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BOLETIM APE | OUT/DEZ 2023
CRÓNICAS 5
como nós, apreciavam o reflexo das luzes no espelho de
água da baía, ou em amena cavaqueira, sentados no murete
de protecção que bordeja o oceano Índico (Marine Drive).
27Fev2023 – Bombaim – (Segunda-feira)
Depois de pequeno almoço continental no hotel,
era altura de mergulhar no centro da grande cidade de
Bombaim (hoje Mumbai), capital financeira da Índia, que
com os seus 12 milhões de habitantes (e mais de 20 milhões
na sua área urbana), alberga todos os contrastes e onde, no
meio de altos e modernos prédios e edifícios coloniais da
era britânica, paredes meias com a miséria.
No meio desta amálgama nunca nos sentimos inseguros,
apesar de não se vislumbrar polícia na rua.
Por 2.000 rupias contratámos 3 horas de um pequeno
táxi (tipo Nissan Micra) para visitar os dois locais onde é
lavada (à mão) a roupa da grande maioria dos hotéis de
Bombaim: “litle laundry”, onde entrámos com ajuda de
um guia adolescente que nos mostrou todos os recantes
e nos deliciou com pequenas histórias e a “big laundry”
(Dhobi Ghat), de dimensão a perder de vista, com os seus
enormes tanques e estendais com mais de 140 anos, que
reclama ser a maior lavandaria do mundo a céu aberto (com
estimativa de mais de meio milhão de peças de roupa por
dia), que fotografei a partir de um miradouro, ao lado da
Mahalaxmi railway station, por cima de um dos viadutos da
cidade. Nesse miradouro fomos invadidos por uma horda
de vendedores ambulantes de artesanato e bugigangas,
onde a prata e a pedra são dominantes.
Visitámos também o Kamala Nehru Park, jardim em
plano elevado, sobranceiro à baía, que permite uma vista
que só a neblina plúmbea limita, onde não pudemos deixar
de comprar os leques de exuberantes penas de pavão que
os vendedores ambulantes exibiam.
Na parte da tarde, sendo Segunda-feira, tal como
acontece com a maioria dos museus em Portugal, estava
encerrada a gruta da Ilha Elefante (Elephanta Island),
assim baptizada pelos portugueses no Século XVII, devido
a uma enorme escultura em pedra que ali encontraram,
representando o deus Shiva na forma de elefante, que
continua a ser uma das divindades mais veneradas na Índia.
Isso não nos impediu de apanhar um barco, tipo
cacilheiro antigo (260 rupias ida e volta), no cais por trás
do Gateway of India, que nos proporcionou uma viagem de
cerca de uma hora atá à ilha.
Não entrámos na gruta do elefante, mas vimos as
dezenas de macacos que nos interpelavam para obtenção
de comida, a par das toscas liteiras azúis em madeira ainda
hoje ali usadas para transportar os turistas aos ombros.
Sendo Segunda-feira estavam parqueadas em repouso, tal
como acontecia com o minicomboio que faz a ligação do
cais à gruta.
No regresso da Ilha do Elefante desfrutamos da
magnífica vista conjunta do Hotel Taj Mahal e do Gatway of
India, autêntico postal ilustrado do local mais visitado em
Bombaim.
Na manhã do dia seguinte partimos para Goa no voo
AI0663 da Air India com a duração de uma hora e 15 minutos
(cerca de 55€).
Caso estejam interessados, terão que esperar pelo
próximo Boletim para aceder à crónica da estadia de uma
semana em Goa.




































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