Page 35 - Boletim APE_227
P. 35
ENTREVIsTA
onde passei, devido à minha grande mobilidade por im- Por mais serviria se a minha vida particular me permi-
perativos profissionais; Convívios a que chamávamos tisse tranquilidade e disponibilidade, tão necessárias para
“núcleos” e em que a presença dele fora quase sempre o desempenho que tão nobre missão me exigia!
imperativo como forma de interligar o passado, de grande Já ambos se encontram para além de nós, mas será
vitalidade, com penhorados sentimentos de paixão e calor obrigatório que, aqueles que com eles privaram, perpetuem
associativo, que ele representava, com os então, ainda em devoção, reconhecimento e memória a sua imagem de
jovens, que rondávamos pelos trinta anos! A disponibili- amor e dedicação pioneira e constante com o “Grémio da
dade do Barroso Júnior era total quase sempre, para APE”!
participar desses convívios aproveitando em dinamizar os Também nós, os mais velhos, deveremos transmitir aos
presentes para participarem com a APE, quer fazendo-se ex-alunos presentes e futuros o valor inestimável destes
sócios quer em presenças efetivas em todas as reuniões e dois ex-alunos garantindo a perenidade da sua existência,
ainda nas efemérides anuais! Exaltava sempre de forma que bem a merecem!
incondicional a sua paixão pela escola que o educou e Não fora o seu exemplo e eu não teria abraçado a alta
formou para a vida, pela APE e pela Pátria numa simbio- missão dos destinos da nossa Associação.
se de simpatia e sentimentos de transcendente amor e
sinceridade que a todos nós cativava! que recordações guardas dos teMpos de
Os então núcleos de Tancos, Entroncamento/Tores presidente e o que de váLido resuLtou
Novas, Águeda/Aveiro e Zona Centro – Coimbra, perdu- dessa experiência?
raram pelo menos até 1985 enquanto outros mais peque- As recordações são inúmeras tantas foram e tão diver-
nos, como Sines e Carnaxide, tiveram existência efémera! sas as ações e missões desenvolvidas por todos os elemen-
Alguns destes núcleos ganharam vida com vigor de parti- tos da direção numa interligação constante de disponibi-
cipação e empenho no associativismo, projetando a APE lidade ímpar, com grande empenho e participação efetiva
para além das suas paredes! e afetiva, nunca regateando esforços! Se acaso algum im-
A presença, mesmo que por vezes fugaz, do Barroso pedimento alguém tivesse, que impossibilitasse essa missão,
Júnior era quase um imperativo! logo outro se dispunha a substituí-lo! O esforço era com-
Esse seu reconhecimento, no meu entusiasmo pelo pensado por um sentimento de defesa de uma causa que
espírito associativo congregando tudo e todos foi, com a todos nós enobrecia! Dar vida em dignidade às duas
certeza, a mola que levou o Barroso Júnior a indicar-me Instituições, como penhor da nossa gratidão era o objeti-
como um possível ex-aluno capaz de aceitar o desafio de vo do dia a dia de todos os elementos da direção, em
presidir aos destinos da nossa APE, por alguns anos! conjugação com a “Direção do Instituto”, que não regate-
Tive, no entanto, que refletir profundamente, pelo que ava apoios de natureza pedagógica primeiramente, em
não aceitei de imediato, nesse primeiro encontro, o con- defesa dos interesses dos alunos.
vite formulado, adiando a resposta para quarenta e oito A estrutura da APE sempre foi de difícil constituição
horas depois, recorrendo ao expediente de o convidar na formação de listas mas de fácil gestão pois que, a
para jantarmos e aí confirmarmos então, de forma constituição do corpo diretivo define e responsabiliza
mais objetiva, os vínculos da nossa união e propósitos cada um dos eleitos, pelas áreas administrativas a que
de regermos os destinos da APE com disponibilidade e têm de responder sendo que, o gerir se torna um ato de
empenho! respeito recíproco pois que, voluntários todos éramos e
Foi pois com orgulho e satisfação que aceitei o cargo somos!
que me fora concedido, considerando-o uma distinção com O boletim foi sempre de difícil administração tanto
o compromisso de sempre honrar, enobrecer e elevar o no que respeitava à colaboração nos artigos a publicar,
espírito associativo, a APE e o Instituto recorrendo a uma como na elaboração atempada da impressão por forma a
interligação profícua na defesa dessa casa tão nobre e tão permitir a publicação e expedição dentro dos períodos
ridente! estabelecidos porque, se não cumpríssemos, haveria pre-
Foi pois bastante gratificante o reconhecimento, pelos juízos monetários sempre que tal se verificasse! De permeio
altos dignatários da APE, em mim de capacidades para uma ou outra convulsão houve entre o então diretor e a
liderar e dirigir os destinos da Associação dando-me assim redação mas foram ultrapassadas sempre com nobreza das
a oportunidade de mostrar o meu amor à casa que me partes!
ajudou a preparar para a vida profissional e a desbravar Era um pesadelo! Era um mendigar constante aos
sentimentos de gratidão de envolvência humana com associados para que colaborassem, que escrevessem, que
sentimentos de fraternidade e solidariedade! ajudassem! Luta constante de sobressaltos atrás de sobres-
Foi verdadeiramente honroso o convite formulado pelo saltos! Claro que havia excepções e apraz-me registar com
Marques da Silva tal qual honroso fora servir a Associação orgulho e satisfação a colaboração do sempre jovem David
durante quase nove anos! Sequerra que, como um relógio suíço, entregava os seus
33
Boletim da Associação dos Pupilos do Exército | 33
33
|
|
Boletim da Associação dos P
Boletim da Associação dos P
upilos do Exército
upilos do Exército