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1911 – querer é Poder – 2011
PuPilos do exército – 100 aNos de eNsiNo e cidadaNia
– Tentativa Monárquica de 20 de Outubro de 1913; A luta na rua, entre grupos rivais ainda se prolongou
Esta tentativa “restauracionista”, estala no Porto e, em até ao dia 16, quando tudo acalmou, Pimenta de Castro
Lisboa, sob a direcção de Jorge Camacho e Azevedo Cou- foi preso, o Governo demitido e substituído por uma
tinho, respectivamente, com polícias, civis e militares «Junta Constitucional» até às eleições (13Jun). A Revolta
(engajados) assaltaram esquadras e quartéis, dinamitaram sai vitoriosa.
vias de comunicação, etc. contudo, foram mal sucedidos.
Alguns Oficiais de marinha foram presos, o chefe da in-
tentona Cmdt. Azevedo Coutinho refugiou-se num navio
inglês, que o esperava no Tejo, ficaria preso.
– Levantamento de 14 de Maio de 1915;
Na sequência dos “movimento das espadas”, manobra
monárquica – 22 de Janeiro, resultante do “mal estar” as-
sumido, pela Oficialidade, estar contra os civis (formiga
branca) nos quartéis, corporisados, pelos «elementos mais
perturbadores dos centros republicanos de Lisboa». O Cor.
Santos Lima, comandante de Cavalaria 2, tentou logo
mobilizar, forças da guarnição de Lisboa, para um pronun-
ciamento e «entregar as espadas» ao Presidente da Repú-
blica, tendo sido impedido, desse gesto, «simbólico» pelo Membros da “Carbonária”, com alguns militares da Marinha (entre eles,
o célebre 1.º Sargento Alexandre de Carvalho), da GNR e do Exército
Maj. Tomás Rosa, á frente de uma força do Reg. Cavalaria no Arsenal da Marinha –14 Maio1915
4. Ele próprio, com Afonso Costa, Correia Barreto e Mal-
va do Vale, vão então, ao quartel de Infantaria 5, na Graça, Terminava a “Ditadura de Pimenta de Castro”. O Pre-
demover os Oficiais e o seu comandante, desse intento, sidente Manuel Arriaga demite-se, sendo substituído – 29
contudo, sem qualquer êxito. Na mesma linha, do descon- de Maio, por Teófilo Braga. Nas eleições de 06 Ago1915,à
tentamento, levou Machado Santos a ir a Belém, entregar terceira volta, é eleito Bernardino Machado apoiado pela
a sua espada «do 5 de Outubro» solidarizando-se, com os “ala Afonsina” dos democratas e, onde concorrem, também:
seus companheiros. O Presidente Manuel Arriaga, consul- Guerra Junqueiro pelos “evolucionistas”, Duarte Leite
ta os partidos e convida o Gen. Pimenta de Castro (Mar- pelos “democráticos” e Correia Barreto com o apoio dos
ço-1915), para formar governo que, apesar de ser “um “Jovens Turcos”.
republicano histórico”, em nome da “ordem e da liberda-
de”, passa e assume governar “numa ditadura consentida – Revolta de Tomar de 13 de Dezembro de 1916
vs. assumida”, justificando, estar “a cumprir uma missão Aproveitamento do descontentamento dos “conscritos”
especial que os outros não realizaram”. Com ele está Ma- nos meios rurais, pela mobilização geral para a guerra
chado dos Santos. Os “republicanos” do PRP, passam da (França). A insubordinação militar, verificou-se também,
conspiração aos actos, constituem uma “Junta Revolucio- na Figueira da Foz e em Castelo Branco. A ideia era cercar
nária” – 13 de Maio (Antº Maria da Silva; Sá Cardoso e Lisboa, a partir de Tomar. Machado dos Santos lidera a
Álvaro de Castro) para derrubar o governo, que, domina- “intentona”, que é desarmada e reprimida, levando o seu
da pelos “Jovens Turcos” tem o apoio, da marinha e contam mentor à prisão.
com a colaboração de militares com ligações à Maçonaria
e à Carbonária (Jaime Daniel, Leote do Rego e Norton de – “Revolução da Batata” de 19-20 de Maio de 1917
Matos). Levantamento quase-expontâneo, protagonizado pelo
Em Lisboa, grupos de indivíduos assaltam armazéns e povoléu de Lisboa, acossado pela fome e revoltado pelos
padarias à procura de comida. Aproveitando a “situação”, “açambarcamentos” dos géneros por alguns comerciantes.
militares e civis (republicanos) desencadeiam “um movi- Por toda a cidade houve “assaltos” a padarias e mercearias,
mento insurreccional” que provoca centenas de mortos e acompanhados de tumultos e de tiroteios…Dos confrontos
feridos. No assalto ao Cruzador Vasco da Gama, falece o entre os “assaltantes” e o Exército, resultaram para cima
seu Cmdt. Assis Camilo.”Tornou-se um acto-revolucionário de quatro dezenas de mortes.
mais impetuoso e mais sangrento que o 5 de Outubro”- Sá
Cardoso, expressou na CMLxª: “O Exército, a Marinha e da fome, peste e guerra, das aparições de Fátima e de
o elemento civil acabam de proclamar pela segunda vez a Sidónio…
República Portuguesa”. Ocupar-nos-emos … oportunamente….
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