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Viagens PASSATEMPOS
& Lazer
Quando o sol Brilhar
Os últimos meses têm sido marcados por
muita chuva, frio e tempo essencialmente cin-
zento. E os dias cinzentos cansam, deixam-nos
tristonhos, convidam mais a ficar por casa e
menos a aproveitar os benefícios do ar livre e
da natureza.
Mas felizmente que o ciclo da natureza se renova e, em breve, estaremos a ser brin-
dados pelo maravilhoso sol, fonte de energia e também de alegria. Talvez esteja então
a chegar a altura de pensarmos em calçar umas botas de caminhada, colocarmos uma
Margarida Pereira mochila às costas e, com a ajuda de um pedómetro (ou não), marcarmos os quilóme-
(1977.1051) tros que as nossas perninhas conseguirem percorrer.
A Serra da Arrábida apresenta-se como uma excelente hipótese para efectuarmos diversas caminha-
das, por ser um “mundo” a desbravar. Quem conhece um pouco esta Serra, sabe que nela podemos encon-
trar diversos pontos de interesse. O ponto mais alto da Serra é o Formosinho, com cerca de 500m de alti-
tude. A subida a este ponto pode fazer-se de duas formas: pelo lado Norte da Serra (pedreiras) ou pela
vertente sul (Convento e Portinho da Arrábida) É interessante conhecer o Convento mas principalmente é
fascinante caminhar nas matas que envolvem esta serra.
Há quem experimente a aventura nesta Serra, percorrendo di-
versos caminhos preparados para bicicletas. Há trilhos para BTT,
mas é sempre conveniente percorrê-los em grupo, e nunca a sós.
Talvez desconheçam, mas esta Serra tem uma Fenda, visível do
ar, ou se procurarmos no Google Earth. Mas o mais interessante é
que é possível descer esta fenda, fazer escalada nas suas rochas
calcárias (quem para isso estiver habilitado), voltar a subir e termi-
nar olhando de cima as águas do Portinho da Arrábida, que nos
convidam a descer rapidamente, nem que seja para apenas mo-
lharmos os pés nas suas águas.
Olhando o mar, podemos ver a famosa “Pedra da Anixa”, pe-
queno ilhéu rochoso situado na baía do Portinho da Arrábida e as-
sente sobre fundos arenosos. É um local com elevada diversidade
de micro-habitats marinhos.
Para completar esta região tão rica, existe também a possibili-
dade de ver as jazidas arqueológicas. No Cabo Espichel, a jazida dos Lagosteiros guarda um longo trilho de
um dinossáurio bípede e impressões doutros animais, enquanto que na Jazida da Pedra da Mua (Jurássico
Superior-150 MA), surgem conjuntos de trilhos de dinossáurios saurópodes. Vale a pena ir ver, com os
próprios olhos, e talvez com um bastão que nos ajude a não escorregarmos.
Por último, convém referir que os doces da Arrábida são bastante conhecidos a nível regional e não só.
Algumas referências importantes são as deliciosas Tortas de Azeitão, os Esses de Azeitão e os queijinhos
de amêndoa, não esquecendo o conhecido mel da Arrábida. Se só conhece as mais tradicionais tortas, ex-
perimente entrar no Café S. Lourenço e pedir uma das suas tortas “diferentes” e na minha opinião, melho-
res. Acompanhe com um café ou com o precioso néctar da Arrábida, o famoso Moscatel.
Depois, regresse a casa. Vai porventura sentir a satisfação de um cansaço saudável. Faça isto, quando o
sol brilhar!
50 | Associação dos Pupilos do Exército