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ENTREVIsTA








                                               Entrevista ao antigo Presidente

                                               da APE


                                               Artur Barroca da Cunha


                                               (19470188)



             O Artur Barroca da Cunha foi Presidente da APE de 1976 a 1985, deixando marca
             pessoal da sua muito devotada acção.
             É “Barretina  de  Honra”  com  carreira  notável,  de  personalidade  forte  e  de  valor
             “pilónico” excepcional.
             Este  valiosíssimo  depoimento,  com  elevados  graus  de  emotividade  irá,  decerto,
             contagiar quantos o lerem.



             coMo surgiu a Honrosa condição de seres            homem simples de grandes sonhos, com longa experiência
             presidente da ape?                                 na vida associativa, de prudência sem limites e também
                Foi um acaso e necessidade!...Acaso que abracei com   sem pretensão de honrarias, foi para mim um estímulo e
             grande empenho e espírito de missão! Missão que, como   exemplo, como veremos!
             incluis na pergunta, me foi muito honrosa e gratificante!  Mas e porquê o Marques da Silva, perguntar-me-ás!
                É facto que fui eleito, mas em lista única! Preferia ter   Foram  vários  os  acasos  que  se  conjugaram  para  se
             sido eleito em confronto com outra ou outras listas sendo   lembrarem de mim!
             este facto demonstrativo de pujança e vitalidade da mas-  O primeiro porque ele era o vice-presidente da Asso-
             sa associativa!                                    ciação e tinha de arranjar alguém para as listas em subs-
                Digo e repito acaso porque não havia à data alguém   tituição do então Presidente, o Coronel Américo Barata
             que se disponibilizasse para abraçar tal responsabilidade.   (41384) que tinha sido designado para a frequência dos
             Estávamos na altura vivendo convulsões embaraçosas com   Altos Estudos Militares em Pedrouços e não poderia acar-
             caracter  e  envolvência  política  surgindo,  aqui  e  além,   retar com o desempenho simultâneo de presidir aos des-
             tentações de manipulação da Associação como plataforma   tinos da APE e à frequência do curso! Daqui a necessida-
             para se imiscuírem nos assuntos internos do Instituto ou   de absoluta de alguém! Urgia pois um substituto! Alguém
             plataforma para outras intenções!                  que estivesse recetivo e disponível!
                Já lá vão trinta e seis anos mas foram pelo menos os   Chegados a mim apercebi-me das dificuldades de re-
             receios e preocupações do Marques da Silva que me de-  crutamento que sempre existiram entre os associados para
             moveram  das  minhas  hesitações,  lançando-me  desafios   cargos  diretivos;  Sempre  foram  poucos  os  disponíveis  a
             como forma de me estimular a aceitar!              sacrificar  parte  dos  seus  tempos  livres  como  garante de
                Havia  que  enfrentar  essas  intenções  e  outras  mais   continuidade do associativismo e concomitantemente da
             desafiantes,  que  adiante  serão  mais  oportunas  falar.  A   vida da Associação.
             opção  era,  para  tudo  e  todas  as  ações  que  surgissem,   O segundo, como já atrás referi e porque era tradição
             utilizar  o  bom  senso  de  forma  prudente  sem  criar     decorrente dos últimos tempos o Presidente ser militar e
             cisões entre as partes e muito menos entre a massa asso-  não encontrarem, entre estes, alguém com disponibilidade
             ciativa!                                           suficiente para a missão que se impunha! A sobrevivência
                Eu não tinha nada a recear pois que presidir aos des-  da nossa APE, como órgão, sempre vivo e dinâmico esta-
             tinos da APE não me traria vantagens ou implicações de   va fragilizada! Alguém que fizesse chegar, mesmo que de
             qualquer ordem para o meu futuro! Apenas tive de equa-  uma forma ténue, os sentimentos de solidariedade e fra-
             cionar da minha disponibilidade para poder cumprir com   ternidade que o Instituto cimentou e os ex-alunos perfi-
             as obrigações que tal missão exigia aquando do convite   lham, era imprescindível!
             que me fez, numa qualquer tarde de março de 1976, o   O  terceiro  porque  usufrui  de  o  Barroso  Júnior  me
             Marques da Silva, a pedido ou a rogo do Barroso Júnior,   conhecer,  desde  longa  data,  pelo  meu  empenho  em  fo-
             um dos fundadores do “Grémio da APE”! O Barroso Júnior,   mentar convívios vários, em várias localidades do país, por


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