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1911 – querer é Poder – 2011

                             PuPilos  do  exército  –  100  aNos  de  eNsiNo  e  cidadaNia




          rido em combate ou por doença, uma educação condigna
          e completa.









                                                                       Instituto Pupilos do Exército – 1ª Secção

                                                               É criado, institucionalmente, pelo I Governo Provisório
                                                             da Republica, integrando-o na “Obra Tutelar e Social dos
                                                             Exércitos  de  Terra  e  Mar”,  pelo  Decreto  publicado  em
                                                             Diário de Governo, I Série, de 27 de Maio de 1911-Paços
                                                             do Governo da República, em 25 de Maio de 1911.ass):
                                                             Joaquim Theóphilo Braga; António José de Almeida; Ber-
                           Instituto de Odivelas             nardino  Machado;  José  Relvas;  António  Xavier  Correia
                                                             Barreto; Amaro de Azevedo Gomes e Manuel Brito Ca-
            O Instituto, que só em 1902 começou a funcionar no   macho.
          Mosteiro de Odivelas, privilegiou desde o início os cursos   Considera-se como seu Fundador o General António
          de formação prática, sem descurar a cultura geral, as línguas   Xavier Correia Barreto, à data Ministro da Guerra.
          estrangeiras, a ginástica e a religião e moral. Os cursos de   O Instituto, iniciou a sua actividade só em 1912, ten-
          magistério primário, de escrituração comercial, de telegra-  do como 1º Director o Cap. Engª António Augusto Figuei-
          fia,  modista  e  outros  permitiam  às  alunas  ingressar  no   redo (1911/13). O seu primeiro Aluno nº 1/1912, foi o
          mercado de trabalho. Designou-se por Instituto de Torre   Tomás  José  Hartley  Fernandes,  tendo  nesse  ano  lectivo,
          e Espada e depois por Instituto de Educação e Trabalho,   entrado  81  (oitenta  e  um  alunos)  por  duas  fases  –  em
          a  partir  de  1911.É  o  tempo  de  importantes  alterações   Setembro  e  Fevereiro  de  1913,  no  ano  escolar  seguinte
          económicas e sociais que originaram mudanças nas men-  (1913/14), mais 45 alunos. O Instituto funcionava em duas
          talidades  e  uma  aproximação  crescente  de  Portugal  à   Secções independentes e autónomas, consoante os graus
          Europa.                                            de ensino – a 1ª Secção, com o Ensino Preparatório (Con-
            A formação das crianças passa a ser orientada para o   vento de S. Domingos de Benfica) e na 2ª Secção (Estrada
          futuro numa sociedade nova em que a Mulher viria a ter   de Benfica – Qª da Alfarrobeira) o Ensino Profissional (só
          outras funções e responsabilidades.                a partir de 1913). Cada uma das Secções (para efeitos de
            Após a implementação da República, o Instituto sofre   Instrução militar), constituía 1 Companhia de Alunos, que
          modificações nos cursos e respectivos curricula e, constitui-  era coordenada por um Oficial Regente.
          se num elemento da “rede educacional” da “Obra Social   Noutros espaços, referiremos três ou quatro, das várias
          do Exército”.                                      “remodelações” (as mais polémicas) a que os “Pupilos do
                                                             Exército” foi submetido, durante o seu 1º Centenário – Das
          O  Instituto  Profissional  dos  Pupilos  dos  Exércitos  de   suas  “Causas  e  Aspectos”  –  são  muito  bem  tratados  e
          Terra e Mar                                        aprofundados, em “Pupilos do Exército – Uma Interpreta-
                 “(…)  criado,  pelo  seu  carácter  utilitário  e  prático,   ção Sociológica”, do “Pilão” David Rosado.
            muito deve concorrer para fazer dos seus alunos elemen-  Transcrevendo,  o  que  um  antigo  Director  expressou,
            tos de regeneração social úteis à Pátria e à Democracia”.  referirei: – “Será de todo impensável que os Pilões de hoje
               “(…) é necessário crear homens que pelo trabalho e   e de sempre ou qualquer elemento da “Comunidade Pi-
            esforço próprio se mantenham na sua vida com indepen-  lónica”  –  perdessem  a  oportunidade  de  refrescar  o  seu
            dência  e  dignidade:  é  preciso  formar  cidadãos  úteis  à   imaginário nas palavras saborosas deste trabalho”. – Re-
            Pátria.”                                         feria-se à “Génese e Mística de Uma Instituição” de Paulo
               “(…) os Alunos deverão ficar a conhecer o valor do   Mendes  Pinto  (2000);  (proponho  eu)  a  leitura/contacto
            trabalho… pois assim adquirirão toda a superioridade e   com as obras: “Pupilos do Exército – Uma Interpretação
            independência, que dá a convicção de que tudo se sabe   Sociológica”(2008)  e, “IPE  1911-2011”(2010),  de  David
            fazer”.                                          P.  Rosado;  dos  “Profissionais”  (1916-1924)  edição  dos
               “Querer é Poder”.                             Alunos e, necessariamente, quanto á nossa “génese, carác-


                                                                                        Boletim da associação dos PuPilos do exército  45
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