Page 45 - Boletim APE_217
P. 45
escritas
«A COR DA LáGRImA…»
Pareceriam centelhas De amor ou de paixão!
De um sentir d’alma exangue. Ou mesmo o sentir de dor,
De prazer ou decepção!
Porque a lágrima afinal De perda de um grande amor!
De sentimento é expressão… Qual a cor que então teria
António B. Pinheiro
(19460033) E ao rolar pela face, Para cada estado de alma?
Mais não é do que o sinal Por tudo isso Deus quis,
Perguntei a um pintor
Do que cá dentro se passe, Pela sua natureza,
Qual a sua opinião,
Do que vai no coração… Dar à lágrima um matiz
Sendo a lágrima incolor
Seja de raiva ou de calma! De cristalina beleza…
Como é que decidiria,
De convívio ou solidão! Só podia, como tal,
Qual seria a cor então?
De tristeza ou alegria! Ter pois a cor do cristal…
Ensaiou na sua tela
Procurando a solução.
Se a mesma fosse amarela,
Então só serviria
Para expressar alegria…
Mas se em sua singeleza
Fosse expressão de tristeza…
Qual a cor que escolheria?
Um cinzento carregado,
Ou um roxo da “Paixão”?
Tampouco preto de dor…
Se verde como esmeralda
Qual o sentimento então
Que iria significar?
Esperança dá para chorar?
Porque se azul fosse a cor
Seria choro de amor…
Mas se então fosse vermelha,
Como o rubi ou o sangue,
Associação dos Pupilos do Exército | 45