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Notas Complementares do Texto...

       ção com a Maçonaria e a Carbonária) os seus centros de agitação – Associa-  deira; o VitóriaFC – Setúbal; o SCFarense- Faro.
       ção Patriótica, o Clube dos Lunáticos (Elias Garcia) -Lisboa e a União Patriótica   22  - Esta decisão implicou o envio, para África, de variadíssimas expedições
       (Rodrigues de Feitas) -Porto.                          militares, afim de ocupar os vastíssimos territórios que se estendiam de Angola
       6  - A rainha D. Carlota Joaquina, mulher de D. João VI, recusou-se a jurar a   a Moçambique, com o empenho de significativos meios humanos e materiais,
       Constituição de 1822, assumindo a chefia da oposição absolutista ao regime   decisão que Portugal teve grandes dificuldades em cumprir.
       liberal. O príncipe D. Miguel e o cardeal-patriarca foram também figuras cimei-  23  - Estabelecido, para garantir a permanência em África, em conformidade
       ras do movimento.                                      com o que fora efinido na Conferência de Berlim, em 1884. A legitimação e
       7  - Decorridas em Maio de 1878; Maio de 1896; Julho de 1899 e Agosto de 1901.  posse dos territórios africanos, era a sua ocupação efectiva.
       8  - A capacidade eleitoral do Cidadão, verificava-se aos 21 anos, domiciliado   24  - Revolução ou Pronunciamento? Tinha-se realizado a 5 - 7 de Janeiro, o
       em território nacional, com uma renda líquida anual de 500,00 mil réis ou que   Congresso do Partido Republicano e aprovado, “novas” teses interclassistas
       tivessem qualquer curso superior ou especial.          (unitaristas / federalistas). Todo o seu programa é a Revolução, assinalando
       9  - Portugal tinha cerca de 6 milhões de habitantes. Só 20% era urbana. O nº   o peso da Maçonaria no seu fomento e na preparação. Integram-na civis e
       de emigrantes ascendia a mais de 40.000.               militares, na sua maioria da classe de sargentos.
       10  - O Partido Socialista, a partir do final da década de 80, viu muito do prole-  25  - Com o seu insucesso …verifica-se a reanimação das “Sociedades Secretas”
       tariado passar para as fileiras do Partido Republicano.  – da Maçonaria e a da Carbonária.
       11  - O movimento operário português manifestou-se, essencialmente, pela fun-  26  - Recorreu-se a empréstimos (estrangeiros e nacionais), aumentando a dívi-
       dação de associações, de jornais operários e pela realização de greves. A partir   da pública. Por tudo isto, em 1890-91 o país entrou numa grave crise econó-
       de 1871, as associações perderam o seu carácter interclassista (congregavam   mica e o Estado abriu falência, abandona o padrão-ouro, reescalona a dívida
       então intelectuais, elementos da pequena burguesia e do operariado) para se   externa e passa a financiar-se internamente, com a emissão de mais moeda.
       tornarem associações de classe (da classe operária), tendo uma feição mutu-  27  - Amotinação de 254 praças marinheiras, no cruzador D. Carlos I, surto no
       alista. ( Ass. Fraternidade Operária - José Fontana-1872).  Tejo (08Abr1906).  É  a primeira  revolta da  história da Armada Portuguesa.
       12  -  A 11 de Outubro 1879, nasce o jornal “A Voz do Operário”, editado pela   Magalhães Lima atribui-a a “um impulso republicano”. Só 82 praças da guar-
       Associação  dos  Manipuladores  de  Tabaco,  como  novo  órgão  da  imprensa   nição, ficaram detidas, no Quartel do Corpo de Marinheiros, em Alcântara.
       operária e do movimento associativo de então. Posteriormente, em 1883, já   28  - Em solidariedade com os “amotinados” do D. Carlos I, no dia 13Abr1906,
       como Sociedade de Instrução e Beneficência, assume, com o apoio do Partido   verificam-se idênticos acontecimentos, mais ou menos graves, a bordo do cru-
       Socialista, a par do seu papel no campo da luta política, a acção mutualista,   zador Vasco da Gama e no Adamastor, na canhoneira Tejo e, forte agitação
       que toma importância relevante. A sua acção no domínio da acção educativa,   na Fragata-escola D. Fernando; no Arsenal de Marinha e no Quartel de Ma-
       atinge (1932) o estatuto, do mais importante núcleo de instrução primária da   rinheiros.
       cidade de Lisboa.                                      29  - Jugulada a Conspiração (28Jan1908), contra João Franco, que se orga-
       13 - Em 1890, no ano do Ultimato, Lisboa assiste pela 1ª vez às comemorações   nizou  entre  os  dissidentes  “progressistas”  e  “republicanos”.São  presos  entre
       do 1º de Maio. A presença de Carl Marx irá inspirar um comício, do Partido   outros: Luz de Almeida, Afonso Costa, Pinto dos Santos, João Chagas e Egas
       Socialista.                                            Moniz.
       14 - Em 1871, o grupo de jovens escritores e intelectuais (Questão Coimbrã) re-  30  - Nomeada, pelo Directório do Partido Republicano e constituindo a Comis-
       alizou uma série de conferências no Casino Lisbonense, destinadas a chamar   são Executiva de Lisboa (1909), pontuavam: António José d´Almeida, Afonso
       a atenção da opinião pública para as grandes questões subjacentes à trans-  Costa, Miguel Bombarda, João Chagas e Cândido dos Reis. Criando-se tam-
       formação da sociedade, propondo-se analisar a realidade política, económica,   bém, uma Comissão Militar - constituída por três Oficiais de carreira: 1 Coronel,
       social, religiosa e cultural de Portugal, à luz das novas ideias políticas, filosófi-  1 Capitão-de-Mar e Guerra e 1 Capitão para “organizar” a Revolução (Julho),
       cas e científicas (historicismo, socialismo, positivismo) e pelos acontecimentos   os três pertenciam à Maçonaria. Sentia-se a acção de Machado dos Santos.
       sociais e políticos (movimento operário internacional, Comuna de Paris) que   31  - O tesouro público foi separado do erário régio, a partir da instauração
       ocorriam na Europa, em contra ponto com o descrédito em que, entretanto,   do liberalismo (   ), ao longo dos anos, os vários ministros da Fazenda foram
       tinha caído o constitucionalismo monárquico, em virtude da sua incapacidade   concedendo adiantamentos e abonos em dinheiro, que, à margem da lei e
       de resolver a crise económica, financeira e política que se instalara no país a   das cortes, iam cobrindo os gastos reais. Este procedimento, que se prolon-
       partir da década de 70.                                gava já, desde o reinado de D. Pedro V, manteve-se até ao de D. Carlos I.
       15 - Contavam-se, entre outros, Eça de Queirós, que se viria a tornar o grande   Em  1907,  João  Franco  resolveu  a  questão  dos  adiantamentos  de  maneira
       escritor do realismo português e, Antero de Quental, que então proferiu o céle-  desastrosa, delapidando uma vez mais o tesouro público, aumentou-lhes a
       bre texto “Causas da Decadência dos Povos Peninsulares”. Fizeram igualmente   verba financeira.
       parte desta Geração: Adolfo Coelho, Augusto Soromenho, Augusto Fuschini,   32  - Abril deste ano, o governo de José Luciano, volta a apresentar no parla-
       Germano Vieira de Meireles, Guilherme de Azevedo, Jaime Batalha Reis, Oli-  mento  uma  nova  proposta  de  concessão  do  monopólio  à  Companhia  dos
       veira Martins, Manuel de Arriaga, Salomão Saragga, Teófilo Braga.”   Tabacos. A comissão da fazenda, com maioria progressista, recusa o projecto
       O cepticismo e o sentimento decadentista, da época (1887),face ao seu dile-  do seu próprio governo. D. Carlos I, exonera elementos do governo, ao mesmo
       tantismo, assumido, do grupo, autodenominaram-se “dos Vencidos da Vida”-  tempo, ordena, que o parlamento seja “adiado” até Agosto. Mantendo-se a
       Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, conde de Ficalho, António Cândido, conde   tensão entre o Governo e parlamentares progressistas, acusando-se mutua-
       de Sabugosa, Carlos de Lima Mayer,  Carlos Lobo d’Ávila, Oliveira Martins,   mente, com grande violência, de compadrio e corrupção recíprocas, mantinha-
       marquês de Soveral, Guerra Junqueiro e conde de Arnoso., conscientes do   se a “crise”.Em Setembro o Parlamento, volta a ser encerrado e, mais uma
       fracasso e da distância a que permaneciam dos seus ideais originais.  vez a questão dos Tabacos, continua no centro da politica parlamentar e, não
       16  - Desde 1873. Na linha do vintismo e do setembrismo, propôs-se levar o   sendo resolvida.
       liberalismo até às últimas consequências, restabelecendo a soberania nacional   33  - João Franco - Ministro do Reino (1906.1908), intitulava-se Liberal e a sua
       numa base de poder democrático e expurgando-a da alçada do rei. Tinha   politica, assentava no ataque (tático) aos partidos monárquicos que tinham
       como doutrinadores: Basílio Teles, Teófilo Braga, Afonso Costa, Brito Camacho,   a maioria no Parlamento. Era um crítico acérrimo da corrupção que assolava
       entre outros.                                          o país, que acusava de ser provocada pelo rotativismo partidário. Esta atitude
       17  - Desde 1875, no seio do movimento operário português. A questão prio-  granjeou-lhe a simpatia de todos que ainda, acreditavam, numa Monarquia
       ritária para os socialistas era a defesa dos interesses dos trabalhadores e o   Renovada, como solução politica. Em 1907, conspira com o Rei, dissolve a
       combate ao sistema capitalista. A sua acção política centrava-se na luta por   Câmara de Deputados (Cortes) e instaura a Ditadura.
       melhores condições de vida do operariado (movimento sindical) e na organi-  34  - O atentado esteve marcado para o dia 28 de Janeiro de 1908, mas era
       zação e desenvolvimento das associações de classe (associativismo).  dirigido a João Franco, que falhou e, os conspiradores foram presos. No dia 1
       18  - O Partido Progressista Regenerador e o Partido Progressista Histórico. O   do mês seguinte (Fevereiro), A Família Real regressava de Vila Viçosa e o clima
       Partido Histórico apresentava-se como mais liberal e progressista do que o   geral era de terror e de maus presságios. O Ministro João Franco, não tomou
       Partido Regenerador. O sistema bipartidário e a alternância dos partidos no   nenhuma providência especial. Falava-se abertamente em conspirações, na-
       poder foram responsáveis por um certo convencionalismo e imobilismo políti-  quele dia, já não o visava a ele, mas sim, o próprio Rei. Da acção perpetrada
       cos mas concorreram, decididamente, para a estabilidade política da Regene-  faleceram o Rei D. Carlos I e o Principie D. Luís Filipe. João Franco, não resistin-
       ração, entre 1851 e 1868.                              do aos ataques da oposição e aos que o responsabilizavam por ter contribuído
       19  - Tricentenário. Grande cortejo em Lisboa, organizado por uma Comissão   (por inacção) em parte, para este desenlace fatal, foi obrigado a exilar-se.
       presidida pelo Visconde da Juromenha e, com o apoio da Maçonaria (Teófilo   35  - Sob a presidência de Teixeira de Sousa, só tinha o apoio dos dissidentes
       Braga e Ramalho Ortigão) e do jornal Notícias. Foi “neste impulso” que se   progressistas. Durou 102 dias.
       criou o Jornal “O Século”.                             36  - Em acordo, com o programa do Centro Republicano Federal de Lisboa,
       20  - Lançam “a 1ª pedra da Estátua” que se há-de erigir na Rotunda (entre   aprovado, desde 1873.
       1917 e 1934) e, criada por Adães Bermudes, António Couto e Francisco San-  37  - A Lei Eleitoral de 14 de Março de 1911 e, a remodelada a 5 de Abril, não
       tos.                                                   consagrou tal representação, contrariando as “promessas da fase da propa-
       21  - o FCPorto (1893), o Boavista FC (1903): o SLBenfica (1904); o SCPortugal   ganda antimonárquica” de rectificação da Lei de 1901, provocando a decep-
       (1906); o LeixõesSC (1907) e, em 1910 – o SMarítimo e o CDNacional - Ma-  ção nos meios republicanos.

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                                                                                                        do
                                                                                                  Pupilos
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 44  |  Boletim  da  Associação  dos  Pupilos  do  Exército                     Boletim da Associação dos Pupilos do Exército | 45
 44 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército
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