Page 17 - Boletim APE 253
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 OS NOSSOS PROFISSIONAIS
A Minha História
(ou parte dela num punhado de letras)
          José Gonçalo F. de Castro Coelho
19750395
AElsa Magro lança-me o desafio de resumir a minha vida profissional numas linhas, para publicação no nosso Boletim e a tarefa hércula resultou nesta re- dacção:
Sou o 395/75 e durante 10 anos (1975 a 1985), durante a minha adolescência tive o privilégio de ter frequentado o Pi- lão. que sorte!
A minha entrada no Pilão insere-se numa oportunidade que os meus pais vislumbraram – numa altura conturbada do País, saído da revolução de Abril – ser a melhor solução para o meu futuro.
Sou daqueles que apesar de momentos difíceis que escu- so de esmiuçar, olho para aqueles 10 anos como uma dádiva que a vida me proporcionou. Se sou o que sou hoje, devo-o principalmente ao Pilão e tenho uma dívida de gratidão incomensurável pelo IPE.
Fui e sou lacerda. Sim, ainda me sinto orgulhosamente lacerda e mantenho esta postura ainda hoje.
A minha entrada no mercado de trabalho inicia-se no ano de saída do Pilão, onde concluí o curso de “Fortes”, ao aceitar um estágio não remunerado no BES, integrando o Departamento de Obras e Manutenção. Durante cerca de 1 ano colaborei na execução de alguns projectos de novos bal- cões, acompanhei obras e coordenei uma equipa de manu- tenção do Edifício-Sede na Av. da Liberdade. Como a ques- tão da tropa não estava resolvida, não cheguei a integrar os quadros efectivos do Banco. Entre uns trabalhos temporá- rios de fiscalização e um período numa empresa instaladora (Gerco), surge o dia de receber o postal para ir cumprir, já extemporaneamente, os 16 meses de aspirante no Exército. Fiquei alocado na Trafaria, especialidade de Reconhecimen- to de Transmissões. Ainda a tropa não estava terminada fui contactado pelo BCI (actual Banco Santander) para uma en- trevista onde acabei por retomar a minha vida profissional. Esta oportunidade surge na sequência da minha passagem pelo BES e da sangria de muitos quadros para a Banca priva- da que estava, naqueles anos, a dar os seus primeiros pas- sos. Foi uma altura de intensíssimo trabalho e uma experiên- cia muito enriquecedora que estruturou e me preparou para o futuro. Foram cerca de 6 anos que valeram pelo dobro.
Comecei, entretanto, a congeminar a ideia de fazer algo diferente, que fosse dono do meu destino e porque a vida de um engenheiro num Banco acabaria mais tarde ou mais
cedo por ser monótona e de evolução limitada já que esta- mos no lado de ‘gastar dinheiro’ e não no outro. Completei a licenciatura e em 1993 formei a empresa que hoje ainda mantenho, a Engitagus, 25 anos depois.
O Pilão e o início da minha vida profissional preparou-me para a Engitagus , estando esta inserida na área da constru- ção, mais propriamente no domínio das instalações eléctri- cas e associadas e do AVAC (Ar Condicionado e afins) fazen- do trabalhos destas especialidades.
Resumir 25 anos numas linhas é tarefa impossível, mas poderei dizer que a empresa hoje está estabilizada no nosso difícil mercado, com uma estrutura de 25 pessoas, na sua maioria técnicos qualificados, das quais destaco 3 distintos Pilões: o 81/73 – Rosa que é o director administrativo e fi- nanceiro, o 129/74 – Duarte que integra a engenharia e o 120/72 – Maneira que trabalha na produção.
Entre altos e baixos, após um arranque titubeante, a ideia de ter começado num pequeno escritório de 100 m2 em Be- las, do zero, e hoje estarmos em instalações próprias com cerca de 600 m2 de área útil na Terrugem- Sintra e uma estru- tura com 5 engenheiros e cerca de 20 técnicos credenciados e com uma média de permanência de mais de 10 anos na empresa, faz com que este projecto tenha valido a pena.
Em 2012 alargámos a nossa actividade para Moçambi- que, terra com quem mantenho uma afinidade muito parti- cular, talvez por ter feito parte da minha escola primária e vivido parte da minha infância. A empresa aqui, tem actual- mente cerca de 40 colaboradores e mantemos a mesma li- nha de acção da Casa-Mãe. Nesta pérola do índico mante- nho contactos permanentes com Pilões que aí trabalham.
Dar-me a conhecer assim nuns parágrafos não é tarefa fá- cil e falarmos de nós próprios ainda torna as coisas mais difí- ceis, para mais quando o universo leitor são Pilões, uns que me conhecem outros nem tanto. Mas, o resumo está feito.
Na minha vida pós-Pilão e na sociedade onde vivemos e interagimos com o universo, queria realçar Princípios e Valo- res que aprendi a desenvolver no Instituto e que a minha família me incutiu intuitivamente: a camaradagem, honesti- dade, perseverança, humildade, trabalho, alegria, optimis- mo, responsabilidade e solidariedade fazem com que a vida tenha sentido e torne as dificuldades mais fáceis de encarar e resolver.
Procuro viver feliz e tranquilamente em Galamares – Sin- tra com uma mulher extraordinária, a Cristina e dois filhos, Beatriz e o Tiago, já adultos e prestes a dar os primeiros pas- sos na vida activa.
Tenham em mim um amigo e camarada porque vocês fa- zem também parte da minha família. E como alguém dizia, façam o favor de ser felizes!
         Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • abril a junho | 15













































































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