Page 8 - Boletim 267 da APE
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CRÓNICAS | VIAGENS
BOLETIM APE | OUT/DEZ 2022
Os dias seguintes foram passados no admirável Estado do Vaticano, o Bairro “Trastevere” e a visitar o que faltasse na cidade, respetivamente. O luxo e a ornamentação do primeiro, que deliciam qualquer pessoa, e, – oh meu... as filas! Garantidamente que não esquecemos as 2 horas à torreira do sol num dia quente de agosto para visitar a Basílica de São Pedro. Fica também na memória a tranquilidade, cuidado, atenção ao detalhe e toda a história italiana com que esbarrámos no último dia na cidade de Roma.
Dias (3) 4 e 5
Acabámos por apanhar um autocarro para Florença nessa noite e abraçámos a incerteza de conseguirmos passar a noite no hotel que tínhamos reservado devido à hora tardia que se faria sentir no momento de chegada. Felizmente tudo se alinhou no fim.
As 3 manhãs seguintes começaram com pequenos- almoços encantadores. Se há coisa que eu adoro e funcionam como “energizante”, são bons pequenos-almoços.
Florença é uma cidade bonita e animada, repleta de comida, música e vinhos excelentes. Visitámos praças, mercados, catedrais museus e palácios com as obras de arte que passei anos a estudar como a Piazza del Duomo, Galleria degli Uffizi, Galleria dell’Accademia.... Acabámos a visita a ter de reservar uma estadia de última hora num dormitório num edifício meio duvidoso por afinal não existirem comboios com destino à Eslovénia para esse dia.
Dias 6, 7, 8
Foram 3 os comboios que tivemos de apanhar no dia seguinte para irmos de Florença a Lesce e Ljubjana, na Eslovénia. A viagem é absolutamente incrível, cheio de paisagens arrebatadoras como aquelas utilizadas para fazer propaganda ao Interrail.
Chegados à Eslovénia, fomos absorvidos pela natureza pura e dura do país. O Lesce Bled é extasiante, os rios convidativos a praticar “desportos radicais” e as estradas e caminhos envolvidos pelas cordilheiras (que aconselho a percorrer a pé ou de bicicleta, desde que não sejam enganados, como eu, acerca da topografia do trilho) fazem- nos encarar a irrefutável verdade de que somos efetivamente tão pequeninos...
Dias 9, 10 e 11
Partimos de Ljubljana de manhã num comboio rumo a Budapeste numa viagem que durou 7 horas. O entusiasmo era grande, mas foi-se dissipando à medida que o tempo passava (ora pelo dinheiro que começava a apertar, ora pelas 2 multas que apanhámos, ora pelas 2 idas às urgências
para o meu namorado ser cosido ao dedo).
Budapeste é uma cidade inquieta e desafogada. Ruas
amplas, com edifícios desmedidamente adornados tanto a nível de fachada como de interior que facilmente arrebatam qualquer um. Há sempre alguma coisa para se fazer: algum museu a visitar, evento a ir, restaurante a experimentar, festa a acontecer, mercado a conhecer... Uma cidade relativamente em conta, com uma rede de transportes que funciona extremamente bem, mas com um povo que nos recebeu com alguma hostilidade – talvez pelo passado e o presente do seu país ou apenas pela dificuldade em comunicar em inglês, a verdade é que não ficámos agradavelmente surpreendidos.
Dias (11) 12 (e 13)
Tínhamos agendado um autocarro para Viena no final do último dia. Como já referi, para uma viagem de Interrail sobretudo quando o orçamento é baixo, são várias as decisões e alternativas que colocamos em cima da mesa. E sejamos honestos, Áustria não é propriamente a decisão mais acertada para quem quer poupar. Conscientes disso, decidimos ficar em regime de “couchsurfing” em Viena, onde conhecemos o Martín, um austríaco de 40’s e poucos anos que aceitou receber-nos em sua casa e dar-nos o seu sofá por 2 noites. Percorremos a cidade quase sempre a pé e procurámos visitar tudo o que fosse gratuito. No entanto, como bons estudantes de biologia não pudemos evitar uma visita ao Museu de História Natural de Viena e de assistir a um concerto de música clássica na lendária sala vienense Musikverein.
Dias 13 e 14
Madrugámos uma vez mais: desta vez uma viagem curta. E como uma viagem não é viagem sem surgir qualquer tipo de imprevisto, eis que falhamos a paragem e somos obrigados a andar mais de 20 minutos a pé para trás carregados com mais de
10kgs às costas.
Desta vez o destino foi Bratislava, na
Eslováquia. Cidade pequenina e ainda assim tão agradável, com um ar pitoresco, cheia de recantos preciosos. À semelhança de Budapeste, é alegre e convidativa com bons restaurantes (e comida típica divinal!) mercados, museus, noites de música... Mas na generalidade com um povo pouco acolhedor talvez, novamente, pela dificuldade no inglês ou pela história conturbada
deste e contínua luta pela sua identidade.
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