Page 31 - Boletim APE_216
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crónicas



         o participativo e o representativo; cer-  mais justa; calibrar o convívio da repre-
         tos estudiosos e/ou cientistas, com apa-  sentatividade e da participação, activa e
         rente  “boa  consciência”,  colaram-se  aos   séria, por cada ser humano na constru-
         poderes vigentes-hegemónicos.        ção do seu destino; recolocar em jogo e
            E com esse fatalismo, não raro tam-  remoçar  os  princípios  e  valores,  pró-
         bém noutras matérias, ter-se-á relega-  sociais, que foram arredados ou esma-
         do para as calendas:                 gados  pelos  (novos  e  velhos)  funda-
            * Unir o que foi obstinadamente   mentalismos  de  credos  economicistas
         separado;                            predadores e devastadores (dos quais a
                                              ultima e actual crise é disso exemplo).
            *  Construir  formas  de  conheci-   Renovando, com estas premissas, a
         mento (e de acção) mais comprome-    ciência  política  moderna  é  possível
         tidas com a condição humana;         reinventar a emancipação social.
            e fazê-lo de modo menos eurocêntri-  É possível e impõe-se que o seja.
         co e menos dogmático.

            O projecto é ambicioso mas é possí-  Mais uma reflexão séria a fazer-se,
         vel. Quase nos leva a pensar no axioma   não  apenas  simbolicamente  nos  per-  (1)
         de Maio de 68: ”ser realista desejando o   cursos,  de  vai  e  vem,  entre  os  nossos   (Mais de 60 pesquisadores efectuaram
         impossível”.                         “Claustros” e a nossa “Madalena” mas   estudos analisando iniciativas e movi-
                                              transpondo-nos para um outro mundo   mentos de resistência e de formulação de
            Como fazê-lo?                                                          alternativas por parte de grupos sociais
                                              (o nosso planeta) entre o local e o global
            Renovando a ciência política mo-  e vice-versa!                        em vários domínios e em diferentes par-
         derna.                                  Claro que este assunto nos conduz à   tes do planeta, tais como, África do Sul,
            Mas  para  que  essa  renovação  seja   problemática da “democracia represen-  Brasil, Colômbia, Índia, Moçambique e
         consistente  terão  de  ser  retiradas  as   tativa” e da “democracia participativa”.   Portugal, entre outros. Existem publica-
         barreiras  antes  descritas,  ter-se-á  que                               ções de diversos autores, sobre esta te-
         voltar a revitalizar (e a dignificar) a con-  Trecho para esta reflexão, me pro-  mática, a nosso ver pouco divulgada.)
         dição humana e a valorizar os compro-  ponho trazer, em próximo Boletim.
         missos  exigidos  por  uma  sociedade













































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