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cultura e coNhecimeNto



            DAViD PAScoAL roSADo
            19850253


            De Henrique de Paiva couceiro a Júlio da costa Pinto:


             as incursões, a monarquia do Norte e o Heroísmo Português



                      “Pelo santo nome de Deus juro e prometo ser fiel ao Rei, entregar-lhe o governo da Nação logo que
                      Sua Majestade volte ao Reino e cumprir com zelo os deveres do cargo que acaba de me ser confiado.” 1






























            Ilustrações 1 e 2 – D. Luís Filipe, Príncipe Real de Portugal, acompanhado (em Luanda) por Henrique de Paiva Couceiro, Governador-geral de Ango-
            la; O Príncipe Real chega à cidade de Benguela no dia 6 de Setembro de 1907. 2


                 enrique de Paiva Couceiro ocupa um lugar indelével   Mas foi mais longe, muito mais longe. A 19 de Janeiro
            Hno âmbito da História de Portugal. Militar, adminis-  de 1919, pela uma hora da tarde, foi restaurada a Monar-
            trador  e  político,  este  herói  português  notabilizou-se   quia no Porto, “em parada geral das tropas e no edifício do
            aquando das campanhas de ocupação colonial em Angola   Governo Civil, por não haver edifício próprio na Câmara
            e Moçambique, tendo, ao longo da sua carreira, recebido   Municipal”. Hasteou-se a bandeira azul e branca, cantou-se
            vários  louvores  e  condecorações.   Foi  um  dos  escassos   o  hino  da  Carta  Constitucional  e  estabeleceu-se  uma
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            oficiais do Exército que verdadeiramente se bateram pela   Junta Governativa Provisória, presidida, inevitavelmente,
            Monarquia nas operações que opuseram as forças monár-  por Henrique de Paiva Couceiro. O Governo Nacional que
            quicas às forças republicanas (compostas essencialmente   assumiria os poderes públicos seria constituído em Lisboa,
            por carbonários) e que culminaram com a implantação da   mas, entretanto, assumia os mesmos poderes, no Porto, esta
            República em 5 de Outubro de 1910. Audaz, perseveran-  Junta  Governativa.  Com  excepção  de  Chaves,  todas  as
            te e corajoso, Henrique de Paiva Couceiro dignificou os   cidades do norte do país aderiram ao movimento de res-
            ideais em que acreditava, respeitando, como muito poucos,   tauração da Monarquia.
            o juramento que – enquanto militar – tinha feito à Pátria   Em Lisboa, o movimento monárquico só viria a eclodir
            e ao Rei. Depois da implantação da República, foi o pro-  no dia 22 de Janeiro, sob o comando de Aires de Ornelas,
            tagonista  daquelas  que  ficariam  gravadas  na  memória   apoiado pelo Tenente-Coronel Álvaro de Mendonça. Um
            histórica como as Incursões Monárquicas. Nunca logrou   grupo de cerca de setenta militares e civis monárquicos,
            vencer os seus intentos. Não pela falta de bravura de quem   comandados pelo Capitão Júlio da Costa Pinto (que tinha
            o acompanhava, e muito menos por falta de audácia da   sido camarada e amigo do Príncipe Real D. Luís Filipe no
            sua acção de comando.                              Colégio Militar),  posicionaram-se no Forte de Monsanto,
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