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Notas... soltas




              DAViD SeQUerrA
              1943.0333

              o monteiro Lopes voltou



                  pós longos anos de “peregrinação” técnica por Macau
              Ae na dificílima Líbia de Kadhafi, o bom “pilão” Mon-
              teiro  Lopes  (19680241)  voltou  à  “Santa  Terrinha”,  na
              periferia de Lisboa, refazendo forças e potencial de ânimo
              para continuar uma densa e valorosa carreira profissional.
              Os últimos tempos na Líbia foram muito difíceis, como é
              fácil de calcular, mas o “Zé” Fernando, de verdadeiro espí-
              rito  ”pilónico”,  está  a  saber  sorrir  às  dificuldades.  Um
              técnico da sua bitola e experiência vai, decerto, continuar
              a bom nível de desempenho. Bem-vindo, “Zé” Fernando.
                                                                 Pires Mendes e Arriegas da Cruz, dois “pontas de lança”

              os Nossos “Peyroteus”                              Foi  o  caso  do  Conceição  Santos  (19370205),  de  mais
                                                                 jeito que força, inteligente a jogar e de remate certeiro e,
              dos anos 40 e 50                                   logo a seguir, do Mário Rosa Soares (19390353), o eixo
                                                                 do ataque da tão badalada equipa dos 7-0, em 1948.
                   a edição anterior e neste mesmo espaço, relembrámos   O “353” era bom em tudo e no futebol coleccionou
              Nos “pilões”  que  se  distinguiram  como  guarda-redes   exibições de inesquecível valia.
              dos meus tempos de aluno, do “Jardineiro” ao Mário Mar-  Nesse jogo do Jamor dez 2 belíssimos golos e realizou
              telo. Hoje atrevo-me a uma muito especial continuidade   uma actuação verdadeiramente notável.
              evocativa, desta vez focalizada nos avançados-centro, arti-  Podia ter feito carreira de muita valia mas a partir de
              lheiros consagrados agora mais vezes citados como “pontas   1950, já com o seu “canudo” de Eng.º Técnico, o Mário
              de lança”.                                         rumou a África e por lá viveu largos anos com o futebol
                 A partir da novidade táctica do famoso WM, de Herbert   posto na “prateleira”
              Chapman, há uns largos 80 anos, ser um bom avançado-   Seguiu-se-lhe, em estilo bem diferente, o pujante “Al-
              -centro (“center forward”, muito “british”) constituía po-  cochete”, o Vítor Pires Mendes (19400291), a terminar o
              deroso  atractivo  de  muitos  jovens.  Por  cá  tínhamos  o   seu curso de Contabilista, aos 18 anos de idade.
              possante Peyroteu que, na vizinha Espanha contava com   Em plena forma, era um furacão em busca de oportu-
              um  categorizado  rival  ZARRA,  do  clássico  Atlético  de   nidades de golo, sem muita técnica mas com um invulgar
              Bilbau. Nos anos 40 até surgiu, na gíria da “Bola” o ima-  poderio atlético.
              ginário verbo “peyrotear”.                            A considerável distância da qualidade da equipa dos
                 Há ainda gente “pilónica” do meu tempo, capaz de se   7-0, o conjunto que teve o “Alcochete” como nº 9 fez pela
              recordar do que relembramos.                       vida e merece esta evocação de âmbito meritório.
                 Mas basta de prelúdios explicativos passando de segui-  Entretanto o Pires Mendes foi ganhando peso e per-
              da ao desfile dos nossos “Peyroteus”               dendo  agilidade  mas  ainda deu sinal  de si  na Academia
                                     ***                         Militar, entre 1950 e 1953.
                   a 1ª metade da década de 40 quem mais se notabi-  Hoje, a ver os “bridgedeiros” a actuar na Associação, o
              Nlizou foi o Manuel Andrade (19390311) que aos 16   “Alcochete”  vai  “metendo  golos”  nas  sucessivas  “dicas”
              anos dava brado nas equipas do nosso Instituto, não tar-  próprias de um “pilão” muito comunicativo.
              dando a ser “pescado” para o C.F. “Os Belenenses”, ainda   Veio depois o terrível João (Arriegas da Cruz), popu-
              aluno,  integrando  a  1ª  categoria  dos “azuis”  de  Belém  e   larizado  por  “Xangai”  de  boa  iniciação  desportiva  em
              sagrando-se campeão nacional, com raro brilho em 1946.   Angola (19420284). Um poço de energia, rápido e desen-
              Tinha  um  pouco  mais  de  18  anos  e  suscitou  interesses   volto,  de  muita  alegria  esfusiante  e  comunicativa.  Não
              vários,  aquém  e  além  fronteiros,  vindo  a  representar  o   sendo muito alto, elevava-se bem e tinha um espírito de
              Sporting, já nos términos da era dos “violinos”.   luta invulgar que felizmente transportou para a vida extra-
                 Entretanto no Instituto, sucediam-se os bons avançados-   -pilónica (é Engenheiro civil, de muito boa carreira). Entre
              -centro, em plano de evidência nos campeonatos escolares.   1949 e 1951 o “Xangai” fez época e bem merece ser evo-



        56  Boletim da associação dos PuPilos do exército
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