Page 16 - Boletim APE 253
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 CARAS DO PILÃO
                vez em quando não ti- nha que distribuir al- guns carolos pelos alunos malcompor- tados, diz-nos com um sorriso divertido que não eram caro- los, era a toalha molhada, não fica- va marcado e eles saltavam, mas da- va sempre deva-
gar para não os magoar. Também tinha uma grande consideração e apreço pelo Professor Robalo Gouveia, ele tinha 24 anos e via nele um avô. Como os tempos eram difíceis, havia altu- ras em que ficava mais atrapalhado e pedia ao Professor Robalo Gouveia se lhe emprestava algum dinheiro, mas as-
sim que podia pagava-lhe logo, muitas vezes o professor dizia que já nem se lembrava e que ele poderia ter ficado com o dinheiro, mas ele sempre se considerou um homem sério e afinal contas, são contas! Considerava o Professor Robalo Gouveia um amigo e pessoa generosa, era exigente, marcava-lhe o serviço, ele fazia tudo e depois ia jogar à bola com os alunos, se tivesse tudo feito ainda o elogiava a se- guir.
Fez uma pequena pausa, mudando de assunto e conta- -nos então com um enorme sorriso, que no dia 21 de março teve uma grande surpresa, o Tenente Coronel Paulo Ferreira tinha-o convidado para almoçar com ele e também com o Tenente Coronel José Magro. Achou estranho quando o Te- nente Coronel lhe disse que iam visitar o museu, mas quan- do entrou nos claustros e viu aquela gente toda ficou muito emocionado, eram alunos do tempo dele. Diz-nos ainda que é do tempo dos Generais Reis, que eles ainda eram uns mi- údos quando entrou. Nos Pupilos as únicas pessoas que tra- ta por tu, claro que apenas quando o Sr. Diretor não está presente, são o Paulo Ferreira e o José Magro. Encolhe os ombros em modos de explicação e diz-nos que andou com eles ao colo, que não poderia ser de outra forma.
Conta-nos com alguma tristeza que em 42 anos apenas teve duas situações desagradáveis no IPE, e que as mesmas tiveram a ver, com aquilo que considera ter sido uma forma pouco respeitosa de o tratarem. Mas que isso não apaga todas as boas memórias que tem daquela casa e voltava a repetir tudo.
Já no fim da conversa, pedi-lhe que numa só palavra des- crevesse os seus 42 anos no IPE, vimos o Pereira a encher o peito, um enorme sorriso a desenhar-se na cara e formou-se a palavra:
“ESPETÁCuLO!”
Palavras para quê? Está tudo dito...
   Caro Associado, a quota de 2019 está a pagamento!
A existência da Associação depende dos seus associados.
    14 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • abril a junho
Grande Pereira...sempre connosco e em especial quando estava com a “Especial”... só lhe faltava saltar e fazer os “ Exercícios a 2 “...sabia dar a volta ao Robalo como ninguém, conheceu, lidou e liderou diferentes gerações e circunstâncias...a dos Açores não foi fácil...grande abraço do “Par Maravilha” o 11/77 e o 61/75 (“Pisco”) “...”
Jorge Trolho 19770011
“...” Confesso que ao longo dos 11 anos que lá estive, fiz-lhe a “vida negra” algumas vezes, mas a verdade é que nunca deixou de ser meu amigo. Sempre que vou ao Pilão, faço questão de lhe dar um abraço fraterno, porque merece, porque me aturou 11 anos e porque teve a nobreza de pouco homens: saber perdoar e esquecer. “...”
Fernando Neiva 19730190



















































































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