Page 46 - Boletim APE_223
P. 46
1911 – querer é poder – 2011
António Sardinha, que se tornou monárquico e cató- leigos e 30 eclesiásticos, integrando: Diogo Pacheco de
lico, foi o teórico do movimento, a que se chamou “con- Amorim; Alberto Pinheiro Torres, Almeida Correia e José
servadorismo radical”. a partir de 1916, teve como diri- Fernando de Sousa, entre outros). Em 1921, elege 3 De-
gentes, além de António Sardinha, Pequito Rebelo, putados e 3 Senadores, respectivamente para o Parlamen-
Hipólito Raposo e, mais tarde, Rolão Preto. Alguns dos to e Câmara. Oliveira Salazar virá a ser eleito Deputado,
seus filiados foram presos devido à participação na revol- por Guimarães. Abril de 1922, realiza o seu 2º Congresso,
ta monárquica de Monsanto. Defendiam as “teorias dita- liderado por António Lino Neto, Oliveira Salazar e Diniz
toriais” de Primo Rivera em Espanha e o crescente poder da Fonseca, que “afastam” da direcção os “monárquicos
de Mussolini, em Itália. Participaram em acções que le- católicos” o grupo fundador, dirigido por Fernando de
varam à revolução de 28 de Maio de 1926 e tentaram o Sousa.
regresso da monarquia. A sua acção prolongou-se ainda
durante a vigência do Estado Novo. uma Guerra Civil, intermitente (II)
Neste período de grande disputa politica (1918/19)
o grupo de orpheu parlamentar e na rua, observou-se contudo, uma menor
O grupo do Orpheu (Maio/Junho1915), marcou pro- actividade de intervenção revolucionária contra os Gover-
fundamente a literatura moderna portuguesa. Nele cola- nos e o Estado.
boraram nomes como, Luís de Montalvôr, Mário de Sá-
-Carneiro, Ronald de Carvalho, Almada Negreiros, – Golpe Militar de 5 de Dezembro de 1917 e, “Revolta
Fernando Pessoa, e o seu heterónimo Álvaro de Campos maruja” de 7-8 de Janeiro de 1918;
e Ângelo de Lima, entre outros. A revista (com o mesmo O Maj. Sidónio Pais, chefia um Golpe militar, que
nome) dava voz ao desejo desta plêiade de grandes nomes, sai vencedor – Afonso Costa é preso no dia 8, o Congres-
que influenciados pelo cosmopolitismo e vanguardismo so é dissolvido a 9, e o Presidente da República, Bernar-
europeus, escandalizava a sociedade burguesa, agitando o dino Machado é preso a 10, seguindo para o exílio, no
meio cultural português, objectivo que foi atingido, tor- dia 13 – Paris. A Revolta, começa a ser preparada por
nando-se os seus autores alvos de admiração e escândalo um “comité Unionista” ligado a Brito Camacho, que
geral. mais tarde sai, deixando o “movimento” a que se agre-
Na esteira do Orpheu surgiram outras revistas votadas gam: António da Silveira, Vicente Ferreira, Alves Roça-
ao modernismo, foi o caso da Centauro (1916) e Portugal das, Tamagnini Barbosa e Vasconcelos e Sá. Mais tarde
Futurista (1917). Sidónio, liga-se ao grupo e tudo se prepara para 5 de
Dezembro, financiado pelo agricultor alentejano Sousa
Fernandes.
Capa de José Pacheco – Exemplar Número Um e Dois
Coube à Presença (1927) inaugurar um segundo ciclo
do modernismo em Portugal. Foi sobretudo, através do que
foi escrito nas suas páginas, que, esta primeira geração de
modernistas, se impôs e o seu valor foi reconhecido, na
cultura portuguesa.
A implementação da “Republica Nova” – Dez.1917
Centro Católico Português
Criado em Agosto de 1917. Realiza o seu 1º Congres- A Marinha apoia o Governo legal. O Cmdt. Leote do
so, em Dezembro de 1919, após a eleição de um Deputa- Rego e o Ministro da Marinha Norton de Matos, dirigem
do por Braga. Constituem a sua “comissão politica” 36 a contra-ofenciva do Arsenal – o contra-tropedeiro Gua-
44 Boletim da associação dos PuPilos do exército