Page 13 - Boletim nº 251 da APE OUT a DEZ de 2018
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D. AFONSO V:
UM REI QUE NãO ESTEVE à ALTURA DO TIO E, MUITO MENOS, à ALTURA DO FILHO
Cultura E ConhECiMEnto
    Rei D. Afonso V
David Pascoal Rosado
19850253
Ordem da Jarreteira (a ordem militar de cavalaria britânica que é considerada a mais antiga de Inglaterra). Havia sido armado cavaleiro pelo seu pai na recém consagrada mes- quita de Ceuta, depois de conquistada a cidade em 1415, assim como haviam sido armados cavaleiros na mesma altura os seus irmãos D. Duarte (futuro rei) e D. Henrique (“O Navegador”).
Todavia, nesse mesmo dia não havia sido armado cava- leiro um outro filho do rei D. João I, de seu nome D. Afonso. Tratava-se de um filho natural do rei que, tendo-se casado com a única filha de D. Nuno Álvares Pereira (D. Beatriz Pe- reira de Alvim), herdava, por isso, toda a imensa fortuna do condestável. Este filho ilegítimo do rei D. João I (ele próprio também era um filho ilegítimo), nunca esqueceria o facto de não ter sido também armado cavaleiro em Ceuta, tal como haviam sido os seus meios-irmãos legítimos. Tam- bém não se esqueceria do facto de não ter sido feito duque pelo seu pai, quando este fez os dois primeiros ducados em Portugal, designadamente, o ducado de Coimbra para o in- fante D. Pedro e o ducado de Viseu para o infante D. Henri- que. Tendo más relações com o seu pai, a verdade é que também nunca as teve melho-
res com o seu meio-irmão D. Pe-
dro, mesmo que tenha sido
esse, aquando do desempenho
das funções de regente, a fazer
do seu meio-irmão D. Afonso, o
1.o Duque de Bragança.
Este jeito de preâmbulo é
essencial para que compreen-
damos a mediocridade com
que este meio-irmão tratou D.
Pedro, antes e depois do perío-
do de regência. A sua tarefa, há
que reconhecê-lo, esteve sem-
pre muito facilitada em matéria
de influência junto de D. Leonor
de Aragão (rainha de Portugal).
E isso sucede porque o infante
D. Pedro tinha casado (por
amor, o que à época merece um
especial louvor) com D. Isabel,
filha de D. Jaime II, conde de Ur-
gel, que era apenas o inimigo
preferencial do pai de D. Leonor
de Aragão (D. Fernando I de
Aragão, que chegou a prender duque de Bragança
“É fartar, vilanagem!”
D. Álvaro Vaz de Almada, 1.o Conde de Avranches
Filho do rei D. Duarte e da rainha D. Leonor de Aragão, D. Afonso V tinha apenas seis anos de idade quando subiu ao trono de Portugal, em 1438. O processo de regência do reino não foi isento de grandes vicissitudes ini- ciais, naquilo que foi um desequilíbrio de responsabilida- des entre a rainha sua mãe e o seu tio, o infante D. Pedro (duque de Coimbra). O falecido rei D. Duarte tinha culpas graves neste processo, pois que tinha determinado no seu testamento que a tutela, a curadoria dos filhos e ainda a re- gência de Portugal ficasse a cargo da sua viúva. Pese embo- ra as perturbações que aconteceram, finalmente, no ano de 1440, o infante D. Pedro assumiria as funções de regente de Portugal na menoridade de D. Afonso V.
Importa recordar que o infante D. Pedro era um dos príncipes da Dinastia de Avis, filho do rei D. João I e da rai- nha D. Filipa de Lencastre. Fruto de uma educação muito criteriosa, D. Pedro era um homem culto e tinha viajado bastante pelo estrangeiro, o que lhe faria ganhar o cogno- me de “Infante das Sete Partidas” e ser mesmo cavaleiro da
D Afonso,
Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • Outubro-Dezembro | 11




























































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