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CRÓNICAS
BOLETIM APE | OUT/DEZ 2023
Executámos o plano que tínhamos definido, com exceção
do Fimmvorduhals trail. Chegámos a este trilho no fim de um
dia muito cansativo, talvez umas 10 horas a pedalar contra
um vento forte. Assim que chegámos ao local, comemos
uma sandes, montámos as tendas e perto das 22h00 ainda
esboçamos uma tentativa de entrar a pé no trilho, fizemos
alguns quilómetros, mas decidimos regressar. Deu para
perceber que este trilho é um paraíso na terra, quanto mais
nos embrenhamos para o interior da ilha mais espetacular
se torna a paisagem. Talvez um dia regresse à Islândia para
completar este trilho e ver uma aurora boreal.
Nesta parte da ilha relevo a cascata de Gljúfrabúi, uma
cascata onde temos de entrar num pequeno desfiladeiro
para a poder apreciar. No fim do desfiladeiro chegamos a
uma espécie de gruta com uma cascata incrível de 60 metros
de altura. Seljalandsfoss é outra cascatada imperdível,
conseguimos contornar a queda de água pelo interior da
cascata, é um dos símbolos da Islândia. Enquanto planeava
a viagem vi inúmeras imagens desta cascata, e confesso que
me visualizei no interior da mesma num determinado anglo
específico, quando lá estive parei precisamente no lugar que
tinha imaginado para tirar uma foto…
Mas a parte sul da ilha não são só cascatas divinais e
trilhos, há glaciares, lagoas azuis, praias de área negra… Não
conseguimos ver tudo, mas visitamos a maioria dos locais
que elegemos.
Como é usual dizer-se, quando terminamos algo é quando
estamos realmente preparados para começar. Assim sendo,
aqui deixo algumas dicas que resultam da minha experiência
na Islândia:
– A Islândia fica a pouco mais de 200 quilómetros do
círculo polar ártico, o clima é instável, quem planear visitar
esta região tem de prever a possibilidade de chuva, vento
forte e neve a qualquer altura do ano;
– Não é necessário visto, para nós;
– Não há necessidade de levar dinheiro em papel, a
maioria dos nossos cartões são aceites em todos os locais, e
muitos serviços são pagos através de aplicações;
– O frio é uma constante todo ano, pelo que, luvas, gorro,
casaco são recomendáveis mesmo no verão;
– A ilha fica afastada de tudo, a maioria dos bens são
importados, logo o nível de vida é caro. Uma pizza individual
custa 25€, uma imperial 8€;
– Há muito para ver, justifica-se um planeamento
cuidadoso. Muitas vezes há coisas interessantes perto umas
das outras, e por desconhecimento acabam por não ser
vistas. Invistam tempo no planeamento.
Um abraço pilónico e até uma próxima viagem de
bicicleta algures por aí…