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AssOcIAÇÃO DOs PuPILOs DO EXÉRcITO
Em Memória
Homenagem a Vítor Manuel Paulo Porto
“O Manaca”
(19640090)
Vítor, estarás connosco para SEMPRE. pão durante as refeições.
Manaca, Manaquinha, Rosca ou Rosquinha. Quem esquece as revistas
Era assim que este transmontano e sportinguista dos que recebíamos das nossas
quatro costados passou a ser tratado no Pilão quando correspondentes dos países
começou a dar nas vistas pela sua veia futebolística ca- nórdicos.
nhota e “roscóide”. Uma adolescência cheia
A alcunha mais comum de Manaca advém do seu de aventuras e desventuras
ídolo e que ele tentava imitar, o jogador moçambicano que nos marcou para toda
do mesmo nome, que chegou a Portugal referenciado a vida.
como um avançado possante e de boa técnica e se estreou Não posso deixar de
trazer à memória e homenagear o Stick, o Caxide,
no Sporting em Novembro de 1967. trazer à memória e homenagear o Stick, o Caxide, o o
Eu e o Vítor começámos a conviver no início das Cogumelo, o Limpinho (ou Arranca a Folha), o Hoss, o
férias de Natal do ano de 1964, na viagem do comboio Pardal, o Antas, o Grilo, o Taco, o Chessman, o Filol (a
da meia-noite de Santa Apolónia para Campanhã. Mudá- minha Aldinha), o Marecos, o Arrobas da Silva, o Robalo
vamos para o comboio da linha do Douro, eu saía na Gouveia, o FF, o Saágua. E ainda, o Pires Veloso, o Barão
Livração e seguia para Arco de Baúlhe, final da linha do Pinto, o Azevedo, o Barreto e muitos outros professores/
Tâmega e ele ia até Barca D’Alva, para quase no final da educadores que de uma maneira ou outra contribuíram
linha do Sabor sair em Fonte de Aldeia. para a construção da nossa personalidade.
E fizemos juntos estes trajectos para a chanta, de ida Lembras-te Vitor, das sociedades de negócios de nogats,
e volta, nas férias em que íamos a casa (porque muitas sticks, concretos, bolacha tarata e tabaco? Lembras-te das
delas foram passadas no Pilão). bilharadas na Manutenção Militar e Oficinas Gerais de
Ao longo de oito anos na companhia de muitos outros Fardamento regadas com Genebra? E as cábulas a cores
realizámos estas autênticas aventuras de comboio que e em harmónio, a tabela de Mendeleev no cinto, as galinhas
serviram de mote a outras tantas histórias que só nós do Ramalheira, o Camilo Alves tinto no dia de anos do
sabíamos contar e ao mesmo tempo criaram laços de Zarolho e a Xaranga com dicionários. E os concertos
fraternidade e solidariedade entre os putos e os mais nocturnos na Sala 4 da 2ª Companhia.
velhos. Não imaginas a satisfação que nos estás a dar com
Oito anos de Pilão, mais alguns no ISCTE e todos os a lembrança destes momentos gloriosos da nossa juven-
outros até hoje (28 de Junho de 2012), são muitos anos tude.
de convívio pessoal e profissional. E os versos que te fiz no livro de finalistas de 1973.
É tão estreita a nossa relação que não tive dúvidas em Também me lembro das camaratas corridas ao estalo
convidar-te a ti e à Teresa para meus padrinhos de casa- só porque desapareceu um sabonete.
mento em Fevereiro de 1980. E das botas do Manjua a passar pelas canelas. E das
Vítor, a tua dimensão humana não se mede nem lambadas só porque não tínhamos manas.
se pesa, revela-se pela postura íntegra, amizade sincera, Tudo isto selou a nossa profunda amizade.
relação solidária, respeito e um enorme espírito de famí- Vítor (Manaca, como queiras) nunca te esquecerá.
lia. Serás sempre recordado com satisfação e saudade.
Realismo, frontalidade, crítica séria, apurado sentido Para ti uma «JACAREZADA»
de humor e satisfação pela felicidade alheia sempre usas-
te e defendeste. É Jacaré?… Não é!…
Felizes aqueles que contigo tiveram o prazer de pri- É Perdigão?… Também não!…
var. Então o que é?… IPE, IPE, IPE!!!
Eu fui um felizardo. Como muitos outros. Um grande e eterno abraço do Tamica
Não esqueço a corrida aos jornais para fazer as palavras
cruzadas. Não posso esquecer os concursos de croquetes, Nuno Peixoto Valente
as estafetas do Sr. Pires e a pontaria com as bolinhas de 19630342
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