Page 18 - Boletim numero 257 da APE
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CARAS DO PILÃO
O 17 era uma referência em todas as modalidades de ginástica que se praticavam no Pilão. O difícil era mesmo decidir qual aquela em que mais se distin- guia... Mas devo dizer que as argolas, a cama elástica e o mini trampolim seriam talvez as áreas em que o homem calmo se transformava rapidamente!!... Era um ano mais antigo do que eu e apenas o conhecia por ser calmo, muito correcto com toda a gente e de fácil trato!
José Grilo (19710117)
Tendo entrado em 1977 para o curso superior, de pronto encontrei no 17, Jorge Pires, um amigo e um ser humano excecional. Íamos muitas vezes juntos apanhar o barco para o outro lado, eu, ele e a Rosário (hoje mulher dele) e os exemplos de humildade, ami- zade e companheirismo são inúmeros. Deixa o exem- plo de Excelente ginasta – o melhor!, orgulho de to- dos, mas, mais que isso, excelente ser humano. António Castel-Branco Ribeiro, (19771040)
Nessa viagem conhece a Rosário Pires (19771001), que viria a tornar-se sua esposa e a companheira de uma vida. Depois de sair do IPE, casou e foi morar para o Barreiro, o primeiro emprego que teve foi nos Serviços Municipalizados da Câmara Municipal do Barreiro, esteve apenas alguns me- ses, tendo depois saído para ingressar nos quadros da CP, onde se mantém até aos dias de hoje. A ginástica continuou a fazer parte da sua vida, tendo entrado nessa altura para a quimigal, fez ginástica de competição até aos 33 anos.
Com o avançar da idade teve de abrandar e parar a gi- nástica, até porque se perdem alguns atributos como elasti- cidade e velocidade espontânea, mas ganham-se outros como como por exemplo resistência. Depois da ginástica começou a correr, tendo entrado em várias maratonas e semi-maratonas, e ainda hoje todos os dias faz pelo menos 1 hora de desporto diário.
Confessa-nos que se não fosse os Pupilos, ele um rapaz da província, de famílias humildes, nunca poderia vir a ter a vida que tem hoje, teria outra vida, mas não a que tem hoje, hoje considera-se rico de muitas maneiras.
Sabe que os seus “pares” ainda se lembram dele. Lembra- -se de uma das vezes que voltou ao IPE, alguns alunos mais
novos irem ter com ele e perguntaram-lhe “Tu é que és o 17??”, quando ele disse que sim veio a pergunta “ E Tu fazias o pino, ali na Cruz da Igreja???”, ri-se a contar-nos esta histó- ria, e diz-nos que respondeu aos pequenos que fazia o pino em quase todo o lado, mas que na Cruz da Igreja nunca o fez.
Talvez, tenha quebrado a tal lenda do “pino na cruz da igreja”, mas continuará com toda a certeza a ser um dos maiores ginastas dos anos 70, que passou pelo IPE.
Nota do Editor:
Entre 1977 e 1981 o Jorge Pires, sagrou-se várias vezes Campeão e Vice-Campeão Nacional, Distrital e Regional nas modalidades Geral, Barra Fixa, Cavalo com Arção, Tumbling, Paralelas, Salto a Cavalo, Minitrampolim e Argolas. Durante sete anos consecutivos de 1977 a 1981 recebeu a medalha de ouro no IPE por Aptidão Física.
Durante este período, pelo que conseguimos apurar (jul- gamos, no entanto, que foram mais) o Jorge recebeu 31 me- dalhas (Ouro, Prata e Bronze) da Federação Portuguesa de Ginástica nos torneios em que participou.
A entrevista deste boletim, foi efetuada ainda numa altu- ra de confinamento obrigatório e através do Zoom, por isso em vez de uma foto atual do Jorge (que não pudemos tirar), decidimos utilizar fotos disponibilizadas pelo Jorge e Esposa (Rosário Pires), na altura em que ainda era aluno no Pilão.
Entrei em 80 e ouvi a história do pino na cruz da igreja...
Mas vi muitas vezes o Cristo e catano, aquilo na altura era tarefa de super-herói.
Fernando Trindade (19800169)
Lembro-me perfeitamente do 17 era o nosso orgulho Pilónico na classe especial de ginástica do nosso Ro- balo Gouveia... aquele corpo em V que fazia morrer de inveja os Russos Olímpicos!!! Ele era cavalo com ar- ções, ele era argolas... Tive o privilégio de o ver em muitos 25 Maio e sempre ficava vidrado e invejoso no trabalho nas argolas!... sim porque eu era uma nódoa nessas andanças... Uma sempre excelente performan- ce como ginasta.
Ele ficou-me na memória!
Jorge Rondão (1975036)
16 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • abril a junho