Page 32 - Boletim nº 251 da APE OUT a DEZ de 2018
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 operária e camponesa numa terra sociologicamente muito conservadora e marcada pelo caciquismo político-religioso. Foi também criado o Movimento Democrático da Ma- deira (MDM), pela “oposição” mais tradicional ao regime, não sendo possível aproximar os dois «Movimentos». O cor- te, consumou-se, em larga medida devido à irredutibilida-
de do “coordenador” do MDM.
O MDM, chegou ao “Poder Transitório” da época, mas,
rapidamente, acabou por consumir-se no “fogo-fátuo” do PREC madeirense.
Chegou-se a verificar um mimetismo, entre a redação do CF e os órgãos de cúpula da UPM.
Contudo, tornava-se difícil a aglutinação daquelas duas entidades, com filosofias e actividades distintas, o CF – Co- mércio do Funchal, jornal que teve a sua 1.a edição em 1866 sob a direção do Cón. Abel Martins Ferreira, manten- do-se a sua publicação até ao n.° 13, em 1867. Reaparece em 15 de maio de 1910 e é suspenso a 15 de agosto do mesmo ano e, sempre ligado ao jornalismo.
Posteriormente, no ano de 1966, um grupo de demo- cratas madeirenses, que tinham atividade profissional liga- da à agência de publicidade Foco, uma das duas primeiras agências de publicidade da Madeira, pretendendo fazer ouvir a sua voz através de um jornal autónomo e sem de- pendência editorial de terceiros, decidiu abalançar-se à pu- blicação de um semanário.
Na impossibilidade política e prática, devido à ditadura de Salazar de criar um título novo, optou-se por “refundar” o CF, semanário já existente, arrendando-o ao seu proprietá- rio, João Carlos da Veiga Pestana e, assim, renasceu o CF (o Paginas cor-de-rosa) que, para além da oposição ao regime salazarista, assumia uma decidida vontade de inovar no jor- nalismo madeirense, junto da juventude universitária e dos milicianos que lutavam nas colónias.
O CF assumia-se politicamente, na linha do socialismo libertário, da autogestão, da social-democracia norte euro- peia, prosseguida pelo seu Director e, principal responsável editorial do jornal e que pugnava pelas «intervenções» rela- cionadas com autonomia da Madeira.
O jornal ocupou várias sedes, respetivamente na R. dos Aranhas, na Av. do Mar, na R. do Seminário, na R. dos Netos, sendo a sua última fase na R. do Carmo (cedida gratuita- mente pelo seu maior mecenas, o médico França Jardim).
O CF e o 25 de Abril “quando acontece o 25 de Abril, o Comércio do Funchal constituía o núcleo central da oposi- ção visível à ditadura na Madeira4.
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A FLAMA5 – Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira, sociologicamente, como grupo, “teve uma ampla base de apoio, que inclui socialistas e classe trabalhadora ru- ral “para além dos sociais-democratas e centristas, que desde a primeira hora estiveram ao lado do independentistas.
O Grupo, levou a cabo ações armadas (atentados bom- bistas) nos anos 1975-1978, durante o período revolucioná- rio que se seguiu ao golpe militar do 25 de abril de 1974.
Principais ações: mais de 70 ataques bombistas Ataques célebres: ocupação das instalações da Emissora
Nacional (Funchal); incidentes durante a visita oficial de Ra- malho Eanes à Madeira (Jun77), bem como o hastear cons- tante, das várias bandeiras da FLAMA no arquipélago.
As «Frentes» consistiam mais numa reação política de direita, por parte de algumas das elites regionais, contra a natureza esquerdista e radical do golpe militar e dos seus principais atores, do que propriamente num verdadeiro objetivo separatista, por razões étnicas ou nacionalistas.
Acenando, como objetivo ou aspirações, a independên- cia dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, em relação ao restante território de Portugal.
Contudo, a partir de 1976, e a autonomização dos arqui- pélagos portugueses atlânticos da Madeira e dos Açores, perdeu muita da sua importância e influência, o que fez com que se desvanecesse e desaparecesse.
A Lei estruturante, do País...
A Constituição de 76, concretizaria as bases para o “apa- ziguamento” das turbulências politicas no País, dotando a Assembleia da República, dos poderes necessários para re- definir as estruturas do exercício do poder politico, manten- do a participação do Movimento das Forças Armadas, atra- vés do Conselho da Revolução.
A “reestruturação do país” tinha início. Os “militares” re- gressariam aos Quarteis. As “forças politicas” modelizavam a sua acção e assumiam as suas responsabilidades, perante os portugueses, face às suas ideologias politicas, no edificar e construir o sistema económico e politico para o País.
UMA DÉCADA... DEPOIS
Portugal, esteve sobre a influência da “Guerrilha Urba- na” consubstanciada pelas acções das FP-25 (Forças Popula- res 25 de Abril) durante um longo período, de Março de 1980 a Agosto de 87. Esta acções limitaram-se ao Território Continental, do País.
No qual, perante a realidade política da época, aquelas “forças” contrapunham, um modelo de democracia popular, assente em assembleias e conselhos de base – o chamado basismo ou concelhíssimo – um pouco a semelhança dos modelos de inspiração Líbia ou Cubana, pugnando pelo não alinhamento com dois grandes blocos politico-militares protagonistas da Guerra Fria, assumindo, como uma condi- ção fundamental a implantação do Socialismo em Portugal. Mas... os “vanguardismos” já tinham passado...
(Abordaremos, o assunto).
 (1) (2) (3)
(4) (5)
Ao que consente não se causa dano
Vulnerant omnes, ultima necat
Todas (as horas) ferem, a derradeira mata
Refa 8 - Boletim.250-Paga 29.
Miguel Carvalho no livro agora publicado “Quando Portugal Ardeu”.
Como recorda Rainer Daehnhardt, (In.) (Feitos dos Portugueses na Índia) Consul- tado em 8 fev. 2009.
Foi seu Director Vicente Jorge Silva, profissional a nível da imprensa nacional, desempenhando cargos de chefia no Público e no Expresso.
«Fundadores da FLAMA asseguram que o ressuscitar do movimento separatista só interessa a Jardim». Público. 3 de maio de 2009. Consultado em 26 de fevereiro de 2011.
Volenti non fit injuria
 30 | Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • Outubro-Dezembro 2018




























































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