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1911 – querer é Poder – 2011
soldados, pela madrugada “amotinam-se” pela revolução. A interven- mes da Silva, entre outros] por tantos outros carbonários,
ção do Cmdt. Cor Celestino da Costa e do Cap. Barros, custa-lhes sargentos, soldados e centenas de civis [Que, provindos, alguns,
a vida –”dentro da parada, os soldados e populares, gritam! –Viva das “choças”, das “barracas” ou dos “canteiros”(os chamados Primos),
a República!”.Foi daqui que Machado dos Santos, à frente de mui- constituíam, com as suas “bombas artesanais” e denodada activi-
tos militares e civis armados, saiu em direcção à Artilharia 1, afim dade e acção, contra a Guarda Municipal, monárquica, a ”artilha-
de secundar a revolta. No Quartel ficaram 70 civis, comandados ria civil” da Revolução], decidiram barricar-se na Rotunda,
por um enfermeiro e 2 dezenas de soldados, comandados por um onde aguardaram por reforços [Sabiam, porém, que numerosos
Sargento, que montaram a defesa e “sabotam as baterias” de que grupos de republicanos e carbonários, espalhados pela cidade, os
não precisavam.] a Artilharia 1 e 2 e, ainda, o Quartel dos apoiariam com armas e alimentos. Na manhã do dia 4, encontravam-
Marinheiros de Alcântara aderiram às imposições do mo- se na Rotunda cerca de 200 homens, número que num curto espaço
vimento revolucionário. Como se esperava a Cavalaria de ascendeu aos 1.500] – As 2 colunas (4 Baterias) de Artilha-
Belém – Cavalaria 4 e Lanceiros 2 – ficou fiel ao regime. ria 1. [Organizadas pelo Cap. Sá Cardoso, acompanhado por 4
O Vice-almirante Cândido dos Reis [Na noite de 3 para tenentes e 1 alferes, com o objectivo de tomar o Quartel da Guarda
4 – Deveria, embarcado no navio S. Rafael, assumir o comando da Municipal, no Carmo. São parados no Largo do Rato e na Alexan-
Revolução. Por “factos” e “informações” infundadas (…meu Almi- dre Herculano, só conseguindo sair, com a ajuda da “artilharia civil”
rante ..”está tudo furado”…a Infantaria 16 .. está a fuzilar o povo..” anarquista e, não sendo possível dirigirem-se ao 2º objectivo: atacar
Abalado, com as noticias (ñ confirmadas) e, ante, o aparente fra- o QG, no Rossio; rumam à Rotunda].
casso do golpe militar, antevendo … o desaire da revolta, desembar- Os republicanos barricados na Rotunda conseguiram
cou e dirigiu-se a sua casa… suicidou-se na madrugada do dia 5. resistir aos fracos ataques monárquicos, com especial des-
O corpo foi encontrado (cerca das 5Horas), numa azinhaga, para taque para o que foi liderado por Paiva Couceiro.
os lados de Arroios, em Lisboa.], tinha como missão liderar a Na noite de 3 para 4 Out, a Guarda e a Policia Muni-
revolta na Marinha [Segundo Machado dos Santos –”Correndo cipal recebeu ordens para ficar nas esquadras, deixando ao
de noite as Tavernas de Alcântara, convidando de dia os camaradas Exército o cuidado de patrulhar a cidade [Aproveitando ao
do quartel ou dos navios para à noite tomarem o seu compromisso máximo, esta situação, a Carbonária atacou unidades militares em
d´honra comigo, que riscos esses Homens não correram … Aliciaram- trânsito, cerceando o Alto Comando de deslocar Tropas; isolou o QG
se mais de oitocentos camisolas de “alcaxa”! Já muito próximo, da privando-o de informações seguras e, criou contactos regulares, com
insurreição vitoriosa, referiu ainda –”O D. Carlos, temido pela os 3 Núcleos rebeldes: Rotunda, Quartel de marinheiros e Artilha-
monarquia, andava constantemente dentro e fora do Tejo; o seu ria 1; e, mobilizou a população para a luta].
comité revolucionário fazia-nos imensa falta em Lisboa!”], ocupan- Sem a Carbonária a Revolta, não tardaria a morrer.
do os navios de guerra atracados no Tejo [A “Organização No Tejo, já no dia 4, os cruzadores «S. Rafael» e «Ada-
clandestina da Armada” da Carbonária Portuguesa, foi provavel- mastor». [Pela claridade do dia, Estêvão Pimentel e um grupo de
mente o instrumento decisivo, tanto para o sucesso militar da insur- Oficiais de marinha: Mário Malheiros, Jaime Teixeira, e Vitorino
reição como para o carácter popular que a acção, desde logo tomou. de Sousa “ que o entusiasmo não permite delongas” marca preço,
A participação da Marinha foi enorme – ”obra” de jovens Oficiais, com um “catraeiro” para que os leve a bordo do cruzador. São re-
muitas Praças e alguns Sargentos”.], e assumir o seu comando cebidos pelo Ten. Cabeçadas e pela guarnição, que cantam A Por-
e deles, bombardear as posições governamentais. tuguesa, como hino à República.], dispararam [Depois de se
Enquanto em terra, comandados pelo comissário naval “movimentarem” no rio para bombardearem o Terreiro do Paço e o
Machado Santos, membro da Carbonária [A “Grande Car- Palácio.] contra o Palácio das Necessidades, obrigando o rei
bonária – Alta Venda)”. A sua “alma”, provinha dos seus fundado- D. Manuel II a partir para Mafra e posteriormente para a
res: Machado dos Santos, (João Serejo), Luz d´Almeida e António Ericeira, donde embarcou com a família real rumo ao
Maria da Silva. A “doutrinação” era feita pelo Pinto de Lima, entre exílio, na Inglaterra. [Soube-se que o Rei e as duas Rainhas, sob
os cadetes da Escola do Exército; Amândio Junqueiro alicia empre- escolta, de forças de Cavalaria, seguiram de Sintra, para Mafra…,
gados dos correios e telégrafos; Francisco dos Santos e Ribeiro de Embarcaram na Ericeira, na tarde de dia 5Out.,no “hiate” Amélia,
Carvalho iniciam o pessoal da via eléctrica, juntam-se-lhes Malva onde eram esperados por D. Afonso, com a intenção de se dirigirem
do Vale, Carlos Olavo, Mário Malheiros, Carlos Amaro, Policarpo ao Porto, para ali levantarem tropas, contra os republicanos. Por
Torres, João Borges, Sarg. Acácio de Macedo, Op. Nunes da Silva volta das Berlengas, desistiram desse “projecto”, virando de rumo
(entre outros) que, actuam e criam “núcleos carbonários” em Aveiro, para sul, dirigiram-se a Gibraltar e dali, para a Inglaterra.]
Coimbra, Leiria, Viseu, etc. Do PRP junta-se-lhe o Comité Revolu- Por fim, o navio de guerra «D. Carlos», até então nas
cionário: Afonso Costa, João Chagas e o Alm. Cândido dos Reis. mãos dos monárquicos, sublevou-se. [Um dos marinheiros
Para além dos “apoios financeiros” legados por António J.Rodrigues “nadou” para o Adamastor e, informou, da situação a bordo. 17
e Carlos Kope, as “actividades” eram auto-financiadas, pelos próprios desertaram, lançando-se à água, para o S. Rafael. Foi dominado
(primos),] e acompanhado [Alguns Oficiais do Exército – Cap. pelo Carlos da Maia, vindo do Quartel de Alcântara, na noite de
Carvalhal Henriques, Cap Aguiar; Cap. Penha Coutinho, Alf. Go- 4Out.,associando-o à insubordinação].
40 Boletim da associação dos PuPilos do exército