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PUPILOS DO EXÉRCITO IPE
INSTITUTO DOS
Este ano temos música no 7º e no 8º ano que serve também para sala de aulas mas a acústica é péssima, o chão é horrível e não cabem
dar alguma cultura musical aos alunos e para os ajudar a educar o os alunos todos.
ouvido e trabalhar a musicalidade. Estar com os alunos semanalmente,
em termos de aula, é diferente de estar com eles só no Coro, temos Já tinha conhecimento do boletim da aPe?
mais contacto mas não deixa de ser mais trabalhoso. Conheço o Presidente da Associação. Quando a colega Ana Olivei-
ra, me falou nesta entrevista pensei que era para a revista do IPE. Não
É um orgulho para os alunos e para a professora os resulta- tinha conhecimento do Boletim, dizem-me que costuma estar na sala
dos do trabalho desenvolvido de professores, mas eu raramente lá vou e mantenho-me mais aqui
O Coro é um instrumento ao nosso alcance que vai dar enfase a neste meu cantinho.
esses valores, penso que os alunos têm um enorme espirito de sacri-
fício. É preciso haver espirito de sacrifício, solidariedade sentido de o quê que a associação poderá fazer para ajudar o Coro do
dever, vontade, disciplina, muita coragem, honrar os compromissos, ter IPe?
códigos de valores e lealdade para que assim sintam bastante orgulho Eu penso que poderia, logicamente sempre com o aval da Direcção,
pelo trabalho desenvolvido. ser muito interessante saber dos antigos alunos, e se alguns estão
Espero que, em apresentação e directamente ligados à música, em
sempre que cantem o “Pilão” ou o termos instrumentais, e que poderiam
Hino sintam um arrepio no corpo ser uma mais-valia participando, por
com a garra com que cantam (em- exemplo, no grupo instrumental.
bora a professora diga que não é Em termos vocais penso que,
para gritar, em esforço e com as com um número tão grande, que já
cordas vocais em tensão). Não temos, em termos de vozes, seria
basta gritar essas palavras é preciso mais difícil.
senti-las, absorve-las e sobretudo Em relação ao Boletim aproveito,
aplica-las. uma vez que vai ser distribuído por
Há um amigo meu que diz, ao várias organizações e entidades, para
longo da nossa vida há pessoas, colocar o seguinte apelo:
acções, imagens, palavras, momen- Temos na nossa sala uma rique-
tos e experiências que nos marcam za enorme em termos de instrumen-
profundamente e que ficam, para sempre, gravados na nossa memória. tal. Temos saxofones, trompetes, trombones, clarinetes, etc., Seria
É isto que eu sinto! Há muito pouco tempo que estou à frente deste muito interessante, apesar de não saber se seria possível, (até já falei,
Coro mas vivi, este último ano, de forma intensa e transcendentemen- no encontro de coros, com o Maestro da orquestra ligeira do Exército),
te como se estivesse nesta casa há muito tempo. haver intercâmbio com a orquestra ligeira, virem aqui elementos traba-
lhar connosco ou os nossos alunos irem lá receber aulas.
as actuações programadas Eu sou acordeonista, toco também Piano, um pouco de Guitarra,
Temos programado, nesta altura, a missa de Natal em Dezembro, Cavaquinho e Flauta, mas não sei tocar Trombone, Trompete e Clarine-
as janeiras logo a seguir e a missa Pascal em Março. te, tenho muita pena que os nossos alunos não tenham oportunidade
Depois há o Encontro de Coros, no Pavilhão de Odivelas, organi- de aprender a tocar estes instrumentos.
zado pelo IO, a Futurália em Abril e o Aniversário do IPE no dia 25 de Custa-me ter ali tantos instrumentos sem utilização, até poderíamos
Maio. ter uma orquestra de sopros de metal, muitas orquestras não têm o que
No mais imediato temos que preparar a missa de Natal, em 3 ensaios, nós temos.
com os 140 alunos. Imagine-se como é preparar um Coro com 140 Alguns daqueles instrumentos precisam duma revisão, valia o in-
vozes e instrumental, com um alinhamento na missa, com cerca de 10 vestimento e seria um projecto, a longo prazo, era muito importante ter
temas e em que 50% das vozes são alunos novos. os alunos do 5º e 6º ano, a constituir um bom grupo instrumental de
Um Grupo Coral tem que trabalhar a nível vocal, fazer exercício de suporte.
relaxamento das cordas vocais, trabalhar por naipes, dividir os alunos
por primeira e segunda voz (as meninas e as vozes brancas dos rapazes), e para terminar?
terceira voz (as que estão na fase de transição com muita dificuldade Deixo uma nota de apreço para o Corpo de Alunos e Direcção, que
em chegar à região mais aguda, que ficam nos médios e mais para a foram incansáveis e sempre me apoiaram em tudo aquilo que precisei
durante o ano passado. Senti aqui que era uma família que me estava
região do grave) e depois as quartas vozes (que são as vozes mais a apoiar.
graves que se poderão dividir em tenores e baixos) E um destaque especial para uma figura que que me deu grande
No entanto actualmente só consigo trabalhar, com eles, a duas apoio, o saudoso senhor Fernando Velês, lembro que foi ele que des-
vozes.
cobriu o disco em vinil, gravado no 25º Aniversário do Instituto, que
me permitiu alertar os alunos para a forma como estavam a cantar o
onde junta todos os 140 componentes do Coro mais o Ins- Hino e a fazer as necessárias correcções.
trumental?
Na sala de exposições, no ano passado fazia os ensaios aqui na Ana Oliveira & Fernando Pires
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