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CRÓNICAS
BOLETIM APE | OUT/DEZ 2023
4 horas mal dormidas arrumámos as tendas equipámos as
bicicletas e começámos a aventura.
Nos primeiros 3 dias percorremos o Golden Circle, uma
rota circular, com início e fim em Reykjavik.
No primeiro dia saímos de Reykjavik em direção ao Parque
Nacional Thingvellir, classificado como Património Unesco na
Islândia. Um parque cercado por montanhas e cordilheiras
vulcânicas, onde se encontram as placas tectónicas da
América do Norte e Eurásia. Pedalámos e percorremos a pé
com a bicicleta na mão a famosa fissura de Almannagjá, que
literalmente divide a América da Europa, enormes paredes
rochosas que se separam em média 1 centímetro por ano.
Pelo caminho fizemos alguns desvios para visitar algumas
cascatas só acessíveis a pé ou de bicicleta. Passámos também
pela área geotermal de Geysir, onde é possível ver imensas
nascentes de água geotermal, fumarolas e geiseres. Nesta
área geotermal destaca-se o Geysir, que com intervalos de
tempo de apenas alguns minutos lança uma coluna de água
a ferver que chega a 40 metros de altura. Depois de uma
noite mal dormida e 80 quilómetros de bicicleta e mais uns
tantos a pé, montámos as tendas e pernoitámos no interior
do Parque Nacional Thingvellir.
Entre o segundo e o terceiro dia da viagem, fizemos
médias aproximadas de 80 quilómetros por dia. Pelo caminho
fomos percorrendo os ex-libris do Golden Circle. Um dos
momentos altos foi sem dúvida a cascata de Gullfoss, onde
chegámos no final do segundo dia de viagem. É uma das
mais impressionantes cascatas da Islândia, tem 70 metros de
largura e 32 metros de altura, o volume de água e o ruido
produzidos pela queda de água são colossais. Decidimos
passar algum tempo nesta cascata, a energia do local é
indescritível. Observámos Gullfoss de vários anglos e de
várias alturas, deixámos as bicicletas e descemos até onde
nos foi permitido ir, o mais próximo que se pode estar desta
maravilha da natureza.
Como a Islândia têm várias lagoas e piscinas ao ar livre com
água quente geotermal, durante o planeamento da viagem
ficou logo previsto alguns desvios para uns mergulhos. No
meu imaginário sempre esteve a possibilidade de estar dentro
de uma lagoa de água aquecida e a nevar em simultâneo,
mas não nevou enquanto estivemos na Islândia…. Como
se compreende, viajar de bicicleta está também associado
a algum desconforto, noites mal dormidas, subidas
intermináveis, cansaço, dores musculares, frio, calor, chuva,
vento, faz tudo parte da aventura. Pelo que, os momentos
que passámos nas lagoas/piscinas geotermais formam
divinais…. Destaco duas, a Secret Lagoon, construída em
1891, que é a piscina mais antiga da Islândia e a Laugarvatn
Fontana. Na Laugarvatn encontrámos alguns portugueses
que lá trabalham e que ficaram estupefactos por ver dois