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cado nesta galeria de nºs 9 que brilharam nas equipas do nos montes. Havia até o cargo honorífico de Monteiro-Mor
IPE. atribuído aos oficiais das Casas Reais que superintendiam
Seguiu-se-lhe, se bem me lembro, o tão popular “Bro- caçadas e montarias afidalgadas, com registo para usufruir
tas”, o Verde II, Manuel Luís, irmão do magnífico Raul, de privilégios.
vindo do Minho para o “Pilão” em 1945. Era o 176 e Hoje em dia é um apelido bastante corrente, pertença
Cursou Industria, cedo evidenciado pelo seu porte atléti- de perto de uma vintena e meia de "pilões" com uma
co, bem aproveitado no futebol. Naturalmente, inseriu-se razoável percentagem dos que conheci directamente e me
na “classe” dos que tinham mais força do que jeito, mas dão o mote para esta mera curiosidade onomástica.
foi um bom elemento da equipa do IPE. Relembro, em especial, o meu "velho" amigo Carlos
Há muito que não sabemos do “Brotas” mas evocamo- Monteiro (1944.0148), companheirão e bom futebolista,
-lo hoje na clareza de lembrança da sua figura em campo a que fiz recente referência nestas páginas. E também o
– “peitudo”, enérgico, de cara redonda e muito corada, saudoso Horta Monteiro (1945.0167) desportista de qua-
senhor de um remate forte e de muita capacidade de luta lidade, de óptimo convívio.
que parecia não ter fim. Uma década mais antigo, aprumado finalista de 1943,
Recordo ainda o tão visível orgulho do seu irmão Raul, o MONTEIRÃO (1934.0057) fez época. Era o mais alto
o 322 de 1942, já encaminhado para a sua condição de dos "pilões" daquele tempo, defesa central, de meter res-
Engenheiro Electrotécnico de muita qualidade, ele também peito, bom aluno de bem ritmada sequência militar, até
futebolista de mediana condição, em 1950 e 1951. ao posto de Coronel (SAM),com repetidos sucessos e
Deixou-nos cedo demais o Raul Verde e é-nos grato louvores.
relembrá-lo, a propósito das intenções “peyroteanas” do Há "pilões" maiores de 80 anos que se lembram bem
seu irmão mais novo. do "Monteirão" que estou agora a evocar.
*** Do meu tempo posso ainda relembrar o Alfredo Mon-
Manuel Andrade Conceição Santos, Mário Rosa Soares, teiro "Isca" (1944-0251) e o "sui-generis" Monteiro dos
Pires Mendes, Arriegas da Cruz, Manuel Luís Verde – de Santos idealista-inventor, também Coronel do S.A.M
1944 a 1953, um bom sexteto de “pilões” que se distingui- (1936.0185).
ram, como avançados-centro. E haja quem dê continuidade Do "Isca", detentor de uma alcunha histórica, também,
a esta minha emotiva evocação de “craques” do futebol. já falámos aqui há tempos, cunhado do devotadíssimo
*** Modesto da Silva (1948.0233), foi "pilão"por poucos anos
e não nos foi dado ensejo de o rever e cumprimentar.
Quanto ao Monteiro dos Santos, um sonhador por
excelência, com registos valiosos no Clube dos Inventores,
lembro que foi finalista em 1944, singrando depois na
Escola do Exército (Administração Militar). De fértil
imaginação e constante apetência cultural, fez parte de
uma tuna “pilónica”, tocando violino e já oficial superior
de boa carreira ganhou prémios internacionais com os seus
imagináveis inventos.
Nos já antiquados (mas ainda utilíssimos) ficheiros da
APE pudemos encontrar o apelido final de Monteiro em
nada menos do que 26 ex-alunos, sendo os mais antigos,
da fundação de 1912, o 32 Constantino Francisco Mon-
Legenda da foto: Nesta equipa do “Pilão” de Março de 1944, o Manuel teiro e o 58 Raul Rodrigues Monteiro. De há 100 anos!
Andrade é o dono da bola, ao centro no 1º plano, com os seus promisso-
res 16 anos de idade. Outros nomes de relembrar: Duarte “Jardineiro”, Para terminar esta simples curiosidade onomástica,
Rosa Pereira, Durão de Matos, Carvalho, Custódio, Godinho, Fernando sempre tocada pela saudade "pilónica", façamos referência
Diabinho, Germano Carmo, Nabais e Almeida.
Foi quase há 70 anos! ao Monteiro Lopes, o 241 há uns bons 40 anos que se tem
mostrado um especial de "globe trotter", como concei-
tuado Técnico de Engenharia, na Ásia (Macau/China), em
curiosidade onomástica África (Líbia) e pela Europa e também à Ana Cristina
Monteiro (1977.1033).
os monteiros em desfile Para todos os Monteiros que evocámos aqui deixo o
meu abraço. Pela calculável afeição ao nosso IPE todos
onteiro é um típico adjectivo, já um tanto antiqua- merecem o designativo histórico de "monteiros-mor".
Mdo, mas também a designação correcta de quem caça Salvé!
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