Page 38 - Boletim APE_219
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Página de Poesia...
António bARRoSo
CoRonel RobeRto duRão 1946.0120
ex-Aluno do Colégio militAR
O Outono da vida
Se... Se o tempo é como o dia, no sol posto,
Neve branca será nosso cabelo,
SE podes conservar o equilíbrio e a calma Que as fracas mãos afagam, com desvelo,
Num Mundo sem Valores que quase não tem alma, E sorrisos nas rugas que há no rosto.
SE sabes esperar, mas sem cansar a esperança,
Ou sonhar, sem que o sonho se escravize Não há um só assomo de desgosto
Mas te faça crescer e te humanize, Pois os sonhos nunca viram pesadelos,
SE neste Mundo que se transforma e avança, Que, na areia da praia, inda há castelos
Te empenhas nos estudos com perseverança Nascidos de esperanças dum Agosto.
SE acima de tudo tentas ser humanista
E amas as Artes sem presumires de artista Da árvore, vão caindo, ao abandono,
SE tens igual respeito aos teus professores As folhas arrancadas, pelo Outono,
Como ao mais humilde dos teus servidores Atapetando o chão duma só cor.
SE ajudas uma aluna, ou aluno, mais fraco
A estudar, sem meteres a ridículo o seu pouco “caco”, Olhando, bem no alto, o azul dos céus,
SE podes sentir em tua alma os Valores Sentimos a descer bênçãos de Deus
Que te deu o Passado sem procurar procurares louvores, Por nossas mãos se unirem, com amor.
SE embora frágil, sentes a Alma Forte Concurso Internacional Gioconda Labecca (Brasil) 6º. Lugar
Que grita: ”Segue em Frente sem temer a Morte!
SE aos que te invejam ou te querem mal O pedido
Tu não respondes com rancor igual,
SE descobres em ti a Paz e o Perdão Os homens se juntaram num pedido
Para quem te injuria sem qualquer razão, À Senhora que, sorrindo, os ouvia,
SE vives e respeitas o Passado, Um toque de beleza e de magia,
Caminho do Futuro, com o Presente a teu lado, Nesse mar todo o dia percorrido.
SE aos que ousam destruir tua Escola e teu Lar,
Lhes gritas “NÃO!”, com os olhos a brilhar, Maria, junto a Deus, surpreendido
Se ainda sentes no sangue Pelo estranho desejo e fantasia,
As ondas do mar, as Velas Mandou, então, chamar a poesia,
Das antigas e eternas Caravelas, Do jardim onde tinha florescido.
A PÁTRIA, a Espada e a CRUZ.
SE em ti, tudo isto se traduz Maria suplicou com tal calor,
Com cores mais límpidas e belas Que as palavras, brotando com amor,
Porque a Verdade te conduz, Saíam embrulhadas num sorriso.
Então… só podes ser
Uma Menina de Odivelas, Então, Deus, para todos contentar,
Um “pilão” dos Pupilos, Criou a Berlenga, no meio do mar,
Ou um Menino da Luz! Dum pedaço arrancado ao paraíso.
Poema adaptado de…IF de Kipling., dedicado às Meninas de 1º. Prémio de soneto dos VIII Jogos Florais de Peniche,
Odivelas, aos “pilões” dos Pupilos e aos “Meninos da Luz” com o tema “Berlenga - Maravilha da natureza”:
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