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CRÓNICAS
o QUe Faz FaLta É avisaR a maLta…
manuel barbosa pereira | 19530208
poRtUGaL em estado de GUeRRa teira dos cidadãos democratas, honestos e patriotas empenha-
dos neste combate, banindo sem hesitações os corruptos e os traidores
O descalabro em que Portugal está mergulhado agrava-se todos (m/f) às ordens do inimigo. Em artigo de Set-2012 “UTOPIA, PRE-
os dias. Descalabro económico, financeiro, social e até moral. Os milhões CISA-SE!” (publicado no Boletim da APE nº 228) tentei contemplar
de portugueses carenciados e desempregados não podem porém, esta penosa realidade no quadro mais amplo dos supersistemas onde
contar com nenhuma instituição da nossa democracia para reverter as Portugal está inserido. Esbocei a caracterização do inimigo nesta guer-
ameaças consumadas e as que se perfilam no horizonte. Educados que ra sem quartel e o seu modus operandi a uma escala planetária. Des-
fomos desde crianças nos valores da Cidadania e do Patriotismo crevi alguns mecanismos da dívida e dos chamados bancos centrais e
agora postergados, julgo pertinente o espaço em boa hora aberto no aflorei os processos da rapina global e da impunidade dos seus algozes.
nosso Boletim para que os Pilões – na sua maioria Pais ou Avós Último reduto da confiança dos cidadãos, acaba de ser definido o
preocupados – possam prestar contributos pessoais para a (re)cons- confisco de depósitos bancários como critério universal para
trução de um Futuro condigno para Portugal. Partilhar Informação al- resgate “interno” (bai-lin) em caso da falência dos bancos – ao invés
ternativa, ideias e pistas de reflexão para melhor esclarecimento de do património dos accionistas e gestores responsáveis pelo desastre,
todos nós. Não podemos ficar ausentes deste debate! Como cantava o beneficiários exclusivos dos lucros bilionários durante décadas! Trata-
grande Zeca Afonso “o que faz falta é acordar a malta...”. -se do habitual primeiro passo para mais uma “bolha” a juntar a muitas
Refilão desde sempre, contra os excessos da praxe pilónica dos outras na actual crise dita sistémica. A bolha inaugural “da Internet”
anos 50 – e mais tarde por outras causas – não seria nesta hora que o (dot-com bubble) quando claudicou em 2001 o índice Nasdaq, que
“Terrível” deixaria de gritar presente! Em artigo de Nov-2011 “Por- mede a variação de preço das acções das empresas TIC. Em 2006, a
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tugal em estado de guerra?”, (publicado em O Referencial nº 104), gigantesca bolha imobiliária “Subprime” do crédito hipotecário nos EUA
procurei fundamentar a convicção de estar em curso há vários anos uma que induziu outras similares em vários outros países. Em 2007, a bolha
invasão estrangeira do nosso país. Uma guerra dissimulada mas real, financeira global com origem na SubPrime e agravada pelos derivados
com emprego de sistemas sofisticados de forças e de armas com tóxicos made in USA que levou à falência do gigante Lehman Brothers
destaque para os “Cavalos de Troika” – fiel unidade táctica nativa ao e outros bancos e empresas em todo o mundo. Esta crise sem fim à
serviço do invasor. O artigo visava alertar para o equívoco perigoso que vista culmina na actual grande recessão com a bolha económica que
ainda grassa acerca da famigerada Crise e da pretensa inevitabilidade vem contaminando uma a uma economias de todas as dimensões.
dos brutais assaltos fiscais e austeridade para os pagantes do costume.
O programa (plurianual) de empobrecimento dos portugueses não é a “mÃe” de todas as boLhas
menos do que o saque tradicional dos conquistadores a coberto da
soberania alienada do seu protectorado. Perante a inoperância de uma Ao nível doméstico, não podemos esquecer também outras “bolhas-
Oposição sem projecto e da incapacidade colectiva dos Cidadãos para -buracos” milionários ainda por saldar: PPPs (20000 M€); BPN (8000
a mobilização geral indispensável para rechaçar esta agressão. M€); RAMadeira (6000 M€), Swaps (3000 M€), BCP(3000 M€);
Concluída a sétima avaliação da Troika, Portugal continua refém da BPP(1500 M€); Banif (1100 M€); EPs (??000 M€); ALocais (??000 M€);
uma dívida e recessão ambas crescentes e condenado ao desempre- Hospitais (?000 M€); etc, etc… Que ultrapassam a imaginação! Aspec-
go e á emigração. Conscientes da impotência individual para derrotar to marcante aliás, nesta era da globalização é a comprovação constan-
tais ameaças, crescem os sentimentos de humilhação e desânimo entre te da realidade ultrapassar a imaginação humana. Postulado absurdo à
os portugueses – o medo e a falta de esperança no futuro. O primeira vista, ilustrado na brilhante imaginação das ficções de Júlio
“estado a que isto chegou”, no dizer do também grande Salgueiro Maia, Verne sempre julgadas irrealizáveis. Os progressos da ciência e da
não deve portanto, ser dissociado da falência comprovada de todas as tecnologia em todos os domínios, traduzidos em inventos e aplicações
ideologias e das instituições ditas “democráticas”. Todos os órgãos de espantosas em todas as áreas, superaram contudo todas as expectativas.
soberania e partidos políticos perderam credibilidade e a legitimidade Progressos resultantes da imaginação prodigiosa de cientistas e
moral. A corrupção banalizada, alimentada pelos três partidos da go- inventores, mas também da aturada experimentação e investigação
vernação, trouxe o país à situação-limite da bancarrota. Os restantes que confirmam amplamente aquele postulado. Apesar de bem documen-
partidos, decorridas mais de três décadas, não lograram inspirar con- tadas, é frequente no entanto, remeter para obscuras teorias da cons-
fiança para gerar uma alternativa de governo capaz de resgatar os piração, muitos acontecimentos e realidades consideradas estranhas
portugueses dos grilhões da penúria e servidão anunciadas. ou chocantes para cada um. Precisamente porque superam a imagina-
Na actual encruzilhada histórica que vivemos não adianta pois ção humana.
cultivar ilusões. A linha de clivagem já nada tem a ver com conceitos São exemplos perturbadore: o falso assassinato de Osama Bin
ultrapassados de esquerda ou de direita. Hoje ela deve marcar a fron- Laden em 2012; a invasão do Iraque acusado de possuir (petróleo ?)
54 BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO DOS PUPILOS DO EXÉRCITO