiles militares (de modo especial no 25 de saída e de gala), as insígnias gerais, as insígnias dos finalistas, os
de Maio); nas formaturas gerais do Batalhão Escolar (sempre em Bilhetes de Identidade, as pastas, as distinções e os prémios.
lugar de destaque junto a outras forças, como a Marinha e o Exérci- O último capítulo do livro descreve todas as antigas tradições
to ou até a antiga Mocidade Portuguesa); na marcha dos finalistas; dos Pilões: o Dia do Fundador; o Dia do Patrono; o Dia do Instituto;
nas muito afamadas exibições, demonstrações e saraus (militares a cerimónia de apadrinhamento dos novos alunos e o abraço ao
e gimno-desportivos) em incontáveis acontecimentos públicos ex- batalhãozinho; a abertura solene do ano letivo; o grito de guerra
ternos à instituição. (a “Jacarézada”, devida aos alunos Henrique Medina Carreira, que
As atividades de complemento curricular – de função extrema-
mente importante (do ponto de vista cultural e desportivo) – são tinha a alcunha de “Jacaré”, e a Nicolau Matias, que tinha a alcunha
de “Perdigão”); o Cartolas (que, no senso comum dos costumes
objeto de análise detalhada, com o significado natural que sempre pilónicos, é um fantasma, já muito antigo, sempre com 12 anos
serviu para distinguir o Instituto das demais escolas de ensino civis, de idade); o Enterro (que inclui a “cerimónia religiosa”, o “cortejo
públicas e privadas. E este reconhecimento foi sempre constante, fúnebre” e os “defuntos”); a Récita de Carnaval; a Batalha Campal;
quer no país quer mesmo no estrangeiro, onde se registam qua- o virar da cama; a troca de graduações; a imposição dos laços de
lificações muito elevadas obtidas em diversos campeonatos euro- finalistas; a imposição de insígnias aos alunos da Escola de Gra-
peus e internacionais. duados; os Bailes do Instituto (que tradicionalmente são o Baile
a) Salienta-se ao nível desportivo: o remo (com a dedicação de Receção aos Novos Alunos, o Baile de Carnaval e o Baile de
do treinador Tenente-Coronel Vítor Domingos); a esgrima (nota- Finalistas).
bilizada pelo ensino do Coronel Fanha Vicente); a classe especial Enfim, ainda do ponto vista das tradições pilónicas são assinala-
de ginástica (onde foi marcante a passagem do Capitão Robalo dos, no relacionamento com os outros estabelecimentos militares
Gouveia, de quem eu tive o privilégio de ser aluno); o desporto de ensino, o encontro de coros e os jogos florais.
(com os Professores João de Sá e Silva e Hermenegildo Candeias); Chego ao termo da minha recensão permitindo-me dizer que
o futebol; o tiro desportivo; a equitação; a luta militar; diversos des- esta edição comemorativa do Centenário do Instituto dos Pupilos
portos de combate; o taekwondo (e o papel do Mestre Chung Sun do Exército que acabo de apresentar constitui um trabalho de fôle-
Yong); o karaté; o paraquedismo desportivo; o pentatlo moderno; go onde são estudados e assinalados os mais significativos registos
a natação; o atletismo; o andebol; o rugby; etc.; da vida dos Pupilos nos seus primeiros 100 anos e que, nestes mi-
b) Salienta-se ao nível cultural: a tuna; a orquestra; o orfeão nutos, nos permitiram passar em revista algumas das recordações
escolar; a fanfarra; o grupo coral e instrumental (onde foi marcante que tanto nos marcaram.
o trabalho do Maestro Raúl Miranda); e a barretuna. Trata-se de uma obra muito completa, e até hoje inédita, bas-
Há igualmente registo da imprensa dos alunos, em que foi tante bem estruturada: com uma introdução de enquadramento
marcante o “Jornal do Pilão”, e hoje do Boletim da Associação dos do tema, uma sistematização (que materialmente abarca os vários
antigos alunos (APE – Associação dos Pupilos do Exército), veículo segmentos de referência) e umas conclusões adequadas face à
de ligação do maior relevo entre diferentes gerações. motivação do autor (que as termina sublinhando a missão que
Não deixa o autor deste interessantíssimo trabalho de mencio- cumpriu: homenagear todos quantos aprenderam, ensinaram e
nar as graduações e as funções de chefia: desde o Aluno Gradua- trabalharam nos Pupilos do Exército, no exercício das mais variadas
do de Dia ao Aluno Comandante de Batalhão (em que se ressalta funções).
o compromisso inscrito no Código de Honra do Aluno dos Pupilos Além disso, estamos perante um estudo valiosamente docu-
do Exército). Também se assinalam os cargos de Chefe e de Sub- mentado, com ricas notas de referência (são 849) e uma exce-
chefe de Turma, o Chefe de Mesa, o Chefe de Quarto, o Chefe de lente coleção documental (com 395 imagens), que acompanham
Camarata e o Chefe de Vestiário e Balneário dos Externos. cada virar de página e que conferem ao conjunto enorme interesse
Paralelamente surge o alinhamento das formações integradas e apelo à sua leitura.
pelos comandantes das antigas 4 companhias de alunos, pelo Sublinhando a atualidade do lema desta casa “tão bela e tão
Porta-Guião do Instituto, pelo Porta-Estandarte Nacional e pelo Co- ridente”, “Querer é Poder”, que cada um de nós mantém presente
mandante de Batalhão e respetivo Adjunto. em cada instante como sinal de elevação, de esforço e de vitória
Entretanto, não se deixa de proceder à incontornável homena- sobre os escolhos que a vida nos coloca, resta-me aproveitar, uma
gem ao Patrono dos Pupilos do Exército, D. João de Castro, uma vez mais, para felicitar o Capitão e Professor Doutor David Pascoal
das figuras mais carismáticas e de prestígio maior da História portu- Rosado e, através dele, saudar os Pupilos do Exército, congratu-
guesa, cujo túmulo se encontra depositado na Capela do Instituto lando-me com este 1º centenário e aproveitando para desejar, já
(a Capela dos Castros). O tema, de resto, permite uma referên- agora, que venham os próximos 100 anos…
cia ao magnífico património cultural desta casa e do espaço que E é tudo, muito obrigado pela vossa atenção.
ocupa no antigo Convento de S. Domingos de Benfica, onde se
salienta a riqueza dos claustros, da cripta, da capela e até da fonte * Escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.
da Madalena.
Procede-se igualmente à enumeração e correspondente expla-
nação de todos os elementos que constituem a simbologia dos Pi-
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