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IPE INSTITUTO DOS
PUPILOS DO EXÉRCITO
ca, indo para um reacção armada, mas, cujo “projecto” de esquerda – O Partido Republicano Português (1876-1912-26), decompõe-se:
republicana, não conseguia ganhar adeptos, força e unidade, para re- • No Partido Democrático – Afonso Costa (1912/26) e António
generar a politica e, ou definir, acções económicas e sociais, capazes Maia da Silva (1917/26);
de aplacar os sectores antiliberais, autoritários e fascizantes, que já • No Partido Evolucionista – António José d´Almeida (1912/26);
vinham a “agrupar-se”. • No Partido Unionista – Bento Camacho (1912/26).
É deste modo, que abrem caminho, face aos constantes erros e inép- – No período de 1914/18 – constitui-se o Partido Reformista –
cias na governação do pais, para a “ditadura militar” – Gomes da Costa / Machado dos Santos.
Óscar Carmona – e, posteriormente, à criação do “Estado Novo” – 1928. – Dos Partidos “Evolucionista” e do “Partido Unionista”, estes, cindem-
-se no Partido Centrista Republicano – Egas Moniz (1917) o qual,
1910-1926: 1ª. república dará lugar, sucessivamente às seguintes “ideologias partidárias”:
• Partido Liberal Republicano – António Granjo e Tomé de
Barros Queirós (1921/1925);
• Partido Republicano da Reconstituição Nacional – Ginestal
Machado; Álvaro de Castro e Cunha Leal (1923/26) e este,
constituirá a “Acção Republicana” – Álvaro de Castro (1923/25).
– Em 1918 – do “Partido Centrista Republicano” emerge, uma nova
“tendência política” o Partido Nacional Republicano – Sidónio
Pais, o qual evolui para as “teses” do republicanismo, o Partido
Republicano Presidencialista (1918/25) e do liberalismo, a União
Liberal – Cunha Leal (1926).
– Anteriormente, contudo, na cena política, tomam corpo as se-
guintes forças politicas:
• Partido Radical (1922) que, evolui em 1925, para o Partido de
Esquerda Democrática – José Domingos dos Santos (1925).
• E, a Federação Marxista Portuguesa (1919/21), que deu lugar
ao Partido Comunista Português (1921/…)
epílogo No espectro político-partidário, actual, mantêm-se, o Partido Co-
munista Português (1921) e o Partido Socialista (este, nada tem a ver,
«Os republicanos, durante 16 anos, impediram sob diversas formas com o anterior PSP), que foi fundado em 19 de Abril de 1973 na cida-
o aumento da participação cívica da população portuguesa. Facto que de alemã de Bad Münstereifel.
acabou por minar a sua base social de apoio, dado que muito poucos O Partido Socialista (1973), advém de um “grupo de reflexão e
eram os que se sentiam representados no Parlamento ou no Governo, intervenção politica” que constituiu a Acção Socialista Portuguesa ASP),
contribuindo para popularizar os regimes ditatoriais. A 1ª República, fundada em Genebra por Mário Soares, Manuel Tito de Morais e Fran-
como já havia acontecido com a Monarquia, cavou o seu próprio fim cisco Ramos da Costa, em Novembro de 1964.
ao afastar-se dos cidadãos». (Por Carlos Fontes) Esta, por sua vez (a ASP), resultou da “evolução” de outras “orga-
nizações e formações” socialistas, em grande medida, consequência da
* * * conjuntura do pós-guerra, com a recomposição politica dos partidos
«Condenada por todos, a 1ª República cairia sempre e em qualquer europeus, face à vitória das democracias ocidentais e, sobretudo, no
circunstância. Todos, desde a Seara Nova à Cruzada Nun’ Álvares pediam seio das correntes da oposição ao Estado Novo, nomeadamente:
a Ditadura. Não se referiam, certamente, ao mesmo tipo de Ditadura. – O Núcleo de Doutrinação e Acção Socialista (1942-1944); o Par-
Mas quando ela apareceu, começou por ser uma ditadura de repu- tido Socialista Independente (1944); a União Socialista (1944-1950);
blicanos moderados (Mendes Cabeçadas) para rapidamente passar para o Partido Trabalhista (1947) e a Frente Socialista (1950-1954).
as mãos da direita e depois de Salazar.” Publicado por Joana no SEMI- O Golpe de 28 de Maio de 1926, e a consequente ilegalização dos
RAMIS-2007 partidos políticos, desferiu um rude golpe naquelas “estruturas” incapazes
de se adaptar (em termos gerais) às condições da clandestinidade.
a “Criação, evolução e cisão” dos Partidos na I república
Efemérides de 1926
Advindo da era monárquica… As “forças politicas” à época – O Golpe de Estado de 28 de Maio em Portugal
constituía-se no “anfiteatro” dos Partidos Monárquicos vs. Partido – Ensaio politico, de J.M.Keynes – O Fim do “Laissez Faire”.
Republicano Português, nas seguintes forças: – Pintura – J. Miró, cria – O Gafanhoto e o Cão ladrando à Lua.
Menos efémeras, despontaram outras forças, no espectro político- – Literatura – escrevem: Vitorino Nemésio – “Varanda de Pilatos”
-partidário, nomeadamente o Partido Comunista Português e o Partido e Aquilino Ribeiro – “Andam Faunos pelos Bosques”.
Socialista (este, nada tem a ver, com o actual PS),
Analisando, as “forças politicas emergentes” durante a I República, A Espanha, com a II República
verificamos, a existência o aparecimento e as evoluções seguintes: O “tempo” decorre a descontento. Silencioso mas atento, o Exérci-
– O Partido Socialista Português (1875), foi a primeira organização to espanhol, observa.
partidária do movimento socialista em Portugal, criado por Continuaremos….
Azedo Gneco, Antero de Quental e José Fontana, entre outros, Sublata causa, tollitur effectus
emergindo para a “cena política” até 1933. (Suprimida a causa, desaparece o efeito)
38 BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO DOS PUPILOS DO EXÉRCITO