Page 19 - Boletim numero 255 da APE
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 temporário de admissões ao Instituto, adiou essa marca para o meu último ano como aluno.
No decorrer do 11o ano visitámos as várias academias das Forças Armadas e da Polícia. Nesta altura apenas a Esco- la Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna me ti- nha fascinado.
Curioso que a única punição, uma repreensão simples, foi por ter faltado à Academia da Força Aérea para poder trabalhar na récita de Carnaval do meu ano de entrada.
Posso dizer que a Aviação me caiu nos braços de pára- -quedas.
Sendo finalista do secundário e após convite de um Ca- marada do Colégio Militar, concorri de forma despretensio- sa à Academia da Força Aérea.
Lá, tive como instrutores o Tenente Fernandes, ex furriel socorrista do IMPE, e o Cadete médico e antigo aluno José Duarte.
Embora tenha ficado nos lugares cimeiros da Prova de Aptidão Militar, fiquei em 3o reserva para a Academia. Os meus instrutores Pilões mostraram-me depois o caminho que viria a dar início à minha carreira, Piloto Miliciano.
E foi então que, após 10 anos de Casa, outro desafio se colocou na minha frente. A vida é cheia de coincidências, a 2 de Novembro de 2005 abandonei o nosso Instituto ingres- sando no curso de Oficiais Milicianos da Força Aérea Portu- guesa. Neste dia em que fazia o meu 21o aniversário, idade limite de ingresso, recebia a minha primeira Asa. Embora meia Asa de aluno Piloto, era uma prenda com um significa- do imensurável.
Durante o meu curso de oficiais rapidamente me reco- nheceram o espírito de liderança, e cedo fui nomeado co- mandante de um Pelotão de sargentos e praças. Foi-me atri- buído um Pelotão de Policias Aéreos, algo que me deu muito gosto por serem os fisicamente mais bem preparados de toda a base. Enquanto os outros destroçavam, nós fazíamos flexões e passados dias rapidamente contagiamos os de- mais pelotões e seus comandantes.
Fiz todo o curso teórico no Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea na Ota e a prática de voo na Base No 11 em Beja.
Logo no meu primeiro voo do curso tive como ilustre ins- trutor o Tenente Nuno Lopes, também ele antigo aluno a quem muitas vezes lhe fiz a cama no meu tempo de menino. questionado mais tarde por outros Pilões o porquê de ape- nas fazer um único voo comigo, fez questão de manter a minha integridade como aluno imaculada de possíveis co- mentários invejosos ou dúvidas em relação à minha presta- ção como aviador.
Brevetado no final de 2007, foi em Janeiro de 2008 que iniciei em Sintra a minha carreira como Piloto Militar. Nesta Esquadra de voo descobri a realização pessoal de servir o
País, fazendo destacamentos com evacuações médicas, bus- ca e salvamento, fotografia aérea, lançamento de pára-que- distas, aterragens em pistas curtas e voo táctico. Senti-me então um cidadão útil à Pátria. Chegando a ter no comando da Esquadra o Tenente Piloto Aviador João quarenta, tam- bém ele antigo Aluno do IMPE.
Em 2010 fui um dos dois, escolhidos entre 16, para mi- nistrar instrução de voo na Academia da Força Aérea Portu- guesa. Aqui poderia reflectir os “princípios da arte” também a mim transmitidas, tendo a oportunidade de rebocar e voar planadores, instruir acrobacia, navegação e voos de formação a cadetes, bem como estágios de voo aos candi- datos à Academia.
Findo a carreira das armas ingressei na Aviação comer- cial Civil, continuando orgulhosamente a envergar as cores nacionais na Portugália Airlines voando a aeronave Fokker 100 já em fim de linha.
Estes altos voos levaram a que finalmente chega-se à TAP Air Portugal, companhia de referência e objectivo máxi- mo da aviação Comercial Portuguesa.
Opero neste momento várias versões das aeronaves Air- bus 319, 320 e 321. Voando múltiplos destinos, aterrei em mais de 50 aeroportos e conheci dezenas de cidades nesta minha curta carreira. Posso dizer que apenas não voei para o nosso continente mais longínquo.
Este ano tive o orgulho de ser comandado pelo Pedro Mamede pela segunda vez na vida, primeiro como meu co- mandante de Pelotão no meu 6o ano nos Pupilos, e mais de 20 anos depois dentro de uma aeronave na TAP.
Em todas as fases da minha vida o espírito e valores Piló- nicos vão estando sempre presentes, regressando em pen- samento à nossa Casa em todas as fases da minha carreira em que os Pilões se cruzam.
Tive o orgulho de pertencer a esta Casa, o privilégio e a sorte de ao longo do meu percurso privar com Pilões com as mesmas características.
Desde os 14 anos que sempre trabalhei, desde merca- dos de fruta e vegetais, a limpezas, restauração e agricultu- ra. Faço hoje, ao fim de muitos obstáculos ultrapassados, o que que mais gosto – Voar.
Sou um Pai badado de uma menina com quase 2 anos e esposo devoto de uma supermulher que me acompanha desde que iniciei a minha carreira de aviador.
Sou também irmão do meio de duas antigas alunas do Instituto de Odivelas e «filho» de uns tutores a quem devo tudo o que sou.
Sendo todos estes os alicerces da minha vida que têm como uma base sólida o Pilão que sou, com tudo o que nos- so Instituto Militar dos Pupilos do Exército me deu.
Saudações Pilónicas.
OS NOSSOS PROFISSIONAIS
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A existência da Associação depende dos seus associados.
    Boletim da Associação dos Pupilos do Exército • outubro a dezembro | 17






































































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