Page 8 - Boletim numero 261 da APE
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CRÓNICAS | VIAGENS BOLETIM APE | ABR/JUN 2021
    Ilha das Flores,
um Paraíso para descobrir...
  Contava-me a minha avó que o meu trisavô era um conde que se apaixonara pela sua governanta na Ilha de Santa Maria de onde era e onde vivia.
Assim, deito as culpas ao Conde por esta paixão que te- nho pelas ilhas, muito em especial, pelas nossas.
A minha costela de ilhéu sempre me chamou a conhecer as nossas 11 maravilhas, sem contar com algumas mais pe- quenas, mas que nem por isso devem ficar esquecidas.
Quem me conhece sabe que apesar de gostar de todas há duas por quem me apaixonei e sempre que posso “fujo” até lá: Porto Santo e Flores.
Não podiam ser mais diferentes, mas ambas me enchem a alma cada uma à sua maneira.
Hoje vou falar da minha paixão mais recente e que desco- bri em 2013 – a Ilha das Flores
A ilha mais ocidental da Europa onde todos os anticiclo- nes começam e por isso bem fustigada pelo mar, pela chuva e pelo vento.
Lembro-me, quando a visitei a primeira vez, que o que mais me impressionou foi os milhares tons de verde com que se cobria.
Apesar de ser verão, tudo era verde com manchas de azul, branco, rosa e amarelo dos milhares de hortenses e ro- cas de velha que cobriam a ilha.
Não vos vou falar da História da ilha que foi descoberta junto com a sua vizinha do lado, o Corvo, em 1452.
Não vos vou falar do porquê se chamar Flores porque é óbvio...
Vou falar-vos das gentes, da paz que se entranha em nós quando lá estamos, dos tons de verde, azul e amarelo que a cobrem dos longos passeios a pé, que nos tiram o folego, da sua beleza natural muito única, da sua comida, as suas lagoas e de tudo o que amo na Ilha.
Vou tentar ser breve, não sei se consigo, mas tentarei, se não muitas mais coisas ficarão por dizer.
No primeiro dia que estive na Ilha, logo no dia em que cheguei, “descobri” uma das suas lagoas, a Lagoa ou Caldei- ra Funda.
Toca de pegar na máquina e preparar todos os meus co- nhecimentos técnicos para começar a sacar umas fotos.
Assim que saímos do carro pisámos um chão verde, ma- cio com um cheiro inebriante de hortelã e poejo. Ainda hoje tenho esse cheiro presente...
A lagoa era linda. Funda, rodeada de verdes e azuis e amarelos e parecia coberta de xisto vidrado que dificultava a luz das fotografias.
Tentámos de vários ângulos, andámos mais um pouco à procura da melhor perspectiva e logo nos deparámos com mais uma lagoa, a Lagoa Rasa.
As duas separados por uma linha de asfalto, uma mesmo ali ao pé de nós e a outra lá fundo a olhar para nós e a rir-se das nossas caras de espanto por tamanha beleza.
Cristina Coelho
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