Page 18 - Anexo do Boletim Numero 255 da APE
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  PALAVRAS SOLTAS
Onde escreveste as palavras citadas
Se, a nós, nada chegou de teu trabalho? Serão gotas surgidas num orvalho
De frases verdadeiras, inventadas?
Talvez reproduções glorificadas
Nas noites de invernia, no borralho, P’la via tortuosa dum atalho
De histórias repetidas e contadas?
Poemas em latim e português Palmos a D. Duarte, uma outra vez, Correspondência íntima e ligeira,
Nada chegou à nossa geração, Talvez alguma Santa Inquisição Os tenha destruído na fogueira.
- Quem sabe... quem sabe... – e no rosto de Públia surgiu um sorriso irónico e enigmático.
- Mas, amigo, nosso tempo está prestes a chegar ao fim, por isso...
- Sim, poeta – complementou Florbela – temos que seguir...
- E quando nos voltaremos a encontrar?
- Cedo, poeta, cedo, que quando um homem tem a capacidade de sonhar, é sempre possível concretizar os seus anseios e dar corpo às ilusões.
- Adeus, adeus – disseram ambas, em uníssono, afastando-se.
- Mas, antes, esperem um pouco, levem convosco a minha despedida.
Das letras lusas, dois brilhantes vultos Que me honraram com sua companhia, De prazer, rejubila, a poesia
E a menina rapaz, saber de adultos.
Não podem vossos feitos ser ocultos No bulício que grassa, em cada dia, Por isso, que se espalhe, em euforia Os vossos discursos e versos cultos.
Por mim, cultivarei esse canteiro, Que regarei, feliz, o tempo inteiro Para ouvir gritar, uma linda rosa,
O nome vosso, ao local mais profundo, P´ra que saiba o país, e saiba o mundo Que génios nascem em Vila Viçosa.
  17| Anexo Digital ao Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • outubro a dezembro













































































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