Page 39 - Boletim numero 256 da APE
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4. “O essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração”
No passado mês de Junho tive a oportunidade de visi- tar o Pilão, ao fim de muitos anos, no “Dia do Antigo Alu- no”. Essa viagem ao interior o Instituto, recheada de boas memórias, de convívio entre várias gerações, fez-me ver e sentir aquilo que durante muitos anos me escapou e não tive a capacidade compreender que me faltava: o amor de voltar a Casa.
“Voltar a casa
Parti .
Saí, deixei-te naquele momento sem saber se algum dia te voltaria a ver.
Conheci-te vestida de rosa, “metamorfosicamente” enamorei-me de ti quando te vi de branco e o meu coração cedeu quando o azul é o que preenche o teu Ser.
Hoje voltei, verdadeiramente, a casa.
Percorrer os corredores que conheci enquanto menino e me viram crescer. Correr nas tuas paradas, quando homem comecei a ser.
Foram dias, meses e anos em que amor eterno ambicionei sempre por ti
terE. hoje, contrariamente ao que a vida me ensina, sei que amor eterno por ti irei sempre ter.
Como é bom voltar a casa.”
A minha passagem pelo IMPE teve a duração de 7 anos. Foram 7 anos em que cresci, vivi, chorei, sorri e aci- ma de tudo lutei. Ficam os amigos, Irmãos, que durante esse período contribuíram para a minha aprendizagem e crescimento; Ficam os Professores, alguns deles que hoje tenho o gosto de poder chamar de amigos, que sempre se dedicaram para que o nosso crescimento e formação fossem adequados para estarmos preparados para o “mundo real” e para as vicissitudes da nossa vida; Ficam também as recordações e os exemplos dos militares, a entrega e dedicação dos civis para que a nossa vida no Instituto fosse possível; Ficam os exemplos dos Pilões que vejo, com muito orgulho, a lutarem e a terem suces- so nos seus projectos e na sua vida.
Fica a gratidão e o privilégio de ser Pilão.
Há uns meses, em conversa sobre a vida e o tempo em que verdadeiramente temos oportunidade de aproveitar enquanto família, a minha Mãe perguntou-me se eu acha- va se tinha tomado a melhor opção relativamente a minha ida para o IMPE. Amanhã irei ler-lhe estas palavras.
Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • janeiro a março | 37