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IPE INSTITUTO DOS
PUPILOS DO EXÉRCITO
O Comandante de Batalhão e a sua vivência do IPE
João nuno especiosa Rodrigues (aluno nº 7 de 2005)
acordar com o próprio despertador tão cedo para ir até a formatura do
pequeno-almoço. Existiam dias em que não o ouvia, eram os meus
colegas que me despertavam.
E nestas circunstâncias mil e uma aventuras tive, como podem
imaginar...
Ano após ano o brio na farda era cada vez maior, as aberturas
solenes passavam a ser uma missão e um orgulho pois era o dia em
que ia receber uma medalha e mais uma medalha para tornar ainda mais
reluzente a farda azul. O 25 de Maio era sempre o motivo de maior
orgulho. O apadrinhamento passou a ter um papel importante na edu-
cação dos mais novos.
Durante a minha vivência os Pupilos têm tido várias mudanças. O
término do ensino superior e a mudança para o ensino profissional
foram as mudanças mais marcantes. O facto de o superior deixar de
A farda, as cerimónias, e a vivência do IPE sempre estiveram pre- fazer parte do ensino ministrado no IPE, tornou necessário que a figu-
sentes na minha vida pelo acompanhamento que fiz do meu irmão, que ra do comandante de batalhão mudasse para alunos do 12º ano e
entrou em 1998, ex-aluno nº 6. Cedo tive a oportunidade de ver, saber dessa forma incutir maior responsabilidade a alunos com menos expe-
e conhecer mais sobre os Pupilos e foi então que, de livre e espontânea riência que alunos do superior e com menos vivência das tradições do
vontade, em 2005 fiz do Pilão a minha casa. Ninguém me mandou para Pilão.
os Pupilos do Exército, fui eu que optei e ditei o meu futuro de 8 anos Podia ter tido uma juventude igual à de tantos amigos de infância,
na nossa “casa tão bela e tão ridente”. usufruindo das delícias do aconchego da casa dos pais mas preferi a
O primeiro dia é sempre aquele que mais recordo. Como nesse ano experiência do internato, com características castrenses na instrução e
os pais dos alunos internos não puderam acompanhar o nosso primei- educação, ainda assim, penso ter sido a melhor escolha que fiz até
ro dia, foi o meu irmão que me arrumou o armário pela primeira vez, agora.
foi ele que me fez e ensinou a fazer a cama, foi ele que me ajudou a O espírito de união e camaradagem e os valores que o Instituto nos
calçar as botas e a uniformizar-me a rigor com todo o brio e foi ele que incutem são, sem dúvida, uma mais-valia para o meu futuro como
me colocou o barrete e ensinou os primeiros movimentos. Homem e profissional do amanhã.
Recordo-me de nesse primeiro dia conhecer todos os cantos da “Querer é Poder”.
casa e de ter tirado uma foto, que ficará para a posteridade, na cama
do meu irmão.
Tudo no primeiro ano era especial e foi sem sombra de dúvida o
melhor, aquele que jamais irei esquecer. Não por ser o primeiro mas
por toda a vivência que nele tive. Foi sempre a 1ª vez… a primeira vez
que enverguei a farda do meu irmão, o ano em que fui apadrinhado, a
primeira abertura solene, o primeiro carnaval, o primeiro 25 de Maio,
todas as tradições e todos os momentos.
Embora tivesse alguém que me apoiasse sempre, naturalmente
passei por algumas adaptações e dificuldades nomeadamente o ter de
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