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evocações
A. riBeiro DA SiLVA
19600093
comandantes de Batalhão
19530030 – manuel António Duran dos Santos clemente
Manuel Duran Clemente foi o meu primeiro Co- Como oficial de Administração Militar prestou serviço
O mandante de Batalhão “naquela casa tão bela e tão em Lisboa na EPAM e 2ºGCAM, entre 1965 e 1968, quer
ridente” no ano de 1960/61, bem a meio do Século de como instrutor de Cursos de Oficiais e Sargentos Milicia-
existência da nossa Escola. nos, quer cumprindo diversas outras funções, tal como a
Era ele que com a sua voz de trovão fazia estremecer de Chefe de Contabilidade e uma missão especial de apoio
a parada quando gritava BATALHÃAOOOOOOOO no logístico a Fátima (50º aniversário das aparições e primei-
seu timbre de comando nas formaturas diárias, como o ra vinda do Papa a Portugal) que lhe valeu um louvor
Ramiro Luís Domingues (19600025) ainda me recordava militar e a medalha de louvor da Cruz Vermelha Portu-
há dias. guesa.
Em 3 de Setembro de 2010, foi nosso convidado na Promovido a Capitão em Agosto de 1968, foi mobili-
romagem emocionada que fizemos aos Claustros de São zado para a sua primeira comissão militar ultramarina em
Domingos de Benfica, na comemoração dos nossos 50 anos Nampula/Moçambique, em 1969 e 1970, como Chefe da
de entrada no Pilão. Delegação das OGFE, vulgo “casão militar”.
O Manuel Duran Clemente nasceu em Almada a Viria a cruzar-me com ele em Nampula em Maio de
28.Jun.1942, sendo filho de pai militar que fez toda a sua 1969, ao lado de quem disputei o tradicional jogo de fu-
carreira “a pulso” (desde Cabo até Capitão do Exército), tebol Comércio – Indústria, por altura da comemoração
de quem geneticamente terá recebido a vontade de ingres- do aniversário da nossa Escola, (evento, cuja organização
sar na vida militar. Da mãe, natural da Galiza, herdaria o coordenou, contactando com os ex-alunos espalhados pelo
apelido Duran.
Frequentou a Escola Primária em Beja e em Penamacor.
Em 1953 entra para os Pupilos do Exército, onde con-
clui o então Curso Médio de Contabilistas em Junho de
1961, numa turma de apenas 5 alunos, da qual também
faziam parte: 49 – Almeida (Cmdt Secção da 4ª), 117 –
Nogueira (Cmdt da 4ª Companhia), 161 – António Tran-
coso (Cmdt Secção da 4ª) e 203 – Carlos Negrão (Cmdt
Pelotão da 4ª).
Aqui, entre outros, é-lhe atribuído o Prémio de Honra
(O.S. 257 de 04NOV61), que consiste na exposição per-
pétua em sala apropriada do retrato do aluno, por: 1. Ter
sido premiado com Medalha de Prata de Aplicação Lite-
rária no ano lectivo de 1959-60; 2. Ter sido premiado com
Medalha de Ouro de Aplicação Literária no ano lectivo
de 1960-61; 3. Ter sido premiado com Medalha de Prata
de Comportamento Exemplar no ano lectivo de 1960-61;
4. Nunca ter sido repetente.
Ingressa de seguida na Academia Militar, onde em 1964,
como primeiro classificado, concluiu o Curso de Adminis-
tração Militar.
Foi louvado pelo Comandante da Academia Militar,
pelo brilhantismo da sua apresentação em Saragoça (sede
da Academia Militar Espanhola) do trabalho sobre Luís
de Camões com que venceu o concurso literário realizado
em Portugal.
Boletim da associação dos PuPilos do exército 11