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1911 – querer é poder – 2011







                 António Sardinha, que se tornou monárquico e cató-  leigos  e  30  eclesiásticos,  integrando:  Diogo  Pacheco  de
              lico, foi o teórico do movimento, a que se chamou “con-  Amorim; Alberto Pinheiro Torres, Almeida Correia e José
              servadorismo radical”. a partir de 1916, teve como diri-  Fernando de Sousa, entre outros). Em 1921, elege 3 De-
              gentes,  além  de  António  Sardinha,  Pequito  Rebelo,   putados e 3 Senadores, respectivamente para o Parlamen-
              Hipólito Raposo e, mais tarde, Rolão Preto. Alguns dos   to e Câmara. Oliveira Salazar virá a ser eleito Deputado,
              seus filiados foram presos devido à participação na revol-  por Guimarães. Abril de 1922, realiza o seu 2º Congresso,
              ta monárquica de Monsanto. Defendiam as “teorias dita-  liderado por António Lino Neto, Oliveira Salazar e Diniz
              toriais” de Primo Rivera em Espanha e o crescente poder   da  Fonseca,  que “afastam”  da  direcção  os “monárquicos
              de Mussolini, em Itália. Participaram em acções que le-  católicos”  o  grupo  fundador,  dirigido  por  Fernando  de
              varam à revolução de 28 de Maio de 1926 e tentaram o   Sousa.
              regresso da monarquia. A sua acção prolongou-se ainda
              durante a vigência do Estado Novo.                 uma Guerra Civil, intermitente (II)
                                                                    Neste  período  de  grande  disputa  politica  (1918/19)
              o grupo de orpheu                                  parlamentar e na rua, observou-se contudo, uma menor
                 O grupo do Orpheu (Maio/Junho1915), marcou pro-  actividade de intervenção revolucionária contra os Gover-
              fundamente a literatura moderna portuguesa. Nele cola-  nos e o Estado.
              boraram nomes  como, Luís de Montalvôr, Mário  de  Sá-
              -Carneiro,  Ronald  de  Carvalho,  Almada  Negreiros,   –  Golpe Militar de 5 de Dezembro de 1917 e, “Revolta
              Fernando Pessoa, e o seu heterónimo Álvaro de Campos   maruja” de 7-8 de Janeiro de 1918;
              e Ângelo de Lima, entre outros. A revista (com o mesmo   O  Maj.  Sidónio  Pais,  chefia  um  Golpe  militar,  que
              nome) dava voz ao desejo desta plêiade de grandes nomes,   sai vencedor – Afonso Costa é preso no dia 8, o Congres-
              que  influenciados  pelo  cosmopolitismo  e  vanguardismo   so é dissolvido a 9, e o Presidente da República, Bernar-
              europeus, escandalizava a sociedade burguesa, agitando o   dino Machado é preso a 10, seguindo para o exílio, no
              meio cultural português, objectivo que foi atingido, tor-  dia  13  –  Paris. A  Revolta,  começa  a  ser  preparada  por
              nando-se os seus autores alvos de admiração e escândalo   um  “comité  Unionista”  ligado  a  Brito  Camacho,  que
              geral.                                             mais tarde sai, deixando o “movimento” a que se agre-
                 Na esteira do Orpheu surgiram outras revistas votadas   gam: António da Silveira, Vicente Ferreira, Alves Roça-
              ao modernismo, foi o caso da Centauro (1916) e Portugal   das, Tamagnini  Barbosa  e Vasconcelos  e  Sá.  Mais  tarde
              Futurista (1917).                                  Sidónio,  liga-se  ao  grupo  e  tudo  se  prepara  para  5  de
                                                                 Dezembro,  financiado  pelo  agricultor  alentejano  Sousa
                                                                 Fernandes.












                    Capa de José Pacheco – Exemplar Número Um e Dois

                 Coube à Presença (1927) inaugurar um segundo ciclo
              do modernismo em Portugal. Foi sobretudo, através do que
              foi escrito nas suas páginas, que, esta primeira geração de
              modernistas,  se  impôs  e  o  seu  valor  foi  reconhecido,  na
              cultura portuguesa.
                                                                        A implementação da “Republica Nova” – Dez.1917
              Centro Católico Português
                 Criado em Agosto de 1917. Realiza o seu 1º Congres-  A Marinha apoia o Governo legal. O Cmdt. Leote do
              so, em Dezembro de 1919, após a eleição de um Deputa-  Rego e o Ministro da Marinha Norton de Matos, dirigem
              do  por  Braga.  Constituem  a  sua  “comissão  politica”  36   a contra-ofenciva do Arsenal – o contra-tropedeiro Gua-



        44  Boletim da associação dos PuPilos do exército
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