Page 38 - Boletim numero 257 da APE
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 NOTíCIAS DO IPE
PILõES DE HOJE
Francisco Araújo
Aluno no 304/16
  Nota de Editor
A Pandemia COVID-19 alterou, num abrir e fechar de olhos, as nossas vidas. De um dia para outro pas- sámos a estar confinados em casa e tivemos de nos adaptar a uma nova realidade.
A equipa do Boletim desafiou alguns alunos do 8o Ano a escreverem sobre o que pensam das aulas à distância e como estão a vivenciar a nova realidade em que nos encontramos.
                   Como está a
 decorrer o meu
        Leonor Martins
Aluna no 346/16
estudo em casa?
    A minha perspetiva do
Na minha opinião, nós temos de trabalhar mais do que quando estávamos na Escola. Eu até estou a gostar de ter aulas em casa, visto que somos nós próprios a criar a nossa rotina, e temos de criar e nos adaptar a novas formas de trabalho e de organização.
 estudo à distância
Apesar de eu estar a gostar de estar em casa, também tenho saudades de estar na escola, onde eu estava mais tempo durante a semana. Toda a gente tinha uma rotina di- ferente. Acordar às seis e meia da manhã, e sair às oito, qua- se nove da noite, não é para qualquer um.
No entanto, isto era a vida que escolhemos ter. uma das coisas que tenho mais saudades da escola é do horário. Não que o horário fosse o melhor, mas falta-me o facto de estar sempre a andar e a mexer.
E aquilo que eu mais sinto falta é de andar cansado. Sim, pois apesar de ter muitos trabalhos durante o dia, eu não sinto aquele cansaço igual ao do Pilão. Tenho falta de andar cansado das aulas, dos desportos que fazia, de ter de estar acordado de madrugada, e sair de noite.
É claro que uma pessoa se habitua a tudo! E só foi preci- so uma semana para eu me adaptar a esta nova rotina.
A primeira semana foi um enorme desgaste. Só tinha trabalhos para fazer e em cada minuto que olhava para o relógio já a minha mãe me dizia que já tinha mais três traba- lhos para fazer na plataforma. Foi mesmo cansativo!
Neste momento, já estou em casa há dois meses e, como sempre, tenho a minha vida pessoal, os meus desportos, a minha hora de acordar e deitar. É incrível como o nosso cor- po se consegue habituar a tudo que nos rodeia.
E para concluir gostaria de dizer que, apesar de tudo o que nós estamos a passar, a esperança nunca pode morrer. Mesmo que nunca mais vejamos uma pessoa na vida, não devemos esquecê-la.
Temos de estar sempre juntos, apesar de todos os mo- mentos aterrorizantes que vamos tendo, nunca parem de lutar.
Neste momento estamos numa situação nova para to- dos nós e acho importante falarmos sobre ela, porque exis- tem pessoas que estão a ter dificuldades a adaptar-se a este tipo de ensino e a conseguir aproveitar de uma boa aprendi- zagem.
No início da quarentena, eu estava um pouco ansiosa porque não sabia se me ia sair bem academicamente não tendo tanto contacto com os professores, mas na realidade acho que até me estou a sair melhor. É mais fácil para mim o ensino à distância porque eu consigo aprender rápido e tenho mais tempo para me dedicar aos estudos. Não tenho tido quaisquer problemas a concluir as tarefas pedidas nem a entregá-las pelas respetivas plataformas.
um outro fator que, na minha opinião, é importante para nos sairmos bem neste método de ensino é termos pais ou responsáveis por nós disponíveis para nos ajudar. quando isto ainda era tudo novo e não já uma rotina, tive algumas dificuldades a respeito do funcionamento das pla- taformas informáticas e os meus pais é que me ajudaram. Eles estão ambos em teletrabalho, mas conseguem ter tem- po para me ajudar a mim e ao meu irmão, que também fre- quenta a escola.
Embora me tenha adaptado bem, tenho saudades do convívio com todos os meus colegas, funcionários, militares e professores.
Espero podermos estar juntos em breve novamente.
   36 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • abril a junho






































































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