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Os 80 anos da APE
DAVID SEQUERRA
19430333
a leitura das diversas históricas edições de “O Pro- Naquela data, José Barroso Júnior, no seu contagiante
Dfissional”, ao longo da década dos anos 20 – uma estilo de orador, deixou para a posteridade um testemunho
preciosidade do nosso arquivo! – Ressalta à evidência a de crença na reunião associativa de ex-alunos que, feliz-
série de abnegadas tentativas para constituir uma Associa- mente, perdura até aos nossos dias.
ção de ex-alunos. E fica a saber-se que os principais insti- Vale a pena incitar todos os “pilões” para a consulta e
gadores de um tal desiderato foram José Cruz Barroso leitura atenta do pequeno livro de 70 páginas, datado de
Júnior, Jaime Mascarenhas, Álvaro de Oliveira, Mário Dezembro de 2007, da dupla autoria de Augusto Dias e
Pinto e Domingos Lampreia, todos eles “pilões” das pri- David Sequerra.
meiras levas de alunos, entre 1912 e 1918. A página 17 ficou a saber-se (ou relembrar) que a
De facto as tentativas foram várias merecendo até alusões nossa Instituição começou se chamar Grémio, com ime-
jornalísticas que o Profissional foi transcrevendo mas só em diato complemento de se tratar de uma “Associação de
1932 é que o sonho se transformou em ridente realidade, previdência, cultura e educação física” (sic).
exactamente a 1 de Junho, com comprovação oficial que A adesão inicial rondou a meia centena de ex-alunos e
está nos nossos cofres, zeladores de memória já repercutida tem razão de se referir que o sócio nº 1 seria Mário Antó-
na publicação de 2007, quando das “Bodas de Diamante”. nio Soares Pinto, oficial do Exército, o nº 15 de 1912,
enquanto que o mentor principal da causa levada a efeito,
Barroso Júnior, decerto por modéstia que o caracterizava,
foi apenas o nº 7 dos fundadores, muito embora tenha sido
indigitado para 1º Presidente do denominado “Grémio”.
Por mor de decisões políticas inultrapassáveis, o Grémio
passou a ser Associação em Abril de 1940, após uma não
conseguida tentativa de ser “Casa dos Pupilos do Exército”,
em Dezembro de 1939.
E como Associação prosseguimos com pouco mais de
1000 associados, quando deviam ser, pelo menos, o dobro,
cifra que equivaleria a aproximadamente 50% dos ex-
-alunos do I.P.E..
Desde 1932 até ao momento actual, a Associação teve
13 Presidentes, de José Barroso Júnior (19 anos em 3
mandatos) até Américo Ferreira (desde 2005, interrupta-
mente e com 3 mandatos).
Mantêm-se bem ligados à APE, felizmente, três Presi-
dentes da Direcção – Artur Barroca da Cunha, Mário
Fernandes Pereira e Manuel Borges Correia, todos eles já
galardoados com a tão simbólica “Barretina de Honra”.
Ao evocar-se o historial da APE, nas animosas vésperas
dos seus 80 anos, não devemos esquecer a importância
crescente assumida pelo “Boletim”, sonho conseguido de
José Barroso Júnior com todo o apoio de José Santos Lino,
seu primeiro Director em 1943.
E vamos já no nº 224, com milhares de páginas enal-
tecedoras do que foi – e será! – o nosso Instituto.
No próximo Boletim os 80 anos da APE terão o con-
digno relevo. E, todos juntos, nunca somos demais para o
conseguirmos!
22 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército